14 janeiro, 2020

Brincando

BRINCANDO

Pusilânime, o velcro do sapato
Abre-se e mostra a meia e expõe o pé
Que disso não dá conta, que não vê,
Nem sente quanto agora vos relato.

Quem nisso reparou, foi o meu gato
Que mal assim o viu, que mal deu fé
Do velcro a ir e vir como maré,
Julgou ter visto a cauda de algum rato.

Fundem-se, gato e pé, numa só massa
Que gato que se preze, um rato caça,
Ainda que de velcro e cabedal

Ninguém tirou proveito da caçada;
Escapei, mas fiquei toda esgatanhada
E dei um raspanete ao animal.

Maria João Brito de Sousa
– 13.01.2020 – 11.48h
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Quem vai acompanhando a obra da Maria João
Sabe que raramente brinca
Mas quando brinca, é assim que fica

2 comentários:

  1. Faço votos que a Maria João continue a brincar com muita saúde 🍀

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  2. Ah! Trouxeste mesmo esta minha brincadeira até ao Conversa :) Obrigada, Rogério!

    Ontem, o meu blog dos sonetos fez doze anos.

    Quase nunca me lembro das datas de aniversário dos meus blogs mas, desta vez, lembrei-me e só não cheguei a assinalar a ´efeméride` porque estava com os olhos demasiado cansados para conseguir escrever dois dedos de prosa que merecessem ser lidos...

    Um forte abraço!

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