Foto de Guilherme Mendes
AMANHECER
Navego no cristal da madrugada,
Na dureza do frio reflectido,
Onde a voz ensurdece, laminada,
Sob o peso da noite e do gemido.
Abre o cristal em nuvem desmaiada,
Foge a sombra, o silêncio e o sentido
Da nocturna memória sufocada
Pelo murmúrio do dia amanhecido.
© JOSé SARAMAGO
In Os Poemas Possíveis, 1966
O novo dia não afasta o peso que se carrega noite a dentro. Ler Saramago é um prazer. Abraço.
ResponderEliminarFico muito contente por reencontrar, em Saramago, o poeta possível!
ResponderEliminarAbraço!
Nunca fui grande leitora da poesia de Saramago. Já da prosa... perdi dois ou três romances...
ResponderEliminarHá um cantar do amanhecer
ResponderEliminarque passa despercebido
a quem passar a correr
O poema bem podia ser parte da canção...
Saramago e os seus poemas possíveis. :)
ResponderEliminarBom, como ele sempre soube ser!
Beijinhos Marianos, Rogério! :)
Saramago e os seus poemas possíveis. :)
ResponderEliminarBom, como ele sempre soube ser!
Beijinhos Marianos, Rogério! :)
Perfeita harmonia, entre o ritmo do poema e a guitarra de Carlos Paredes...
ResponderEliminarQue bela escolha Rogério...
Um dia bonito!
E pensar eu que só o descobri como poeta há poucos anos...
ResponderEliminarDois belos poetas
ResponderEliminarIncomensuráveis
Tudo perfeito, um momento mágico!
ResponderEliminarImagem, música e poesia.
Ah ! Perco-me em coisas assim belas.
beijinho
Fê