30 julho, 2024

VOLTO À ATALAIA NO PRÓXIMO DOMINGO (AINDA NÃO SEI SE LEVAREI O MARTINHO)

Passei toda a manhã a montar e produzir o vídeo (este, que hoje edito):

 

Enquanto desenvolvia essa criativa tarefa, ia reflectindo nas relações de trabalho, no sentido de equipa, no empenhamento nos resultados da tarefa e, depois, no convívio. Filmei todas essas cenas. Envolvido em tudo isso e... veio-me à mente o Martinho... Há quanto tempo não trabalha ele? Será que tem sentido de grupo? Como reagiria ele ao regressar ao compromisso de ser responsável por uma tarefa? Como será seu comportamento em grupo de convívio?

Leva-lo comigo no próximo domingo, não me sai da cabeça... parece-me uma boa ideia que poderá ter efeitos positivos na sua reabilitação... (pagar-lhe-ei o salário, pois todos os que lá estamos fazemos trabalho voluntário)...

28 julho, 2024

IRÁ DESISTIR? OU SERÁ QUE VAI CONSEGUIR?


Este é o Martinho, cabo-verdiano de cerca de 50 anos que há muito anda, na vida, perdido.

A imagem é clara. Eu aponto-lhe o caminho. Ele confirma. Vamos ver se o segue ou se desiste. Não me limito a dar-lhe rumo, pois tenho vindo a dar-lhe apoio, nada tendo feito sem sua aceitação. Está nas suas mãos o que fazer da sua vida. Já o acompanhei em duas consultas no Centro de Saúde de Oeiras, pois sofre de dependência alcoólica.   A própria médica, pediu-me que estivesse na próxima (ainda por agendar). Consegui que alguém, com trabalhos diversos nas obras lhe desse atenção e lhe encaminhasse trabalho. Ok registado. E Martinho está agradecido...

Quanto ao apoio,  não estou só nessa tarefa. Alguém lhe terá oferecido um telemóvel e o respectivo cartão pronto a ser usado... Amanhã, vou perceber como é que ele se desenrasca...

27 julho, 2024

27/7/1974, EU NÃO SOU DE GUARDAR DATAS, MAS ESTA DATA NÃO ME ESCAPA!


 A foto, rodeada de amarelo-sujo, diz quase tudo... o meu livro e o discurso dizem o resto. Qual discurso? 

Este:

“(…) o momento de reconhecer às populações dos nossos territórios ultramarinos o direito de tomarem em suas mãos os próprios destinos, concretizando-se desse modo, o desenvolvimento da política de autenticidade que sempre defendemos”.
(General António de Spínola – 27 de julho de 1974)


26 julho, 2024

AVÓS! AVÓS! JUNTEM, À MINHA, A VOSSA VOZ!


 Se não fossem os avós, essas cadeiras estariam vazias de filhas, genros e, claro, de netos... 

... e é tão giro
mostrar tanto sorriso!


22 julho, 2024

CONSTRUINDO A FESTA (DIZER QUE NADA FIZ, É EXAGERO... É OU NÃO É!?)

 ... de facto limitei-me, tal como já antes referi, a ser cineasta...
Mas os meus camaradas e amigos trabalharam, à brava!

NOTA: Por razões que a razão desconhece, não consegui juntar "A Carvalheza"

21 julho, 2024

FUI VER CONSTRUIR A FESTA (AQUELA QUE NÃO HÁ OUTRA COMO ELA)

 

Tempos em que fui pintor, a traço grosso

CONSTRUINDO A FESTA 

Continua a haver
mil coisas que antes podia fazer 
Podia subir escadotes, transportar tubos ou paletes
podia fazer coisas leves
separar parafusos das porcas
escolher cavilhas direitas, separando-as das tortas
regar a relva ou as flores
acertar pormenores


Podia e era capaz
de limpar fogões,
esquentadores e outros aparelhos de gás
Podia cravar anilhas em panos
Tudo isto, coisas de fazer todos os anos

Aos 79, como já pouco posso
nem sequer pintor de detalhes, a traço grosso
 Hoje fui operador de cinema
e não perdi uma única cena

 

 


20 julho, 2024

O ORNAMENTO GERAL DE ESTADO (leram bem ORNAMENTO)

Não é por acaso que o Orçamento se passou a chamar Ornamento. Nem é por acaso nem é coisa de ontem... Mas porque é que isto vem ao caso? Pois é porque estamos em plena discussão de como chegar a consensual ornamentação. Eu quero luzes a piscar, diz o PS. Eu quero flores, muitas flores, pois fazer flores faz parte do nosso passado, diz, lá do alto, o Montenegro. E lá chegarão, com ou sem Chega, a uma conclusão. 

Se isto fosse uma Democracia a sério, governo que não tivesse executado tudo aquilo que em campanha prometera, estaria afastado da cadeira... A imagem seguinte, arrepia?... Arrepia, sim senhor!


 "O desvio do saldo do SNS de 2021 foi o maior do período analisado [de 2014 a 2021], totalizando -1.011 milhões de euros"

... e ainda:

"Reforça-se que a persistência destes desvios reflete um processo de orçamentação desajustado da execução, bem como a ausência de mecanismos de gestão que permitam um controlo efetivo sobre as rubricas da receita e da despesa"

Ler tudo aqui

19 julho, 2024

O DIOGO REAVIVOU-ME A ESPERANÇA (QUE, COMO SABEMOS, É A ÚLTIMA COISA A MORRER)

 


Ao longo dos anos não me tenho cansado... é uma espécie de vira-o-disco-e-toca-o-mesmo... "Diogo, vais ser biólogo!"... e trazia, para este meu espaço, imagens e mais imagens de meu neto adorando bichos. A uns, olhava. A outros, apanhava. Adestrado na competência da caça, caçava-os para lhes dar liberdade logo de seguida. Isto desde muito pequenino...

Vou dizer à Minha-mai-nova para lhe dar a ler isto. 

Se me chamar "Velho Teimoso", não me importo!

18 julho, 2024

LEMBRANDO AQUELE DIA EM CHEIO, AGORA COM OS PROMETIDOS DETALHES

Tinha prometido dar detalhes mais tarde. E aqui vão, ao vivo e a cores, mas com esta pequena introdução:
Quando cheguei ao cais de embarque, ainda cedo, um pequeno grupo ia conversando em animada tertúlia. Pensava eu que não conhecia ninguém dos que ali estavam e entrei na conversa, à minha maneira, ora vejam...

17 julho, 2024

PARA QUE O NEO-REALISMO CHEGUE À ALEMANHA, DEI UMA IDEIA À SENHORA HOFFBAUER

Numa das suas últimas publicações a nossa Teresa Hoffbauer punha na sua montra mais uma iniciativa do seu "Círculo Literário" onde mais uma vez não se referia a obra de autor português. Deixei-lhe um comentário. Este: 

"Quando me passeei no Tejo e, depois de almoço, visitei o Museu do Neo-realismo deparei aí com todos os escritores que fizeram de mim o que sou hoje... tudo isto para lhe perguntar se algum desses autores já foram lidos nesses vossos "Círculos" ? Que tal "Os Capitães da Areia"? Fica esta minha ideia!

Na sua resposta nem se referiu ao meu erro em ter associado "Os Capitães da Areia" a autor luso. Deixou implícito que os membros do "Circulo" não incluem autores portugueses nas suas preferências dando como exemplo que "Caim" de José Saramago, não fora do agrado geral... E digo eu que se o perfil dos membros coincide com o de gente da classe média e crente não se afigura que pudessem ter gostado de quem deixou escrito, nesse livro, qualquer coisa como isto:

“A história dos homens é a história dos seus desentendimentos com deus, nem ele nos entende a nós, nem nós o entendemos a ele”
Mas como me encanta que haja quem reuna em tertúlia literária regresso à ideia inicial, agora corrigindo o meu erro e dando o seu a seu dono.

  • Que o tema de um próximo Circulo Literário seja o Neo-realismo, de autores em língua portuguesa;
  • Que os autores sejam Soeiro Pereira Gomes e Jorge Amado (pois até os confundi trocando aquele por este);
  • Que as obras sejam "Os Esteiros" e "Capitães da Areia" (pois até as confundi referindo esta em vez daquela).
É complicado? Então pegue nesta obra onde já tudo isso está bem juntinho!

16 julho, 2024

A AVÓ "BOOMERANG"


Liguei-lhe logo de manhã, julgando-a no hospital, a perguntar como estava
"Fui lá e logo vim. Estou em casa!"
Ao meu "Oh!" de espanto respondeu que lhe foi recusado o internamento e que o médico se limitou a recomendar o reforço da dose do antibiótico que andava a tomar, dizendo-lhe "Se piorar, volte cá!"

A partir daqui a conversa tomou um rumo
que, a bem do SNS, não dever ser tornado público


 

15 julho, 2024

AVÓ E NETO FAZENDO O QUE MUITAS VEZES FAZEM...


Esta foto está desactualizada. Ela perdeu o sorriso, eu perdi o ar sério. É que com este meu ar sisudo não lhe transmitiria o alento de que ela carece. Mas a foto também retrata um tempo em que ela ainda não era minha avó e eu ainda não tinha sido por ela adotado como seu neto. Passámos, a partir de uma brincadeira, a tratar-nos assim...

Mas... porque ela perdeu o sorriso e eu tento dar-lhe alento? A razão não se traduz em grande novidade: a Maria João está mal. Esta manhã levei-a à consulta. Juntou à sua volta três médicos que, após trocarem impressões entre si, decidiram passar-lhe carta de internamento hospitalar. Um vírus resistente carece de especiais cuidados médicos... A situação, contudo, não é grave. 

Vamos ver... e eu vou dando conta!


14 julho, 2024

TRUMP E O TIRO QUE LHE ACABOU POR "SER DE TRÁS DA ORELHA"


O tal atirador, errando o alvo, acabou por acertar em cheio. O tal tiro acabou mesmo, mesmo, por lhe "ser detrás da orelha" o que a todos os títulos fez ressuscitar o candidato, coisa que não lhe aconteceria se o tivesse morto. O macacão, que sabe da poda, fez-me aquele significativo gesto de cúmplice concordância. 

Não percebeu o que acabei de escrever? Então cá vai, em discurso mais direto:

"Trump alvejado, com rosto ensanguentado, durante um comício político, com a bandeira dos EUA ao fundo, é um símbolo poderoso que ficará gravado no imaginário do seu eleitorado.

Se já era difícil os democratas levarem a sua avante, agora, com esse tiro, mesmo tirando o Biden fora e botando o Barack Obama (para nem falar em Michelle) a vantagem é toda do Homem Laranja, quase “martirizado” pelos “inimigos da América”."

 (ler tudo em "A Estátua de Sal")

13 julho, 2024

QUE GRANDE 31! TENHO MESMO QUE REGRESSAR À ESCRITA!

 


A espuma dos dias e as ameaças que por aí pairam têm-me afastado da escrita. Como resultado, quem me seguia e que muito me comentava, na sua maioria, jazem em parte incerta, com exceção de uma meia dúzia de fieis seguidores...

Hoje, dia 13, faz precisamente 13 anos que escrevi um conto e resolvi recordá-lo. O título, era imposto por um regulamento e acho até que meu escrito terá sido premiado (o que não consegui comprovar). Li também os 31 comentários e tomei a decisão de regressar à escrita. Como não?

Pois quem comentou, assim falou:

11 julho, 2024

NATO... E O QUE NÃO ESTAVA NADA BEM, VAI DE MAL A PIOR...

À hora a que estou escrevendo, a cimeira da NATO vai se aproximando do fim. Não vou fazer qualquer análise, apenas deixar algumas notas. As conclusões são vossas: 
  • O Mundo está totalmente entregue a um caso clínico, chame-se ele Biden ou Trump;
  • A integração da Ucrânia na NATO quebra, irremediavelmente, qualquer hipótese de negociação de paz;
  • Quem reclama a Paz, tem apenas a rua para se fazer ouvir.
  • Montenegro vê na guerra uma oportunidade económica para se investir em armamento, pois tem mercado assegurado.
 

10 julho, 2024

UM DIA EM CHEIO, A MERECER UM VOSSO PASSATEMPO...

Hoje levantei-me cedo pois tinha à minha espera a expectativa de um dia em cheio. E o dia passou-se confirmando tal expectativa. A seu tempo darei detalhes. 
Para já, para vosso contento, deixo aqui um passatempo:


  • Que rio é este?
  • Que freguesias (lugares) se avistam?
  • Há, no barco, figuras conhecidas. Reconhece alguma?

  • Diga o nome deste restaurante e onde fica

  • Diga o nome deste museu e onde fica


09 julho, 2024

POESIA (uma por dia) - 100


 

A POESIA É UMA ARMA CARREGADA DE FUTURO

 

Quando já nada se espera particularmente exaltante

mas palpitamos e seguimos aquém da consciência,

feramente existindo, cegamente afirmando,

como um pulso que golpeia as trevas,

 

quando miramos de frente

os vertiginosos olhos claros da morte,

dizemos as verdades;

as bárbaras, terríveis, amorosas crueldades

 

Dizemos os poemas

que enchem os pulmões dos que, asfixiados,

pedem ser, pedem ritmo,

pedem lei para aquilo que sentem em excesso,

 

com a velocidade do instinto,

com o raio do prodígio,

como mágica evidência, o real que se transforma

no idêntico a si mesmo.

 

Poesia para o pobre, poesia necessária

como o pão de cada dia,

como o ar que exigimos treze vezes por minuto,

para ser e enquanto somos dar o sim que glorifica.

 

Porque vivemos aos tropeços, porque apenas nos deixam

dizer que somos quem somos,

os cânticos não podem ser, sem pecado, um adorno.

Estamos chegando ao fundo.

 

Maldita a poesia concebida como um luxo

cultural para os neutros

que, lavando-se as mãos, se desentendem e evadem.

Maldigo a poesia de quem não toma partido até manchar-se.

 

Faço minhas as faltas. Sinto em mim os que sofrem

e canto respirando.

Canto, e canto e cantando para lá de minhas penas, 

me amplio.

 

Quisera dar-lhes vida, provocar novos atos,

e calculo por isso com a técnica que posso.

Me sinto um engenheiro do verso e um operário

que forja com outros a Espanha em seus alicerces.

Assim é minha poesia: poesia-ferramenta

ao mesmo tempo pulsar do unânime e cego.

Assim é, arma carregada de futuro expansivo

com que aponto o teu peito.

 

Não é uma poesia gota a gota pensada.

Não é um belo produto. Não é um fruto perfeito.

É algo como o ar que todos respiramos

e é o canto que expande o que dentro levamos.

 

São palavras que repetimos sentindo

como nossas, e voam. São mais que o pensado.

São gritos no céu, e, na terra, são atos.

 

                       Gabriel Celaya in Cantos Iberos, 1955

 

06 julho, 2024

À PORTA DE UMA FESTA, PROMOVENDO AQUELA QUE NÃO HÁ OUTRA COMO ELA!

Fomos para única entrada da Quinta do Palácio do Marquês de Oeiras. Era nossa missão divulgar e promover a Festa. Tinha adoptado por pregão "Olha esta outra Festa, que não há outra como ela!" e com um sorriso estendia o jornal dos artistas que este ano irão estar na Atalaia. A receptividade era francamente boa mas naturalmente independente de sorrisos ou pregões. Até que aconteceu o que nos fez encher a alma. Próximo, parou um carro. O condutor, tirou da bagageira uma cadeira de rodas. Uma senhora, em visível esforço, retirou um corpo paraplégico e sentou-o. Uma camarada, que fazia parte da jornada fez a devida entrega. E o jovem deficiente, concentrou-se na leitura... então decidi tirar-lhe uma foto. Esta:


Como tencionava pública-la avisei dizendo que os rostos não figuravam, respeitando assim o anonimato. Saltou de lá um amplo sorriso e um "Nem pense nisso!" e acrescentou "Quero mesmo posar para a fotografia. E mais... quero mesmo que publique!"

E aqui está: 



04 julho, 2024

O MEU ALTAR NÃO ME IMPELE A REZAR, MAS DÁ-ME FÉ


 O meu altar não me impele a rezar. Nada de santo há nele, contudo é frequente que ele me transmita fé. À sua direita, na parede mal visível, figura gente querida. Em frente, da direita para a esquerda: a minha imagem (para que não me esqueça de mim); flores do meu jardim; mulher negra, para que tenha presente "memórias de afectos, angústias e medos, tidos e vividos em terras de Angola e há ponta, mal visível, livros que estou lendo.

A cimo de tudo, o ecrã da minha LG que raramente passa coisas que me alimentam a crença. Ora veja! 

03 julho, 2024

À LÍDIA, A MADRINHA DA MINHA ESCRITA

Ontem tive uma reunião com um editor a seu convite. O tema era, a pretexto do meu primeiro livro, falar da minha obra literária. Levei-lhe os poucos livros que tinham sido publicados mas centrei-me nos projectos futuros... Ele, o meu interlocutor, pegou nos "Contos" e foi lendo as badanas enquanto eu ia falando. A páginas tantas, interrompeu-me: "Que belo texto ela lhe dedica. É sua amiga?". Resposta pronta: "É mais que isso, ela é a "madrinha" da minha obra literária!" e dizendo isto abri eu o meu "Almas..." e li-lhe o que ela me tinha escrito no blog e que consta na introdução do livro. Escreveu ela:
– «É uma narrativa que prende o leitor pelo tom leve. No entanto, não deixa de dar a conhecer alguns dos azedumes de uma época em que o mundo decorre a dois tempos distintos: A chegada à Lua, signo do progresso do Homem e a Colonização, signo da sua pequenez. 
Maravilhosa é a forma como utiliza esta dicotomia e tece com as palavras relações tão inesperadas e divertidas… Tem todos os ingredientes para captar a atenção do leitor. Movimento, humor, apelo aos sentidos, suspense... E o encanto próprio do narrador autodiegético, pois que também ele é personagem, ou melhor, personagens. Sobre os cheiros (de África)... Sei que a memória guarda um espaço de eleição para eles. É através deles que muitas vezes nos vemos a viajar no tempo de encontro a lugares e momentos do passado.» – Lídia Borges (Searas de Versos).

Tivesse eu levado o "Sementes..." ter-lhe-ia recitado o poema dela, que mais me tocou:


 

ANTES QUE ANOITEÇA
as sílabas não são já o meu brinquedo de infância preferido
as palavras deixaram de ser a matéria incandescente
que em laboratório usei para dizer os primeiros afetos
e dar nome às coisas insubstituíveis
para perpetuar o nunca perpetuável 
as palavras vão envelhecendo comigo
algumas já desapareceram simplesmente
sofro-lhes a ausência contudo cada vez mais
preciso de menos palavras
talvez por isso muitas delas recolhem-se já no silêncio
misteriosamente dóceis abstêm-se do canto e do pranto
e até as mais viçosas e alegres se enrolam à sombra
na soleira da tarde
antes que anoiteça, antes que eu me afunde
ou me transforme em pedra
dá-me um poema dos teus
com sabor a maçã a lima ou hortelã
para perfumar com ele os meus derradeiros sonhos 
Lídia Borges, in "Sementes Daqui"- 2013

02 julho, 2024

01 julho, 2024

FAUSTO MORREU? QUEM DISSE?


"As Notas da Minha Liberdade" é um documento dele, de que me aproprio como se fosse meu. Não que tais documentos coincidam ponto-por-ponto, mas sim porque a liberdade conquistada teve, de nós dois, o mesmo sentido. Não admira, assim, que o vídeo do seu testemunho soe baixo, como se fosse segredo íntimo...

(Em 2015 assisti a um espectáculo seu, na Festa do Avante e que guardo na memória. E é essa memória que me faz recorrer a uma frase batida: "Os nossos mortos, não morrem!")
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O PCP jamais esquecerá o facto de Fausto Bordalo Dias ter aceite o convite, em 1985, para fazer o arranjo musical da Carvalhesa, música popular portuguesa, originária de Trás-os-Montes que acompanha a actividade política do PCP em sucessivas campanhas eleitorais e na Festa do Avante!, que desperta de forma viva e entusiástica a alegria e confiança no futuro.