20 fevereiro, 2019

Ramalho, o enfermeiro mártir


Começo a ser conhecido por aplicar, sempre que posso, a lei do menor esforço. Não que tenha tal vicio, mas para quê escrever algo que já está escrito? E bem escrito, ora leiam:
«(...) Há alguns meses, dois sindicatos dos enfermeiros iniciaram uma luta a favor daquilo que consideram justas reivindicações dos enfermeiros.Entre essas reivindicações destacam-se o aumento salarial de 400 euros (de 1200 para 1600) para todos os enfermeiros em início de carreira e a reforma aos 57 anos (neste momento, a reforma é aos 66 anos e 5 meses). Como o Governo não cedeu, o Sindicato Democrático dos Enfermeiros e a Associação Sindical dos Enfermeiros (ambos formados recentemente), declararam greves prolongadas em novembro e dezembro do ano passado e todo o mês de fevereiro deste ano.
Em resposta, o Governo pediu um parecer ao Conselho Consultivo da Procuradoria Geral da República sobre esta greve e a PGR considerou que a greve era ilícita, por dois motivos.Em primeiro lugar, porque o pré-aviso de greve indicava que ela seria total e, afinal, só os enfermeiros dos blocos operatórios fizeram greve e, mesmo assim, em regime rotativo. Graças a esta artimanha, bastava que um enfermeiro fizesse greve para que o bloco não pudesse funcionar. No dia seguinte, outro enfermeiro faria greve e o bloco continuava parado.
Deste modo, milhares de cirurgias tiveram que ser adiadas. Entretanto, os restantes enfermeiros, quer os hospitalares, quer os dos Centros de Saúde, não faziam greve.Em segundo lugar, a PGR considerou ser ilícito o financiamento dos grevistas por um crowdfunding, angariado no Facebook, e que era gerido por uma empresa e não pelo sindicato.
Após este parecer da PGR, a Associação recuou e desconvocou a greve, mas o Sindicato reagiu, através do seu presidente, e levou a luta para novos patamares. Carlos Ramalho, o presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros, criado em 2017 e cujos estatutos foram alterados e republicados no final do mês passado, afirmou aos jornalistas:
“Se era necessário um mártir, ele está aqui, sou eu, Carlos Ramalho, presidente do Sindepor”.
E, por esse motivo, iniciou hoje uma greve de fome à porta do Palácio de Belém.
Acho pouco.
Considerando as reivindicações – aumento salarial de 400 euros e reforma 9 anos antes dos restantes trabalhadores – Carlos Ramalho deveria, pelo menos, imolar-se pelo fogo, em frente ao Ministério da Saúde. Só assim o nome de Carlos Ramalho poderia figurar no monumento patente no Campo Mártires da Pátria!»
Este texto foi aqui roubado, 
que por seu turno o foi roubar a outro lado

9 comentários:

  1. Que confusão!
    Sei que trabalham bastante. Mas fazer greve pondo em perigo de vida os pacientes é que não. Deveriam ser considerados serviços essenciais e, consequentemente, sem direito a greve.
    Greve de fome?! Oh dear...

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  2. Catarina

    Só greve da fome?
    O gajo que arda
    que se imole

    Quanto ao teu dito, vou nessa
    a Lei da Greve
    deve deixar de ser esta

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  3. Confesso que não entendo a frase «Só assim o nome de Carlos Ramalho poderia figurar no monumento patente no Campo Mártires da Pátria». Qual monumento? O monumento ao dr. Sousa Martins? Que eu saiba, não há outro monumento no Campo dos Mártires da Pátria, em Lisboa, também chamado Campo de Santana

    Ora o monumento patente no Campo dos Mártires da Pátria só tem um nome, que é o do dr. Sousa Martins, representado em cima do pedestal. As placas de mármore que se acumulam à volta do monumento só referem um nome, que é o do dr. Sousa Martins, e agradecem os "milagres" que o grande médico alegadamente tem vindo a fazer depois de morto.

    O que é que uma greve da fome, ou mesmo uma imolação pelo fogo, tem a ver com o dr. Sousa Martins?!

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  4. Também estou sem comer, mas porque de todo não o consigo e tenho vindo a piorar paulatinamente.

    Abraço, enquanto posso.

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  5. Um bom exemplo de um abuso de direito. O desrazoável de exigir um aumento "colossal" quando já houve reposição dos valores cortados no passado, no tempo em que nos mandavam emigrar... Para tudo na vida, há-de ter bom senso, razoabilidade e sentido de responsabilidade, enquanto isso, quem paga imposto, vê as consultas e operações serem adiadas e a vida colocada em risco... Abraço

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  6. Quando é que será reposta a normalidade nos blocos operatórios que nunca foram muito normais?!

    Abraço

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  7. Que diabo, tocar no nome do santinho Sousa Martins em vão é pecado! Pior ainda porque ele continua depois de morto a fazer milagres. Lol

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  8. A todos os que comentaram, registo e agradeço os seus comentários

    Quanto ao Campo Mártires da Pátria, acho que deveria ser repreendido, não pela razão da repreensão, mas por sugerir que Ramalho devia imolar-se para ser considerado mártir. De facto, para ser mártir,
    devia era enforcar-se

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