É espantosa a "arte" desenvolvida, bem como a diversidade dos "artistas", que estão neste processo que assegura a alternância governativa, desde a revolução de Abril. Agostinho Lopes escreve, a propósito, um artigo onde disseca o tema, o qual me proponho aqui divulgar em sucessivos posts, de que este é o primeiro, de introdução.
Uma regra de ouro de tal "arte" e dos "artistas" é fazer crer que existem apenas duas realidades: aquela em que uma parte deles afirma a tese de que os problemas, todos os problemas e dramas, resultam do último governo ter perdido o tino; a outra, aquela em que os ex-governantes acusam o governo em funções de ter destruído, ao governo destituído, o projecto e o caminho. Há 40 anos que andamos nisto...
Para ser mais claro: Sócrates insiste que se chegou a este ponto porque o PEC IV não foi aprovado, exactamente quando o país ia ser salvo; Passos insiste que estamos neste estado porque Sócrates levou o país à ruína, que o que está fazendo é a única forma de o salvar e a fazê-lo entrar no bom caminho. Na expressão simples do mar das reciprocas acusações perde-se a clarividência de se estar num processo, antigo, velho, repetitivo. Há artes de se tirar a memória às pessoas e o discernimento de que estamos num ciclo que se repete e durante o qual se arquitecta a repetição e, pasme-se, mantendo os figurões.
Entre os partidos da "alternância", não há cadáveres políticos... Andam todos aí, zumbis muito vivos e até garbosos, dispostos a levar até ao fim a premonição de Natália Correia, se os deixarmos.
Próximo post: "A negação da alternativa política e da política alternativa"
ResponderEliminarEsta alternância não altera nada!...
Visionária, Natália Correia.
Um beijo
Excelente visão política de Natália Correia....
ResponderEliminar“A liberdade de eleição permite que você escolha o molho com o qual será devorado.”
~Eduardo Galeano
Cumprimentos
Sócrates disse ter hoje uma boa vida em Paris
ResponderEliminarcoisa diferente quando desenhava mamarrachos na Guarda
Não conhecia este texto da Natália...
ResponderEliminarQue visão!
Era, de facto, uma grande Mulher!
Abraço
A Natália nada tinha de estúpida. Não era uma premonição, era uma análise lúcida e maduramente ponderada...
ResponderEliminarAbraço!
Natália foi mesmo uma "pitonisa", talvez porque conheceu aquela gentalha de perto.
ResponderEliminarabraço
Vai formoso
ResponderEliminarmas não Seguro
E tão, tão violento, nas abstenções...
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