"Bandeiras Vermelhas" - Maria Helena Vieira da Silva
Elogio da Dialéctica
A injustiça avança hoje a passo firme
Os tiranos fazem planos para dez mil anos
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são
Nenhuma voz além da dos que mandam
E em todos os mercados proclama a exploração;
isto é apenas o meu começo
Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem
Aquilo que nòs queremos nunca mais o alcançaremos
Quem ainda está vivo não diga: nunca
O que é seguro não é seguro
As coisas não continuarão a ser como são
Depois de falarem os dominantes
Falarão os dominados
Quem pois ousa dizer: nunca
De quem depende que a opressão prossiga? De nòs
De quem depende que ela acabe? Também de nòs
O que é esmagado que se levante!
O que está perdido, lute!
O que sabe ao que se chegou, que há aì que o retenha
E nunca será: ainda hoje
Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã
Bertold Brecht
Brecht canta a esperança e a resistência dos oprimidos como ninguém.
ResponderEliminar"Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis"
Bertold Brecht
Um beijo
Lídia
Li hoje este artigo "para amanhã".
ResponderEliminarEsperamos - ah, se esperamos! - poder travar o que se aproxima. Pressinto, no entanto, que muita gente não entendeu ainda a enormidade do que se avizinha...
Abraço vermelho!
a luta continua...
ResponderEliminarNada os demove, e quem ainda não entendeu, quando acordar, irá então perceber a miséria colectiva onde estará atolado.
ResponderEliminarSó está perdido aquilo porque não se luta.
Bem hajas
Kandandos
Fazendo uma rima bem ao seu género
ResponderEliminarA luta será eterna
O poder, esse, é efémero.
Bjs
Meu amigo, hoje ouvi com emoção esta famosa frase na boca das novas gerações:
ResponderEliminarO POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO!
Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã!!!
Beijinhos
Bertold Brecht é SEMPRE uma escolha de eleição!!!
ResponderEliminarContra o costume, respondi ao seu comentário, Rogério.
E agora vou buscar os selinhos.
Caro Rogério
ResponderEliminarÉ preciso dizer BASTA. Gritar até que a voz nos doa.
Foi com grande emoção que no dia 15 de Outubro na manifestação dos indignados gritei bem alto esta frase durante a marcha.
O POVO UNIDO JAMAIS SERÀ VENCIDO
Beijo
Oie Rogério
ResponderEliminarQuerido sempre aqui, na torcida.
Beijos
Meu carinho.
Rogério tudo depende de nós, pena que muitos deixem nas mãos dos outros as grandes decisões da vida deles. Um dia na antiga IP 5, Vilar Formoso-Guarda, na via em que eu ia havia duas faixas, na contrária apenas uma e risco contínuo. Eu ia na fase final de ultrapassagem a um TIR. Vejo de repente um sujeito à minha frente, pisou o risco contínuo e pôs-se a ultrapassar, que me fazia sinal de luzes para eu sair da frente. Ele não só pôs a nossa vida em perigo como pôs a vida dele na minha mão. Alguma vez farias isto? Eu não. Jamais deixaria que alguém resolvesse algo por mim. Ele confiou em quem não conhecia, teve sorte mas podia ter provocado várias mortes ao ter pisado aquele risco e ao não ter resolvido o problema que criou. Beijinhos
ResponderEliminarp.s. Vou dar uma vista de olhos no blog. É hoje
Só cheguei agora, mas sempre a tempo de ler o grande Bertolt Brecht, a sua lucidez e a sua esperança que tanto acompanhou a minha juventude. Já me tenho perguntado porque surjem de novo tantas vozes e tantos heróis das lutas que se travaram nos anos sessenta? Pressinto que estas lutas sejam mais difíceis porque o inimigo é mais subtil, mas é nesses nossos heróis que buscamos alento.
ResponderEliminarAo ler este texto lembrei-me do "Operário em Construção" de Vinicius de Morais e só não o transcrevo para aqui por ser demasiado grande para um comentário.
Obrigada por esta partilha Rogério, o poema é lindíssimo e no dia a seguir à greve o importante é esta consciência de dever cívico cumprido nesta prespectiva de que se constroem "os vencedores de amanhã", mesmo que ela represente um dia de salário perdido, que muitas vezes é um sacrifício maior do que se possa imaginar, mas podem ser dias de vida ganhos no futuro dos nossos filhos e netos, porque é preciso mostrar o descontentamento, porque é urgente agir.
Um abraço.
Brecht, sempre actual!
ResponderEliminarUm abraço.
Que melhor companhia para Brecht do que aquele quadro da Vieira da Silva?
ResponderEliminarNão poderia ser mais apropriado!
ResponderEliminarComo posso vir visitar-te, amigo? Passei a trabalhar cerca de 50/60 horas semanais na Escola...
Beijinho
Belíssimo poema! Cheio de força e de esperança! Bem precisamos!
ResponderEliminarBeijinho