02 janeiro, 2021

Morreram? Quem disse? - II


Eu, saramaguiano até ao tutano, não podia deixar passar em claro que Carlos do Carmo cantou Saramago. Tinha a vaga ideia de o ter feito e, vai daí, procurei e encontrei o Carlos ao lado de Saramago. 

Este documento documenta que os nossos mortos não morrem. 
É ver tudo o que se documenta pois nem aí falta Zeca Afonso e o retrato de outro homem inteiro, que por sê-lo o trago (também) sempre em pensamento. 

Cantar um poema junto ao seu autor não é missão fácil, por isso Carlos do Carmo desiste a meio... mas pode aqui ouvir o fado inteiro.

14 comentários:

  1. Continuarão "vivos" enquanto estiverem vivos os que os viram vivos.

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  2. RIP- Paz à sua alma
    .
    Votos de um Ano Novo feliz
    Cumprimentos.

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    1. Se este meu espaço fosse ao estilo facebuquiano
      deixar-lhe-ia um like seguido de um "obrigado"
      e talvez um emoji com um sorriso rasgado

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  3. Vi e ouvi a entrevista e também o fado. Não sabia que ele cantara José Saramago.
    Grata pela partilha.
    Abraço e saúde

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    1. Não terá havido
      poeta reconhecido
      que Carlos do Carmo
      não tenha cantado

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  4. Só se morre quando se cai no esquecimento.
    Quem deixou a voz, as palavras e a música, gravada nos corações de tanta gente, jamais morrerá.

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  5. Os poetas nunca morrem e quem os canta também.
    Vi o vídeo com atenção destacando esta frase do Carlos do Carmo.
    " Vivo num país onde as pessoas que fazem coisas superiores não são reconhecidas"

    Põe na mesa a toalha adamascada
    Traz as rosas mais frescas do jardim
    Deita o vinho no copo, corta o pão
    Com a faca de prata e de marfim

    Alguém veio sentar-se á tua mesa
    Alguém a quem não vês, mas que pressentes
    Cruza as mãos no regaço, não perguntes
    Nas perguntas que fazes é que mentes

    Prova depois o vinho, come o pão
    Rasga a palma da mão no caule agudo
    Leva as rosas á fronte, cobre os olhos
    Cumpriste o ritual e sabes tudo.

    Beijinho comovido

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    1. não sei quem está mais comovido
      se eu, se tu
      se o Mundo inteiro
      aquele Mundo em que me revejo

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  6. Eu tenho a mania de dizer que não gosto de fado. Manias... Porque quando ouço Carlos do Carmo, fico logo rendido e penso: «Se isto não é fado, onde é que está o fado?» Com o seu estilo pessoal e intransmissível, era fado que Carlos do Carmo cantava, e não outra coisa. O ano 2021 começou mal. Esperemos que vá melhorando ao longo dos meses e acabe tanto quanto possível bem, para o Rogério e para todos os visitantes deste blog.

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    1. Comecei, caro Fernando, a gostar de fado
      Quando, na guerra, fardado
      Senti até ao osso a saudade profunda
      sob a forma aguda

      E um motorista de Berliet cantava-o de forma comovente...
      (obrigado pelos seus votos)

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  7. Há mortos que estão vivos.
    Carlos do Carmo deixou obra feita na maneira expressiva como cantava o fado.
    que descanse em paz.
    Beijo
    :(

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  8. Enquanto houver memória
    não há morte...

    Abraço

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