31 julho, 2018

O meu alvo são as estratégias da direita. Contra o Bloco não ergo bandeira


Estou concentrado nas estratégias da direita, nas reaproximações concretizadas entre o PSD e o PS, no regresso ao "arco da governação", de que são expressivos exemplos os entendimentos em matéria de legislação laboral e, também, quanto aos Fundos Estruturais e quanto à "falsa descentralização" de competências nas câmaras municipais.

Esse é o meu alvo. Mas reconheço que o Bloco tem muito que fazer para dar credibilidade à mensagem que quer fazer passar junto do seu eleitorado... 

E não me refiro unicamente ao "caso Robles" mas à sucessão de casos: o dar morada errada para aceder a mais uns patacos; quanto às touradas, defender em Vila Franca uma posição e no Parlamento o contrário dela; o ser contra a NATO e apoiar a invasão da Líbia; o apoiar o golpe nazi-fascista na Ucrânia, são casos a mais.

Não faço destas incoerências bandeira e no meu espaço nunca antes me refiro a isto... mas reconheço que é importante que tal seja referido... e aqui fica a referência e a tranquilidade da nossa consciência.

30 julho, 2018

António Lobo Antunes, o ego e o vómito

 
«Acabei de viver no Rosário uma experiência extremamente desagradável: almoçar na mesa contígua de António Lobo Antunes e ter que ouvir as suas apreciações negativas abrangendo tudo, desde o empregado de mesa até ao traseiro das senhoras...» 
São Banza, não sei se em tom de lamento ou de indignação deixou no facebook esse desabafo, logo seguido de uma tonelada de comentários. Uns porque assim, outros porque assado. Não retirando eu qualquer saldo, resolvi tentar contraria-lhe o escrito e provar-lhe que o homem sempre tem uma ponta por onde se lhe pegue.

Procurei e encontro, na última sua crónica na Visão, um texto formalmente bem esgalhado, onde conta que numa ocasião estava ele em França, para receber uma condecoração do Presidente da República, por não lhe ter agradado um comentário de um alto funcionário pediu  ao Mitterrand para o pôr na rua, coisa que o Ministro da Cultura, Jack Lang, se terá prontamente encarregado. Conta de seguida que quando foi a  Viena, receber o prémio europeu de Literatura se viu, à entrada da Chancelaria, cercado de portugueses a chorarem de emoção porque era a primeira vez que a nossa bandeira estava no mastro da Chancelaria. E como não há duas sem três lá foi falando de quando foi convidado de honra do Festival de Salzburgo..... E remata "Ou etc., não vou começar para aqui com gabarolices."

Abandono aqui aquilo a que o gabarola chama gabarolices e, procurando outro texto, tropeço neste vómito:
«O livro do não sei o quê [Livro do Desassossego] aborrece-me até à morte. A poesia do heterónimo Álvaro de Campos é uma cópia de Walt Whitman; a de Ricardo Reis, de Virgílio. Pergunto-me se um homem que nunca fodeu pode ser um bom escritor.»
Não ó São, o Lobo Antunes não tem ponta por onde se lhe pegue e eu já tinha obrigação de saber isso!

29 julho, 2018

Um conto ao Domingo - XIX ("Boa Malha!")


«"Boa malha", alguém gritava. Era o chinquilho,
e eu ficava tempos sem fim a olhar aquilo...»
num qualquer passado domingo, corria o ano de 1955 

Era do outro lado da estrada, à porta da velha taberna, num terreiro onde parava a rara camioneta de carreira que ligava o Montijo ao Barreiro. Da quintinha até lá eram cem passos apressados e mal contados. Era ali que aos domingos se juntavam os homens. Miúdos não havia, era só eu. 

Minha avó deixava-me ir, contrafeita "não te quero ali, aquela gente não tem tino na língua e só sabem dizer destarelos". 

Mas eu insistia e ia. Era mágico o silêncio dos homens, a concentração no apontar. Ia e ficava por lá até que a última rodada fosse paga por quem não tivesse ouvido uma única vez o grito de "boa malha". 

Tino na língua, não tinham. Quanto a dizerem "destarelos", não sabia se os diziam, mas não parecia que os dissessem. Falavam das duras condições de trabalho lá na fábrica de adubos do Barreiro, em confronto com as condições, mais amenas, que havia na Mundet a corticeira ali perto, à saída da Moita. Falavam do salário magro. Falavam do pão que fazia parte da semanada. Falavam de coisas do Estado e da volta que se esperava que este levasse. Falavam de Nehru, de vozes que chegavam da Índia de onde alguém dizia que, chegada a Damão, ter sentido o morrer de um povo e da muito provável invasão de Goa*. Fiquei surpreendido, na escola tinha "dado" a Índia hà pouco e o professor não tinha mostrado nenhum indício disso.

E entre um assunto e outro, se ia ouvindo "boa malha". Acho que aqueles homens não reuniam ali para jogar. Nem para beber. Acho que eles ficavam por ali para se sentirem irmanados naquilo que os irmanava, para falar do que então se silenciava. 

O jogo era mero pretexto e de cada vez que lhes ouvia coisa acertada, gritava para dentro de mim mesmo, como se falasse com A Minha Alma, sem que ouvissem nada: "boa malha!" 

* Na versão deste texto, publicada em 2013, referia a invasão de Goa. Estava errado. Eu nessa tarde de domingo, assistindo ao chinquilho, teria para aí... sei lá... 10, 11 anos? Goa caiu em 1961 e nessa data eu já era adolescente...  recupero esta versão, primeiro, porque me ficou na memória de ter ouvido pela primeira vez coisas de que ninguém falava, segundo, porque quero respeitar o rigor que se deve à história.

28 julho, 2018

A dona Esmeralda e a vizinha do 4º andar, a conversar - (34) ["Bairro da Medrosa"]


Vizinha do 4º andar - Ai D. Esmeralda, ao estado que chegou este nosso Bairro da Medrosa!
D. Esmeralda - Ora… as pessoas só se queixam quando o mal lhes bate à porta!  
Vizinha do 4º andar -Não falo por mim, à porta do prédio se há erva, a gente arranca. Se há lixo, a gente varre. Se o sumidouro está entupido, a gente trata disso...
D. Esmeralda - Quer dizer que a Junta de Freguesia fica dispensada de tal serviço?
Vizinha do 4º andar - A Junta? Então não é a Câmara?
D. Esmeralda -Tem razão, ao certo não sei. Nunca sei quando se é freguês, ou quando se é munícipe.  As coisas por aqui estão uma baralhada...
Vizinha do 4º andar - Consta que a Junta não tem dinheiro p´ra nada...
D. Esmeralda - ... e a Câmara com bom saldo financeiro, nem faz nem delega como a lei manda que faça...
Vizinha do 4º andar -Ah! e o estado dos contentores?
D. Esmeralda - Então, e o estado do piso?
Vizinha do 4º andar -Ah! e aquele monte de lixo de obra, que por ali está e ninguém lhe dá destino?
D. Esmeralda -E então, não fala da praga de ratos
Rogérito (da janela do 3º, gesticulando como quem declama)
Os ratinhos
Tão engraçados
Fazem os ninhos
Com mil cuidados

São p´ra os filhinhos
Que não param de ter
E a praga
não para de crescer

E as ratazanas, lá têm
Os seus meninos
Tão pequeninos
Lindos ratinhos

Nunca se faça
Mal a um ninho
À linda graça
de um ratinho

Estão bem,
por aqui
Não pagam renda
Nem taxa de IMI

A Câmara, é amiga
Não lhes cobra
Coima
Nem os desratiza
(texto inspirado por outro que coloquei no facebook)


27 julho, 2018

A Lua quando se desnuda

Não, não tenho a NASA
Cá em casa

É apenas uma SONY
HD qq coisa Cyber-shot
A foto aqui no original tem um pouco de melhor resolução...

25 julho, 2018

Gil Vicente, sempre actual

Todo o Mundo                                                             Ninguém
«Entra Todo o Mundo, rico mercador, e faz que anda buscando alguma cousa que perdeu; e logo após, um homem, vestido como pobre. Este se chama Ninguém e diz:
Ninguém: Que andas tu aí buscando?
Todo o Mundo: Mil cousas ando a buscar:
                         delas não posso achar,
                         porém ando porfiando
                         
                         por quão bom é porfiar.

Ninguém: Como hás nome, cavaleiro?

Todo o Mundo: Eu hei nome Todo o Mundo
                         e meu tempo todo inteiro
                         sempre é buscar dinheiro
                         e sempre nisto me fundo.

Ninguém: Eu hei nome Ninguém,
               e busco a consciência.

Belzebu: Esta é boa experiência:
             Dinato, escreve isto bem.

Dinato: Que escreverei, companheiro?

Belzebu: Que Ninguém busca consciência.
              e Todo o Mundo dinheiro.

Ninguém: E agora que buscas lá?

Todo o Mundo: Busco honra muito grande.

Ninguém: E eu virtude, que Deus mande
               que tope com ela já.

Belzebu: Outra adição nos acude:
              escreve logo aí, a fundo,
              que busca honra Todo o Mundo
              e Ninguém busca virtude.

Ninguém: Buscas outro mor bem qu'esse?

Todo o Mundo: Busco mais quem me louvasse
                         tudo quanto eu fizesse.

Ninguém: E eu quem me repreendesse
               em cada cousa que errasse.

Belzebu: Escreve mais.

Dinato: Que tens sabido?

Belzebu: Que quer em extremo grado
              Todo o Mundo ser louvado,
              e Ninguém ser repreendido.

Ninguém: Buscas mais, amigo meu?

Todo o Mundo: Busco a vida a quem ma dê.

Ninguém: A vida não sei que é,
               a morte conheço eu.

Belzebu: Escreve lá outra sorte.

Dinato: Que sorte?

Belzebu: Muito garrida:
              Todo o Mundo busca a vida
              e Ninguém conhece a morte.

Todo o Mundo: E mais queria o paraíso,
                         sem mo Ninguém estorvar.

Ninguém: E eu ponho-me a pagar
               quanto devo para isso.

Belzebu: Escreve com muito aviso.

Dinato: Que escreverei?

Belzebu: Escreve
              que Todo o Mundo quer paraíso
              e Ninguém paga o que deve.

Todo o Mundo: Folgo muito d'enganar,
                         e mentir nasceu comigo.

Ninguém: Eu sempre verdade digo
               sem nunca me desviar.

Belzebu: Ora escreve lá, compadre,
              não sejas tu preguiçoso.

Dinato: Quê?

Belzebu: Que Todo o Mundo é mentiroso,
              E Ninguém diz a verdade.

Ninguém: Que mais buscas?

Todo o Mundo: Lisonjear.

Ninguém: Eu sou todo desengano.

Belzebu: Escreve, ande lá, mano.

Dinato: Que me mandas assentar?

Belzebu: Põe aí mui declarado,
              não te fique no tinteiro:
              Todo o Mundo é lisonjeiro,
              e Ninguém desenganado.»
do "Auto da Lusitânia"
Gil Vivente 

24 julho, 2018

«Cuba passará a ser um “Estado socialista de direito”»

«...esta não é uma reforma a mais da Constituição cubana, mas trata-se – tal como advertiu um dos membros da Comissão de Reforma Constitucional, Homero Acosta – de formular “uma nova Constituição com alcance superior”, não uma mera reforma parcial da Constituição de 1976. 

(...) Para começar, Cuba passará a ser um “Estado socialista de direito”, um conceito novo no constitucionalismo cubano e ausente nas experiências do socialismo real. A propriedade socialista de todo o povo seguirá sendo o núcleo do sistema económico e político, mas se dará status constitucional ao reconhecimento da propriedade privada já existente no país. O mesmo acontecerá com o investimento estrangeiro. O modo com que se regularão estes dois elementos, assim como outros temas colaterais como a concentração da propriedade e a repartição da riqueza, o trabalho por conta própria, etc., ficará para desenvolvimentos normativos posteriores, pois a Constituição é concebida como uma norma de mínimos.

(...) Em que medida estas mudanças simbólicas e substanciais são uma concessão dos princípios socialistas que podem derivar em um cenário pós-revolucionário ou, pelo contrário, são uma mera adaptação léxica às transformações que já vem acontecendo na sociedade cubana há vários anos mas estão encaminhadas a preservar a vigência da Revolução, é uma questão sujeita a debate. De qualquer forma, convém não esquecer que se trata de um debate aberto que se dá também no seio da sociedade cubana.  (...) E, se há dúvidas sobre a reforma constitucional ser uma ruptura com a revolução, esta será respondida a partir de 13 de agosto, aniversário de nascimento do comandante em chefe da revolução, Fidel Castro.»
Arantxa Tirado, in Portal Vermelho, 24/07/2018
Seja o que for que se venha a passar depois de 13 de agosto, tenho uma profunda confiança no povo cubano. Lá, o melhor o melhor do mundo são as crianças. Ou tem dúvidas?

23 julho, 2018

Centeno continuará a agradar a Bruxelas, a menos que...


Na foto, de 2016, Centeno com o então presidente do Eurogrupo, de um lado, e com o ministro das Finanças belga do outro. Estão sorridentes. Eles entendiam-se. Nessa oportunidade, os ministros das Finanças da zona euro iam discutir, em Bruxelas, o plano orçamental português para 2016. O debate sobre o documento iria ser feito à luz da opinião da Comissão Europeia, que na semana anterior aprovara o documento após intensas negociações com o Governo.
Foi assim, com o mesmo procedimento, que Centeno viu Buxelas aprovar os orçamentos de 2017 e 2018. O ministro, entretanto já presidente do Eurogrupo, aparecerá numa outra foto, porventura com os mesmos e com o mesmo sorriso, contente, a obter igual aprovação. Centeno já fez passar uma tonelada de recados. E será assim como até aqui foi, a menos que algo aconteça e se dê a inversão.

Qual inversão? Olhem os quadros abaixo, e discorram. E se por acaso precisarem de ajuda, não hesitem, consultem quem se dá ao trabalho de contrariar Centeno. Dou apenas um cheirinho:
«Enquanto nos últimos 10 anos a despesa com pessoal na administração pública decresce 5 mil milhões de euros, a despesa com juros e encargos da dívida cresce 3 mil milhões. Esse crescimento da despesa com encargos e juros da dívida encontra explicação no assalto especulativo à dívida pública desde 2009 e a sua origem não está numa política de investimento em serviços públicos ou de valorização dos trabalhadores, mas sim nos problemas do sistema financeiro e no envolvimento do Estado em negócios privados através das inúmeras Parcerias Público-Privadas, SWAP e outros que resultam em rendas devidas.»
 
Quadro 1 - Despesas do Estado por algumas funções
Fontes de Dados: DGO/MF – Relatório/publicação «Conta Geral do Estado»
Fonte: PORDATA
AnosEducaçãoSaúdeServiços culturais, recreativos e religiosos
2006 7 263,4 8 989,4 417,8
2007 7 232,1 9 129,3 397,8
2008 7 348,6 9 383.7 409,3
2009 8 507,4 9 632,6 397,6
2010 8 559,2 9 776,5 381,9
2011 7 878,5 9 171,7 318,6
2012 6 622,4 10 403,5 593,8
2013 7 108,4 8 588,8 197,1
2014 6 945,0 8 332,1 121,7
2015 (R) 6 755,8 (R) 8 518,4 (R) 115,9
2016 7 177,4 8 811,5 131,2
 

 
Quadro 2 - Despesas do Estado por algumas funções
Fontes de Dados: DGO/MF – Relatório/publicação «Conta Geral do Estado»
Fonte: PORDATA
AnosDespesas com o PessoalJuros e outros encargosSubsídios
2006 13 296,5 4 397,4 664,7
2007 13 639,2 4 719,9 656,0
2008 13 915,1 4 886,5 1 145,7
2009 11 484,3 5 006,7 785,4
2010 11 383,3 4 971,7 698,8
2011 10 293,5 6 039,2 601,6
2012 8 438,3 6 874,0 247,2
2013 9 234,9 6 842,6 406,1
2014 9 335,9 6 986,8 204,7
2015 9 090,0 7 096,0 119,1
2016 9 371,5 7 379,9 118,3

22 julho, 2018

Um conto ao Domingo - XVIII ("A Pipoca-2")

Passou o outro domingo como tinha passado o sábado. Não comeu, nem bebeu, nem miou. Não se ouviu um único ron-ron. De quando em quando, roçava as pernas da Teresa, como que a dizer-lhe que não era por culpa dela tal comportamento.
"Deixa, ela acaba por se habituar", disse, pouco convicto disso.

Na segunda-feira seguinte repetiu-se  tudo como nos dois dias anteriores com uma diferença, lançava-me a mim um olhar recriminatório, como a dizer que não podia morar dentro do meu olhar.

Tomámos então a decisão de devolver a Pipoca ao seu espaço. Aí voltou ao normal.

Passada a semana, hoje a Teresa confirmou que, se é verdade que ela não pode morar no meu olhar, não é menos verdade "Que não se pode morar nos olhos de um gato":
Desmama-te desanca-te desbunda-te
Não se pode morar nos olhos de um gato

Beija embainha grunhe geme
Não se pode morar nos olhos de um gato

Serve-te serve sorve lambe trinca
Não se pode morar nos olhos de um gato

Queixa-te coxa-te desnalga-te desalma-te
Não se pode morar nos olhos de um gato

Arfa arqueja moleja aleija
Não se pode morar nos olhos de um gato

Ferra marca dispara enodoa
Não se pode morar nos olhos de um gato

Faz festa protesta desembesta
Não se pode morar nos olhos de um gato

Arranha arrepanha apanha espanca
Não se pode morar nos olhos de um gato

Alexande O'Neill
EPÍLOGO
A Teresa liga aliviada à minha-mais-nova a dar notícia: "Já ontem tomou os dois comprimidos, só o da noite é que deixou um bocado, mas hoje foi tudo. Talvez o comprimido da noite tenha um sabor muito activo... Ela gosta mais de frango do que de atum. E nem queiras saber a festa que me fez à chegada. Não me largava..."

21 julho, 2018

Duarte Alves, força!


O Deputado do Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República Miguel Tiago será substituído por Duarte Alves (na imagem) a partir de Setembro, no reinício dos trabalhos parlamentares.

Duarte Alves é economista, com licenciatura em Economia e o mestrado em Economia e Políticas Públicas pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universidade de Lisboa, tem 27 anos, desenvolve a sua intervenção militante integrado no trabalho central do Partido, na área das questões económicas, e é assessor do Grupo Parlamentar.

De Miguel Tiago, que desempenhou durante 13 anos as suas funções no Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República, espera-se contributo competente na Comissão das Actividades Económicas (CAE) junto do Comité Central do PCP.  O último trabalho publicado "As desigualdades na distribuição do rendimento e as funções constitucionais do Estado" dispensa qualquer adjectivo e ilustra isso.

A imprensa de direita, dita de referência, vem com a noticia e fá-la acompanhar de comentários que sugerem que, da lista, Duarte Alves é uma opção à falta de outras que lhes estariam à frente e inventam "cobras e lagartos" os mesmos inventados quando, em 2014, Honório Novo foi substituído na bancada Parlamentar. Veneno lançado, sem outro antidoto que não fosse a realidade subsequente.

Duarte Alves, força!  

20 julho, 2018

Um bom projecto do qual não há o menor rasto (no terreno)


De um projecto que devia ter marcado profundamente a realidade prisional do País,  há ligeiro vestígio a provar apenas que terá existido. Existiu e dele se deu brado, entre 2005 e 2007: 14 reportagens/referências televisivas;40 artigos de imprensa; 2 grandes reportagens de rádio; 4 artigos em brochuras; 16 084 visitas ao site do projecto; 116 284 páginas visitadas; 20 apresentações públicas no exterior; 4 apresentações na Alemanha, Itália e Polónia;4 apresentações a delegações estrangeiras (Roménia, Letónia, Angola e Moçambique); 73 apresentações de divulgação interna.

Tanta projecção para agora só dele se lembrar quem mal pisa uma prisão. No terreno, nos estabelecimentos prisionais, ficou talvez só o amargo de ter acreditado e, assim, a descrença. O Projecto GERIR PARA INOVAR OS SERVIÇOS PRISIONAIS foi um "flop", um grande faz-de-conta. E podia não ter sido assim. Bastava para deixar marca, ter seus objectivos atingidos e a inovação acontecer, se o Ministro da Justiça do Governo de Santana Lopes o abraçasse e o integrasse num projecto mais amplo. Se o tivesse feito, o então Director Geral dos Serviços Prisionais teria dado força, ânimo e incentivo ao trabalho. O mesmo aconteceu no Governo de Sócrates, com o seu Ministro da Justiça e o correspondente Director Geral. PSD e PS repetiram o distanciamento e descansam no mesmo argumento tão estafado quanto errado para contra-argumentar às insistentes queixas de falta de guardas prisionais: o índice do número de guardas/reclusos são dos melhores do Mundo...

Prometi a uma ex-diretora de um estabelecimento prisional enviar-lhe alguma documentação sobre o projecto e descubro que o Projecto continuou a ser propalado como sendo de grande sucesso  Pessoalmente, duvido que o tenha tido. Por uma razão, no sistema prisional para além da falta de guardas, a sobrelotação canibaliza tudo...

Uma recomendação, esqueça a página www.pgisp.info.  a tal que teve quase 17 mil visitas... 

Mas fica a memória do que pode vir a ser a retoma a uma boa ideia, nestes vídeos.

18 julho, 2018

Mandela (100). Hoje e sempre!

imagem retirada da net
Parece haver unanimidade, mas sabemos que não é (nem nunca foi) sincera. Foi até hipócrita.

Sabemos que houve (e há) gente que juntava as palavras por ele ditas e as expunha (e expõe) com falsas lágrimas preparando-se para a assimilação romantizada da sua figura, da sua luta e da sua importância histórica. Não faltaram t-shirts, mochilas e outra bugigangas a eternizar-lhe o sorriso num mercantilismo estudado. Como o não podiam omitir, assimilaram-no. Reduziram-lhe a expressão da verdadeira dimensão, neutralizaram-lhe o exemplo que foi (e é) a forma segura de não ser seguido. 

Adore-se o nome, nem importa o resto. Venere-se, pois venerar é o meio caminho entre o querer ir e o ficar parado...

Não esquecer que Mandela foi um homem com partido. Com o partido, geriu a luta quando era a hora de lutar e geriu a paz quando esta era a solução.
Que nos fique o legado da sua enorme sabedoria; como espelho, o seu olhar. Que nos fique sobretudo a memória dos gestos e o exemplo do feito, mais que a palavra!
Que nos fique a História!
"Cuito Cuanavale foi a viragem para a luta de libertação do meu continente e de meu povo do flagelo do apartheid"

17 julho, 2018

A CPLP... Porque não faz parte de um Plano B?



Na ilha cabo-verdiana do Sal  decorre hoje e amanhã a XII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, evento que marca a passagem da presidência do Brasil para Cabo Verde, que assumirá os destinos da organização nos próximos dois anos.

Em entrevista à agência Lusa, antecipando a realização da cimeira, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, Luís Filipe Tavares, mostrou-se convicto de que a CPLP será “uma grande organização no futuro”, e deu exemplo de iniciativas futuras:
”Vamos levar algumas iniciativas para as Nações Unidas para um cada vez maior reconhecimento da língua portuguesa no quadro das organizações internacionais. Há várias organizações internacionais em que a língua portuguesa tem um caminho a fazer para se afirmar como língua de cultura e conhecimento e uma língua que federa povos, países, hábitos”
Um dia me perguntei porque a CPLP não faz parte de um Plano  B, e mais de uma vez o fiz.

Vamos à luta? 
Comecemos pela língua, que é linda
Linda e única

João Semedo, in memoriam (1951-2018)

«(...) Gostava de distinguir situações diferentes: há os camaradas que são amigos e há os que são apenas camaradas, não são propriamente amigos, apesar de ligados por laços de solidariedade. Mas solidariedade não é amizade. Os amigos, até podem ter ficado alguns no partido, alguns ficaram, mas a amizade vem connosco, continua. Tenho amigos comunistas, isso não constitui qualquer problema, a não ser garantir uma série de boas discussões. Nunca me senti persona non grata junto do PCP ou dos comunistas. O que seria de todo incompreensível: sou um homem de esquerda, empenhado no socialismo, estou na mesma margem da vida que os comunistas. Não vejo por que razão nos deveríamos desconsiderar mutuamente. »
João Semedo, aqui
Se o tivesse conhecido talvez tivesse sido seu amigo. O médico e ex-coordenador do Bloco de Esquerda faleceu esta terça-feira, com 67 anos. À família, amigos e ao seu actual partido apresento as minhas condolências.

16 julho, 2018

O OBSERVADOR saudoso das politícas do "Arco da Governação"

«Nas situações em que as escolas com contrato de associação prestam um serviço educativo melhor que a escola estadual, qual o sentido de extinguir o contrato e optar pela pior solução para os alunos?», diz o Homem Cristo

«O fim dos contratos de associação representa a maior destruição de valor educativo de que há memória gerando repercussão negativa nas economias locais e a deslocalização forçada de milhares de alunos», diz um tal Muñoz

«transparência nos critérios», exige a Cristas. 
Tudo isto, escrito no mesmo espaço jornalístico de O Observador, deixa a dúvida de se o que lá também consta não terá a ver com a mágoa por os tais constituídos arguidos do Grupo GPS se terem deixado apanhar. E por se terem deixado apanhar, carrega-se neles com um texto urdido à laia de investigação jornalística sem acrescentar nada ao conhecido (ver abaixo, o vídeo).

O que dói à direita (e ao jornal) é ter o financiamento aos colégios privados caído a pique (de 136  a pouco mais de 50 milhões de euros, em 4 anos) e o financiamento ao Grupo GPS ter sido reduzido a quase um terço.

No seu artigo, O Observador adjetiva o trabalho da jornalista Ana Leal como reportagem, mas do que se trata é de um excelente trabalho de investigação que destrói a tese do Homem Cristo, as lucubrações do Muñoz e as lamurias da Cristas.

15 julho, 2018

Um conto ao Domingo - XVII ("A Pipoca")

«Tal como com um cão, na prosa há a possibilidade de evolução: progride-se e aprende-se na escrita, treina-se a caneta como se treina um rafeiro e eventualmente vemo-la fazer truques, mas percebemos sempre como é que o cão fez aquilo. A magia da poesia é a oposta, é nunca percebermos como é que o gato se contorceu para se enfiar no buraco, através duma estreiteza em que não podia caber; não se ensina ninguém a ser poeta
tirado do texto "Prosa cão, poesia gato"

Estava, como é meu estar, a salvar o mundo quando chegou a minha Teresa.
"A Pipoca desapareceu. Deixaste a porta aberta?"
"Seguramente que não. Nem a porta nem a janela!"
 Arrumei apressadamente a tralha, aquela que uso para salvar o mundo e fomos para casa. 

A Pipoca chegara ontem, sábado, ao fim da tarde trazida pela minha-mais-nova que de partida para duas semanas de férias a deixara  por guarda. Do tempo que faltava para a noite e depois durante esta a Pipoca, esquiva e arisca, ia mudando de canto em canto alternando lugares da casa, para ela desconhecida. Comida, nada. Bebida, nada. E também nada quanto a outras necessidades básicas. Se miou, mal se ouviu. Já noite dentro, lá se roçou na Teresa, num roçar carinhoso. De mim, fugia a quatro patas, mal me ouvia a voz ou os passos. Esta manhã, a Pipoca, postara-se à porta do nosso quarto. Andou por aqui e ali, um pouco por todo o lado, já mais afoita. Sai, para ir salvar o mundo, tendo o cuidado de fechar a porta. Agora desaparecera.

A Teresa ligou à nossa-do-meio que em menos de meia hora se juntou às diligências da procura. 
"Será que se esgueirou pela fresta da janela?" - alvitrou lembrando-se do Gato que, daquela mesma, tinha caído duas vezes à rua.
Continuámos a busca abrindo máquinas e armários procurando por detrás, por cima e por baixo. Nada.  

Foi por descargo de consciência que subi ao patamar de cima e desci à rua. Nada. 

Como se diz que os gatos pressentem o stress dos humanos, e talvez por isso, ela se deu a mostrar. Miou, como se estivesse a dizer aqui estou. Disse-o pregando seus grandes olhos em mim, e depois passou-se-me por debaixo da perna, impávida e serena.

A Pipoca é imprevisível ou não fosse ela... poeta.

continua no próximo domingo 

14 julho, 2018

O que ele dizia, quando andava sóbrio

«(...) Em 2015 um grupo de economistas e universitários de todo o mundo caraterizaram esta política (o neo-liberalismo) como “uma política de ameaça, de ultimato, de obstinação e de chantagem”, que “significa, aos olhos de todos, um fracasso moral, político e económico do projeto europeu.” Neste mesmo ano, Jean-Claude Juncker confessou publicamente que as políticas de austeridade regeneradora são políticas que “pecam contra a dignidade dos povos.”(...)»
Neste texto (a não perder) percebe-se que, ou a "narsa" ainda não tinha chegado ou os vapores da "ciática" já teriam passado, num raro momento de sobriedade.

 

13 julho, 2018

D. António Ferreira Gomes e as 35 horas de trabalho...

«Tomemos, por mero exemplo, as greves de Abril em Espanha, que os jornais  disseram provir duma exigência de redução de horas de trabalho (embora pareça que isto não é verdade).
Logo se falou, parece que oficialmente, de comunismo.
Mas não tinha o Papa, pouco antes, falado da perspectiva da diminuição do tempo de trabalho e das novas responsabilidades de aí emergentes para a Igreja e para a Sociedade?...»
D. António Ferreira Gomes, in "Carta a Salazar"
13 de Julho de 1958
 Claro que relembro a carta por muito mais que o citado, relembro pela actualidade do texto e pela exemplaridade do acto.

Hoje, só por isto, seria excomungado o Bispo! 

12 julho, 2018

«Santos Silva é uma espécie de Francisco Assis com maior jogo de cintura...»

«(Santos Silva é uma espécie de Francisco Assis com maior jogo de cintura. Disse em tempos que adorava “malhar” na direita, mas que ainda gostava mais de “malhar” no PCP e no BE. António Costa teve logo que vir a terreiro e tirou-lhe o tapete. (Ver notícia aqui). Santos Silva está mortinho por cair nos braços de Rui Rio. É um estúpido. Já se esqueceu que a direita apunhalará o PS mal ache que tem condições para ganhar as eleições. Foi isso que Passos fez ao governo de Sócrates do qual Santos Silva fazia parte. Há tipos que nunca aprendem, por muitos cabelos brancos que lhes cresçam ou por muita calvície que os ataque.»

Comentário da Estátua, 12/11/2018)
A data tem uma gralha? Estará errada? Ou faz em antecipação a altura em que "a matéria" estará em cima da mesa?
E depois... quem tirou o tapete a quem?

11 julho, 2018

"A VERDADE DOS SONHOS"


Houve tempos em que os animais falavam
Hoje, esses tempos voltaram
disse o Dique, estendendo-me uma rosa
_____________
A VERDADE DOS SONHOS
«Para ser grande sê inteiro. Nada teu exagera ou exclui.Sê todo em cada coisa,põe quanto és no mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua brilha, porque alta vive.»
-Fernando Pessoa
-Não, Ricardo Reis
-Estávamos como estamos, num país onde os cães que não mordem se desesperam a ladrar.
-O Dique não ladra
-Mesmo assim, o país com olhos tristes, ri de cócoras
-Fernando Pessoa foi um místico
-Vamos dormir?
A esta hora todos dormem

Foi assim neste diálogo inventado,quase institucional que exaustos numa amálgama de sons imperfeitos nos recolhemos ao paraíso dos silêncios tresmalhados.

Aqui beneficiamos dos improvisos sábios do Dique, do generoso galinheiro com vistas para a rega automática, da serenata das folhas quando o vento lhes assobia.

Um dia parámos as bicicletas numa azinhaga junto de uma tosca placa, de madeira, que anunciava - Vendo patos.

Adolescentes como Ricardo Reis, comprámos uma pata com as crias. Todos mudos para não interferirem no belo canto do galo - um tenor ancião que subia ao poleiro para exibir a voz quando a lua acontecia. Na lua cheia chegava mesmo a enrouquecer, mas ao país que o aplaudia não votava.

Nesta harmonia bucólica os patos cresceram e inesperadamente começaram a depenar as galinhas. O galo deixou de cantar e o Dique esteve na eminência de ladrar, mas conteve-se para não se confundir com o poder.

A noite estava cerrada quando decidimos intervir. Transportámos os bancos da cozinha para o galinheiro, um violino e o meu mais recente livro de metáforas.

Patos de um lado, galinhas do outro. Nem um piu, um pestanejar de olhos. Só um ressoar de penas para aconchego das asas.

À porta do galinheiro, o Dique, imponente, observava sem dizer uma palavra.
-Começas tu com as metáforas?
-Prefiro o violino

Comecei a soletrar um poema, e outro e outro. ao som do violino, até os animais adormecerem.
O Dique levantou a cabeça e fez-se luz.
Começou a lamber a lua cheia e o galo despertou para cantar.
Retirámo-nos pé ante pé para não perturbar o concerto.

No dia seguinte a pata tinha sido galada pelo tenor. As crias visivelmente reconhecidas afagavam as penas das galinhas, que punham ovos nos sítios mais incríveis.
-Acorda - acabei de sonhar
-Outra vez o Ricardo Reis?
-Já ouvi essa historia e continuo a não entender como é possível um cão numa noite cerrada lamber a lua cheia.

Onde está a verdade dos sonhos?

Eufrázio Filipe, aqui

10 julho, 2018

Grutas da Tailândia, a salvo. Outros, aguardam

NOUTRAS “GRUTAS”, MUNDO AFORA...

Nem todos os medos moram numa gruta...
Companheiro escuta; por quantos degredos,
Sem tecto ou brinquedos, sem sopa nem fruta
E tratado à bruta, não passa o que em credos

Esconde os seus segredos no seio da luta?
E esse que labuta e que fere os dedos
Nos rijos penedos duma terra enxuta,
Sem colher folguedos, como se em recruta

Sem alternativa, vivesse hora a hora
Para quem o explora, sem cuidar que viva?
Esse, o que se priva, esse, o que se ignora

O que nada implora e na dor que o criva
Espelha a mãe nativa que o beija e que adora,
Pondo nesse “agora” vida e perspectiva...

Maria João Brito de Sousa, aqui

09 julho, 2018

Grutas da Tailandia vs Faixa de Gaza. Quem os salva?

Foto roubada ao Vaticano, mas com a bênção do Papa Francisco
Nas grutas da Tailândia as operações de  salvamento das crianças aproximam-se do fim.
Na Faixa de Gaza, nem começaram.
Na Tailândia, o Mundo à volta ergue-se, mobiliza-se, ajuda, comove-se.
Pelas crianças da Faixa de Gaza o Mundo permanece quedo e mudo. Pelas crianças da Faixa de Gaza, nem uma só palavra, nem uma só lágrima.
Qual a distancia que separa a Tailândia de Gaza? Para a solidariedade não há distâncias, para o cinismo sim. Entre Gaza e a Tailândia vai uma distância sem fim. Ou dito de outro modo, a distancia quem a dá é quem move o Mundo, e a imprensa ajuda muito...

Das grutas se escapa, da faixa não!

08 julho, 2018

Nunca, em 78 anos, o Mundial se decidiu com Brasil e Argentina de fora (como se tal fosse verdade...)

«Há um talento natural no futebol. Mas quando vemos as cifras que se gastam, principalmente na Europa, então nos damos conta que nossas disponibilidades são ridículas. Real Madrid e Barcelona devem gastar mais com salários no ano do que o futebol uruguaio em toda a sua vida. Então, esse é um fenômeno que dá charme ao futebol: apesar do dinheiro, times com recursos escassos podem ter sucesso.»
Este Campeonato do Mundo desmente as palavras acima, de Pepe Mujica, ex-Presidente do Uruguai, uma seleção que ficou, além do Brasil e da Argentina, pelo caminho. 
No Continente Europeu há muito que não se pratica futebol enquanto desporto. Futebol é, sobretudo, negócio e forma de promoção de nacionalismos bacocos... tudo à custa do bom futebol que vai cooptando a outros continentes. Uma das negociatas que dá proveitos é a promoção de duplas-nacionalidades...  

No Campeonato da Europa, em 2016  (e a realidade não se terá alterado muito):
« (...) para o cenário geral, dos 552 jogadores que vão (foram) ao Euro, 128 têm dupla-nacionalidade, o que corresponde a quase 25%. A França e a Suíça são as selecções que mais jogadores têm nesta qualidade, num total de 14. Na selecção francesa destaca-se, por exemplo, o antigo jogador do FC Porto, Mangala, que também tem nacionalidade belga, ou a estrela da Juventus Paul Pogba (Guiné-Conacri). Na Suíça, há jogadores com origem muito diversa, desde o Chile (Ricardo Rodríguez) ao Kosovo (Behrami e Shaqiri), passando por Cabo Verde, onde nasceu o antigo jogador do Sporting, Gelson Fernandes.
No pódio está ainda a Bélgica, com 12 jogadores nestas condições, sendo que seis deles têm passaporte da República Democrática do Congo, incluindo o valioso trio de avançados: Lukaku, Benteke e Batshuayi.»
_______________
Tendo lido há pouco isto, o Mundial agravou o Euro.
e Maradona pode ser até apresentado como cromo
mas sabe da poda. Ó se sabe!

06 julho, 2018

Uruguai e Brasil afastados, ex-presidentes comentam


Hoje, Uruguai e o Brasil foram-se. O primeiro jogo, segui-o pelo canto do olho e da mesma forma segui o outro. Não sabendo comentar, procurei quem o fizesse. Pepe Mujica e Lula da Silva. 
Os ex-presidentes encontraram-se o mês passado e, além de me terem citado, teve Mujica esta frase premonitória: 
"Se o Brasil anda bem nós andamos bem. Se o Brasil anda mal, nós andamos mal." - Jornal do Comércio (http://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/politica/2018/06/634362-mujica-diz-que-falou-sobre-politica-e-futebol-com-lula.html)
«Se o Brasil anda bem, nós andamos bem.
Se o Brasil anda mal, nós andamos mal.»
Só depois percebi, que era a coisas importantes que ele se referia... 

De seguida encontro outro texto. Este, entre outros:
«Durante a abertura do Quinto Encontro Latinoamericano de Futebol de Rua, em Montevidéu, Mujica falou: “Não se enganem jamais em conseguir a vitória fácil, porque toda vitória significa trabalho e suor. Não há nenhum triunfo virando a esquina. Joguem bola, mas, por favor, queiram e respeitem a vida que é o melhor capital que vocês têm. Não deixem que roubem suas ferramentas e nem que a transformem em uma droga. Trabalhem, mas… Sabem de uma coisa? A vida é charmosa. E na etapa em que vocês estão, não podem deixá-la escapar. É charmosa, não percam o tempo de sua juventude”.
"Se o Brasil anda bem nós andamos bem. Se o Brasil anda mal, nós andamos mal." - Jornal do Comércio (http://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/politica/2018/06/634362-mujica-diz-que-falou-sobre-politica-e-futebol-com-lula.html)
"Se o Brasil anda bem nós andamos bem. Se o Brasil anda mal, nós andamos mal." - Jornal do Comércio (http://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/politica/2018/06/634362-mujica-diz-que-falou-sobre-politica-e-futebol-com-lula.html)

05 julho, 2018

Todos os dias podem dar azo a um dia histórico, nem que seja por más razões

«Estão em causa limites que vigoram em Portugal desde 10 de Maio de 1919 (Decreto n.º 5616) e que foram aprovados pela Convenção n.º 1 da Organização Internacional de Trabalho, de 29/10/1919.

O direito do trabalho nasceu no final do século XIX para mitigar a desigualdade entre empregadores e trabalhadores, protegendo estes, em especial, os jovens e as mulheres.

Em Portugal, a Constituição da República Portuguesa garante, nos artigos 53.º e 59.º, a segurança no emprego e o direito dos trabalhadores à organização do trabalho em condições dignificantes.

Assim sendo, impõe-se que as anunciadas alterações legislativas respeitem estes princípios fundamentais, contribuindo para a crescente humanização do trabalho.»

ler tudo no "Antreus"
... e ainda
«O Parlamento vai amanhã discutir o novo acordo laboral, fechado na comissão permanente da concertação social.

E, como os governos nunca quiseram clarificar a questão, vai gerar-se - de novo - aquela confusão que interessa à direita: deslocar o poder legislativo do Parlamento para o entregar a um fórum em que a correlação de forças lhe é favorável. Algo que se assemelha bastante a um neo-corporativismo, mas que mais não é do que a governamentalização do poder legislativo. E os deputados deixam.»

ler tudo no "Ladrões de Bicicletas"
... e ainda
«Contra o acordo laboral do Governo PS, lutar pelos direitos e o aumento dos salários, valorizar os trabalhadores».Este deve ser um momento de resposta à opção assumida pelo Executivo e pela UGT de privilegiar o acordo com os patrões, que resultou numa proposta que a principal central sindical nacional considera ser «contrária aos interesses dos trabalhadores e ao desenvolvimento do País, porque acentua desequilíbrios na repartição da riqueza, põe em causa a segurança no emprego, perpetua a precariedade, ataca a contratação colectiva e reduz direitos e rendimentos dos trabalhadores»

ler tudo em "Abril, Abril"

04 julho, 2018

Saramago e um seu "caderno" perdido, agora achado...


Nunca me surpreendo com más noticias, só com as boas. Sou assim. Aquando da noticia da troca de editores, não me surpreendi. Nem com a partida de Saramago, pois a vida tem sempre um limite mesmo para quem impôs intermitências à morte, como um dia vos contei

Dizia Zeferino, único editor português com um Prémio Nobel, perante a decisão de lhe passarem a perna :
O dinheiro tem muito importância, mesmo quando a gente acha que não. Existe a Fundação Saramago, não é fácil gerir uma fundação assim, e a oferta que tiveram era relevante. A Pilar ainda me perguntou: "O que é que tu achas?" E eu disse: "Se me pões a mim num prato da balança e no outro pões meio milhão de euros, o que queres que eu ache?" Não acho nada. Não gosto de estar a chatear as pessoas e não tenho feitio para me chatear com ninguém. 
Eu também não tenho feitio para chatear quem quer que seja e, saramaguiano até ao tutano, aguardo o livro... que estava estranhamente perdido e que agora foi achado...
(alterei este final, o que cá estava soava mal.)

02 julho, 2018

A minha primeira tarefa p´ra Festa (aquela que não há outra como esta)


Eu e o Bruno estamos fazendo coisas pela primeira vez. Mas, ele que era iniciado, ficou convencido que eu era mais que batido...

Quanto à Festa, ainda não decidi o que vou ser. Não sei se serei entregador de martelos, se abastecedor de pregos, se recuperador de fogões, se escolhedor de telas e estrados, se testador de esquentadores... mas nada acontecerá como no ano passado... este ano vou estar em todo o lado e depois... conto não perder "Vado"

01 julho, 2018

Portugal precisa de mais crianças!


Portugal precisa de mais crianças! Para Portugal ter mais crianças é preciso que os jovens casais tenham confiança e vontade de ter mais crianças! Para que os jovens casais tenham confiança e vontade de ter mais crianças é preciso dar condições aos jovens casais para que possam dar colo às crianças.

Passei praticamente todo dia no batizado da Carolina. Festa linda, com crianças por todo o lado. Escrevi assim num livrinho de dedicatórias que os pais da Carolina fizeram circular entre os convidados:
Foi muito bonito o teu batizado e dele guardarei duas recordações. A primeira, será o teu sorriso. A segunda, os colos que ias percorrendo entre muitos teus amigos presentes que te adoram. Fica o meu desejo: que no futuro, não te falte nem o sorriso, nem o colo.
Escrevi, certo que meu desejo será cumprido. Os pais da pequenina Carolina têm emprego estável, de trabalho não precário cumprem horários estáveis. Essas garantias fizeram com que desejassem ter (mais) essa filha...

Quem ousar falar em dar incentivos à natalidade, terá que começar  por falar em como assegurar esse colo, e depois, terá de falar de cresces, escolas e... pavilhões, para todos. Mais pavilhões gimnodesportivos? Sim, são precisos! Bem dimensionados, cuidados e onde se assegure emprego digno a quem treine crianças. Caso contrário, como  proporcionar ao Diogo aquela escola de vida

E, falando de netos, chegou ontem mesmo este vídeo da Maria, que continua, depois da sua primeira medalha, a ser muito aplaudida: 


A minha neta Maria representou, num sarau na Figueira da Foz, o Clube Náutico de Abrantes...