Não quantifiquei o espaço ocupado pelas “Escutas proibidas”, “Face Oculta” e outras drogas, mas é tremendo, imenso, grande, mesmo muito grande. Não sairemos tão depressa da depressão.
As drogas pesadas ocupam 5 páginas, as leves estão dispersas por quase todo o jornal. Contudo, sendo leves são em doze de cavalo. Assim, ai de mim consumidor.
Parte séria I - O SOL faz jornalismo de investigação?
Porque não sei, chamo a testemunhar o jornalista Óscar de Mascarenhas (testemunho prestado Agência Lusa em 15 de Novembro)
- Mais do que assegurar a verdade dos testemunhos, garante a verdade dos factos, depurada mediante a verificação e confronto de fontes;
- Procura situações ocultas ou deliberadamente escondidas;
- Foge à agenda institucional ou, quando eventualmente a acompanha, fá-lo com propósitos de denúncia ou de revelação de situações não desejadas pelas entidades que a estabeleceram;
- Selecciona os seus temas entre aqueles cuja relevância pode eventualmente mudar um juízo de valor dominante;
- Ser jornalista de investigação pressupõe uma obra pessoal e personalizada e não apenas e só a mera divulgação de documentos ou informações passadas por outras entidades que prepararam a sua difusão;
- O jornalismo de investigação não é equívoco nem insinua – É afirmativo e factual, fornecendo os elementos necessários para que o público faça livremente o seu juízo de valor ponderado e autónomo;
- É um jornalismo que redobra o escrúpulo e a lealdade para com o público, as fontes e os visados sem deixar de ouvir ninguém com relevância para o caso, bem como não omitir qualquer informação importante;
- Para se ser jornalista de investigação é necessário não encarar o "double checking" (verificação da informação) como uma formalidade, mas antes como uma essencialidade: é a prova dos noves obrigatória - ou da operação inversa - para cada afirmação que se faz;
- A verdade difundida pelo jornalismo de investigação, tem de estar munida de robustez que lhe permita enfrentar as intempéries de um tempo longo sem poderem ser postas em causa;
- Finalmente, o jornalista de investigação tem de possuir coragem, não forçosamente física, para assumir por si só, sem transferências, todas as responsabilidades do que foi publicado.
Cabe aos meus leitores dizer se o SOL está fazendo jornalismo de investigação. Vá meus caros, toca a trabalhar!
Parte (quase) séria II - Porquê atacar Sócrates e não as suas políticas?
O ataque a Sócrates não parece claro, porque não é directo (excepção feita na coluna "Politica a sério" de JAS), mas a quase ausência de ataques à política do governo socialista é uma evidência. Quanto a mim, existem várias razões. Destaco três:
- O SOL está infiltrado por jornalistas simpatizantes da informação golpista;
- Se o SOL se concentrasse na denúncia das políticas de Sócrates, poderia ser confundido com um jornal de esquerda ou pior;
- Há um público sedento destas coisas...
Nota: Este post respeita, na integra, a minha declaração de principios, no seu § 2 , que diz: Denunciarei todas as notícias ou opiniões que, em meu juízo, colocam em causa a reputação e o bom nome das pessoas sem a devida prova e fundamentação do interesse público.
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