"Os tempos
Apagaram as Rosas dos Ventos
Destruíram mapas dos mares
Sextantes antigos, modernos radares
E outros apetrechos mareantes
Hoje, e esse hoje tem muitos ontens,
Diz-se haver um só caminho
E que fora dele o desastre é certo
Como se não fosse certo o desastre dentro dele"
Rogério Pereira,
in "Salazarentos destinos, com o Povo ao fundo..."
"O meu cão sentiu a sua ausência" - disse ao ver-me chegar, não tendo a coragem de dizer que fora ele próprio que a sentira. Sei o que se passa na cabeça e na alma de um velho quando não mais pode contar do que um cão com quem falar. Não que o rafeiro do senhor engenheiro não interaja ou reduza a monólogo qualquer conversa que com ele se tenha, mas um cão nem lê jornais nem toma iniciativas de assunto.
Sorri e respondi que sim, com detalhes e mais detalhes, e fui espraiando até que me interrompeu:
- "Está visto, gosta dos velhos!"
- "Sem velhos, perdemos elos!"
- "Foi à manifestação?"
Os velhos têm os cães. Nós temos os velhos. E nós somos velhos?
ResponderEliminarNão há apenas a solução para que nos empurram!
ResponderEliminarÉ bom trocar dois dedos de conversa sobre tudo e sobre nada...
Beijinhos Marianos, Rogério! :)
Um poema certeiro, Rogério!
ResponderEliminarO meu abraço e a continuação das melhoras para essa longeva senhora!
Conversa avinagrada mesmo :-) Eu também fui, mas no Porto!
ResponderEliminar“Os velhos necessitam de calor afectivo como do sol.”
ResponderEliminar―Victor Hugo
beijinho e boa semana amigo Rogério
ResponderEliminarOs velhos, os doentes, os desempregados, as crianças, os jovens...
Tantos, nas mãos de tão poucos!
Lídia
Sem os "velhos" não construiremos os novos tempos.
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