Eisntein
"Minha pátria é minha língua"
Fernando Pessoa
"Angola é um país no qual o Japão tem muito, muito interesse. O Brasil tem o mesmo interesse. Portugal, idem aspas. Porque é que não colaboramos?"
Akira Miwa
As duas primeiras citações constam de um artigo de opinião - O redescobrimento do Brasil - assinado por um brasileiro, Carlos Nepomucemo, publicado no semanário Expresso de hoje (não disponível on-line). A leitura recomenda-se e o citado artigo termina assim:
"Não seria um erro estratégico colossal ignorar o Brasil e outros países de língua portuguesa como se está a fazer?"
A terceira citação é minha, de um post editado em Agosto de 2010 e o senhor citado é o actual embaixador do Japão, em Portugal. Vejamos o que este senhor disse mais:
“O interesse do (vosso) Governo está muito voltado para o centro da Europa, o que acho natural. Mas isso traz efeitos secundários.Com esse sucesso europeu, o país tende a esquecer a importância que poderia ter no resto do Mundo, fora da Europa. Sobretudo agora, num momento em que assistimos às dificuldades económico-financeiras em toda a Europa. Penso que o Governo português e o sector privado deveriam repensar sobre a sua dependência um pouco exagerada do mercado europeu.”
“... como ministro Finanças e como primeiro-ministro (Cavaco Silva) visitou várias escolas japonesas e tinha ficado agradavelmente surpreendido com o conhecimento histórico das crianças sobre Portugal. Vocês deviam fazer o mesmo nas escolas, ensinar a cultura e a história dos países por onde passaram. É uma pena não o fazerem. Faz parte da memória. Não a manter é quase esquecer o passado. Falo também da índia, da China. Estão a perder a vossa memória.”
“Há muitas semelhanças entre portugueses e japoneses (…) A maneira de ser, o modo de reagir é muito igual. À parte o nosso relacionamento histórico, temos muito em comum. O japonês é mais português que espanhol. Para nós a Espanha é um país muito interessante, sim, mas por causa da diferença. Portugal é como se fosse o Japão europeu".
“Apesar do nível económico fraco, o nível de compreensão cultural e artístico (dos portugueses) é muito superior” (ler tudo aqui)
Não se pense que só de fora nos vêem assim e nos sugerem alternativas relativamente ao "rumo que a barca leva" (lembram-se do "pensar fora do paradigma do quadrado"? e dos "avisos dos faroleiros?"), também por cá se ouvem, a "deshoras" de serem escutados, alertas e recomendações ajustadas. João Ferreira do Amaral, na segunda-feira passada, no Programa "Prós e Contras", ao 16º minuto da parte dois, dizia coisas que não se repetiram, nem foram comentadas depois (se lá forem, não deixem de escutar António Espanha). Também na Antena 1, em entrevista a Luís Bento, membro do "Grupo de Paris" (relacionado com a Ética e Responsabilidade Social), se fazem apelos à discussão de alternativas à Europa e à consideração da alternativa CPLP. Não o fazer é afundar-mo-nos no abismo e, o pior, com a consciência de que será isso mesmo que vai acontecer, assumindo a insanidade de que fala Einstein...
Seja então a CPLP o nosso "Plano B". Vamos discuti-lo?
Pois é, foi para continuar a ter a oportunidade de me encontrar com ideias destas que decidi regressar à blogosfera.
ResponderEliminarCPLP?
Que seja, sim, o nosso "Plano B". De há muito que o entendo.
Abra-se a discussão.
Voltarei
Caro Rogério
ResponderEliminarNão tenho grandes achegas para dar, mas é claro que o futuro passa por aí. Para além da lingua e do conhecimento, há a história.
Não tenho dados à mão mas penso que só para Angola já vão parte considerável das nossas exportações.
Vamos difundir mais esta ideia de que se a Europa, a dos "ricos" nos quer tratar como "indigentes" mostremos que somos capaz de fazer coisas.
Boa!
Rogério querido,
ResponderEliminarTalvez se os países considerados de segunda classe pelos "ricos" se unissem, independente da língua, desde que aliassem a valorização do homem, o respeito e cuidado pela natureza, às ambições econômicas, seria uma saída com perspectiva de sucesso.
Por isto também tenho paixão pelo Japão. Tudo que é pensado para o país é ensinado às crianças, desde pequenininhos: “... como ministro Finanças e como primeiro-ministro (Cavaco Silva) visitou várias escolas japonesas e tinha ficado agradavelmente surpreendido com o conhecimento histórico das crianças sobre Portugal. Vocês deviam fazer o mesmo nas escolas, ensinar a cultura e a história dos países por onde passaram. É uma pena não o fazerem. Faz parte da memória. Não a manter é quase esquecer o passado. Falo também da índia, da China. Estão a perder a vossa memória.”
Obrigada pelo excelente artigo!
Girassóis nos seus dias. beijos.
E acha que este governo é capaz de pensar nisso? Duvid+ó=dó! Só pensam em sacar, sacar, sacar ao povo!
ResponderEliminaro resto do mundo ja esta a fazer isso
ResponderEliminarapesar de tudo a Uniao europeia acaba por ser menos unidas que o resto do mundo desunido
Bjinhos
Paula
E sem a memória e a história morremos na praia onde,um dia, plantámos o orgulho e partimos espalhando a nossa identidade. E fomos tanto, no nada que agora somos...
ResponderEliminarUm abraço
Olá, "minha pátria é minha língua", adorei esse trecho de Fernando Pessoa.
ResponderEliminarO texto é pra quem está a par do assunto, vou deixar, mas penso que as coisas vão melhorar, vão sim. Fé!
União!
Um beijão pra ti do Brasil, me faz a visitinha de domingo, eu agradeço e te espero.
Mery*
Discutamos, sim!
ResponderEliminarAcresecento só uma coisa: as criaturas não têm uma Plano "A", quanto mais um Plano "B"...
Bom domingo.
Muito proveitosa a minha passagem por aqui, hoje.
ResponderEliminarA questão do "Pensamento" está indiscutivelmente na base da evolução ou regressão das sociedades.
Mas as vozes dos pensadores são na atualidade sobaproveitadas e até silenciadas porque este modelo económico revela-se ainda muito interessante para os senhores do dinheiro.
Mesmo perante a situação dramática que se vive nos países periféricos como o nosso, encarar outras possibilidades, refletir para encontrar alternativas não é sequer uma ideia seriamente considerada.
Continuo a pensar que o destino de Portugal se cumprirá com os olhos postos no mar, de costas para a Europa. O mar não é só romantismo e nós, os Portugueses, sabemo-lo bem. Pelo menos aqueles que mantêm viva a memória.
Um beijo
Obrigada
L.B.
... porque não há um plano B
ResponderEliminarOs mercados estranguladores
são tartufos
Amigo Rogério, alguns dos nossos jovens, já estão a optar pelo Plano B. Eu conheço alguns.
ResponderEliminarTal como "ofereceu" lá na Turista, levei dois mapas dos seus! Obrigada por aumentar a minha colecção. :)
Muito bom o que li por aqui e é uma pena que entretanto já muito se tenha desperdiçado na CPLP, nomeadamente em Moçambique onde outras línguas já tentaram ganhar terreno.
ResponderEliminarFaçamos então todos uma força para que a grande comunidade de países de língua portuguesa possa mostrar o que vale.
Beijos
Foi uma pena o virar costas ao «nosso mundo» africano.
ResponderEliminarO europeismo sempre foi a visão de uns tantos míopes.
Miopes e de memória curta, ou então é falta de cultura.