À Dona Elite de Oligarquia SA(Em verso eneassilábico)
Das migalhas que ao povo deixava
Dona Elite, pensando melhor,
Entendeu que era muito o que dava
E que, ao povo, sobrava vigor,
Porque, quando a migalha abundava,
Ele podia crescer, ser maior
E atraver-se a sonhar que mandava
Em si próprio, apesar de “inferior”…
Dona Elite, prevendo o pior,
Sem cuidar do que, ao povo, faltava
Foi comendo o que, a si, lhe sobrava;
Comeu pobre e criado e senhor
E, por fim, sem notar quanto inchava,
Engoliu quanto mundo restava
Até ver que mais nada, em redor,
Preenchia o vazio que gerava
E onde inútil, rotunda, orbitava
Em função do seu próprio fedor…
Maria João Brito de Sousa
09 outubro, 2013
Poesia (uma por dia) - 59
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Está me lembrou Gil Vicente. Mais uma crítica contundente.
ResponderEliminarMuito bem escrito , como sempre.
ResponderEliminarCrítica certeira, também como sempre.
Abraço a ambos.
Intensas, as palavras.
ResponderEliminarabraço Rogério
cecilia
Obrigada, Rogério! Folgo muito em ver a dona Elite "desmascarada" aqui, no Conversa Avinagrada!
ResponderEliminarTodos nós sabemos que estas são as verdadeiras intenções da dona Elite, por muito que o não queira confessar... mas mesmo que eu ingenuamente admitisse que algo nela pudesse mudar (uma espécie de rebate de consciência...), não saberia nem poderia fazê-lo. A sua "gula" é compulsiva e as circunstâncias que vai gerando enquanto a compulsão cresce, não lhe permitiriam uma "inversão de marcha"...
Está nas nossas mãos não lhe permitir que nos devore!
Abraço grande!
Finalmente decidiu autodevorou-se e morreu envenenada.
ResponderEliminarBoa malha
ResponderEliminarMeu amigo
ResponderEliminarUm poema muito verdadeiro e retrata bem o momento actual do nosso pobre País.
Parabéns à autora e a ti por partilhares.
Um beijinho
Sonhadora
Excelente e lúcido!
ResponderEliminarbjs
«Era uma vez um rei
ResponderEliminarCom uma grande barriguinha!
Comia, comia
E mais fome tinha!»
(José Barata Moura)
D. Elite continua a imaginar brioches - na falta de pão...
ResponderEliminarpoema mordaz e certeiro.
excelente
abraço
Cada vez me orgulho mais desta minha querida amiga. Jo, a sua coragem e tenacidade são um exemplo. Lamento tanto que a sua saúde fisica não acompanhe a sua força interior...
ResponderEliminarBeijo grande, grande.
Fá
Eles comem tudo e não deixam nada.
ResponderEliminarUm poema que diz tudo, contundente e certeiro.
Parabéns à autora.
beijinho
Fê
ResponderEliminarPerfeito!
As palavras nas mãos da Maria João avolumam-se, fazem-se grandes.
Parabéns aos dois.
Lídia