13 abril, 2014

Geração sentada, conversando na esplanada - 59 (caminhos únicos e os nossos elos)

(ler conversa anterior)
"Os tempos
Apagaram as Rosas dos Ventos
Destruíram mapas dos mares
Sextantes antigos, modernos radares
E outros apetrechos mareantes
Hoje, e esse hoje tem muitos ontens,
Diz-se haver um só caminho
E que fora dele o desastre é certo
Como se não fosse certo o desastre dentro dele
"

"O meu cão sentiu a sua ausência" - disse ao ver-me chegar, não tendo a coragem de dizer que fora ele próprio que a sentira. Sei o que se passa na cabeça e na alma de um velho quando não mais pode contar do que um cão com quem falar. Não que o rafeiro do senhor engenheiro não interaja ou reduza a monólogo qualquer conversa que com ele se tenha, mas um cão nem lê jornais nem toma iniciativas de assunto. 
Sorri e respondi que sim, com detalhes e mais detalhes, e fui espraiando até que me interrompeu: 
- "Está visto, gosta dos velhos!"
- "Sem velhos, perdemos elos!"
- "Foi à manifestação?"
- "Claro!"

7 comentários:

  1. Os velhos têm os cães. Nós temos os velhos. E nós somos velhos?

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  2. Não há apenas a solução para que nos empurram!

    É bom trocar dois dedos de conversa sobre tudo e sobre nada...


    Beijinhos Marianos, Rogério! :)

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  3. Um poema certeiro, Rogério!

    O meu abraço e a continuação das melhoras para essa longeva senhora!

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  4. Conversa avinagrada mesmo :-) Eu também fui, mas no Porto!

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  5. “Os velhos necessitam de calor afectivo como do sol.”
    ―Victor Hugo


    beijinho e boa semana amigo Rogério

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  6. Os velhos, os doentes, os desempregados, as crianças, os jovens...

    Tantos, nas mãos de tão poucos!

    Lídia

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  7. Sem os "velhos" não construiremos os novos tempos.

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