29 outubro, 2020

Hélia Correia e «uma espécie de síntese sobre a perplexidade do tempo que vivemos»

«nunca a poesia salvaria o mundo,
mas nunca este poderia ser salvo
sem ela.»
Jorge de Sena

MESTRES
(...)
E, pois que os Mestres deram ao desprezo
Os sentidos do afecto, o toque, o cheiro,
Vivendo ao longe, trabalhando ao longe,
Amando sem qualquer imperfeição,
O diligente vírus vem marcar
Toda a proximidade com veneno
Para que ela, mesquinha, antiquada,
Um vestígio animal, desapareça.
E ninguém dança já aquela dança
Da morte de outros tempos, já ninguém
Se despede da vida com banquetes
Entre o chiar dos ratos infectados.

Eis, pois, os Mestres, os senhores da terra
Dura e impermeável, gasta e morta,
Os incansáveis Mestres dos destroços,
A suja maravilha dos humanos.”
Hélia Correia

Roubei esta parte sem coragem para roubar todo o texto que o Fernando Paulouro das Neves publicou no seu NOTÍCIAS DO BLOQUEIO na esperança de que lá irão ler tudo... 

Vá lá!, espera o quê?

6 comentários:

  1. Com este pensamento de JS, eu concordo:

    «nunca a poesia salvaria o mundo,
    mas nunca este poderia ser salvo
    sem ela.»

    O resto, para saber se estou de acordo, irei ler amanhã.

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  2. Está época também ficará registada na literatura.
    Boa Noite.

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  3. Concordo absolutamente com estas palavras de Jorge de Sena.

    Abraço, Rogério!

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  4. Não vou lá porque já me debrucei sobre estes inédito de Hélia Correia, publicados no penúltiplo JL. Fiquei muito tempo a lê-los, aos "Mestres" tão bem retratados por esta atentíssima poeta. Gosto dela.

    Lídia

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  5. Jorge de Sena intelectual, poeta, tradutor, cuja obra muito admiro.

    Tenho que me dedicar mais à poesia de Hélia Correia.

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