21 janeiro, 2021

O meu primeiro soneto...

O ABACATEIRO*

Árvore plantada em humilde canteiro
Homenagem a quem tão cedo partiu
Frágil exposta ao vento, à chuva ao frio
Persiste firme e resiste o belo abacateiro

Da janela a vi entre ténue nevoeiro
Arvorezinha airosa tal como fora ela
Ansiando que não tarde a Primavera
Pois se tardar será certo o desespero

Quem passa, julga ser miragem
Aquele verde sóbrio, mas reluzente
Um rosto liso e puro da paisagem

O ter sido árvore, me veio à mente
Mas resignado afasto tal imagem
Embora rejeite tê-la perdido p´ra sempre.

Rogério Pereira
_____________

*E o abacateiro lá está. Seremos todos jardineiros, disponíveis para cuidar e prontos para colher os primeiros frutos que haverão de ter um doce sabor a saudade... 

 

19 comentários:

  1. Parabéns, Rogério!

    Para uma primeira experiência até que não lhe saíu nada mal.
    Acredito que a prática é que aperfeiçoa, pelo que dentro em pouco, quando chegar a Primavera com os seus cálidos raios de sol, o abacateiro ainda irá receber outros sonetos à medida que for crescendo. Será cada um mais bonito que o outro.

    Um abraço.

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    1. «Para uma primeira experiência até que não lhe saíu nada mal.»
      Obrigado pela condescendência e pela confiança.

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  2. Uma bonita homenagem, pouco importa o rigor da técnica, valem as palavras.

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  3. Escrever sonetos não é para todos. É a forma mais difícil de fazer poesia e sem embargo o conseguiu.
    Compensa em emoção qualquer erro de ordem técnica e poesia é isso. Emoção.
    Abraço e saúde

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  4. Falta aqui a opinião da Maria João Brito.
    Ela sabe do rigor da técnica.

    Eu fiquei muito emocionada ao ler o teu primeiro soneto.

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    1. Nunca daria este passo
      sem ouvir falar quem sabe da poda
      Liguei-lhe previamente
      e ela pediu-me que lhe enviasse o soneto
      Assim fiz a custo o leu
      e de pronto me respondeu,
      assim:

      «Belo poema! Muito, muito belo, embora não possa ainda chamar-se soneto porque tem muitas incongruências estruturais e métricas.
      Amanhã, com voz ou sem ela, falo contigo e tento explicar melhor, ok?
      Abraço,

      Mª João

      Abraço»

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  5. Rogério, que bom que deu notícias da Maria João. Tenho estado tão preocupada com ela. Só não lhe escrevi para não lhe piorar a situação dos olhos.
    Obrigado.
    Abraço, saúde e bom fim de semana

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  6. Palavras saídas do coração são sempre Poesia. Se é soneto ou não, disso falará a Maria João.

    Um abraço aos dois.

    Lídia

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    1. Tuas palavras dão alento a este quase-poeta...
      Te agradeço e darei conta à Maria João do abraço aqui deixado

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  7. Quem escreve com a alma, escreve poesia, soneto ou não.
    Tentou, conseguiu, e passou a mensagem que é afinal o mais importante do poema.
    Amigo Rogério, sempre que olhar o ABACATEIRO, já está a fazer poesia.
    Comoveu-me , já valeu !

    Beijinho

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    1. Meu Pássaro Azul

      Tantos meses depois, mas não chego tarde
      pois tarde vem, quem nunca chega

      Beijinho, pelo teu alento

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  8. Parabéns amigo Rogério.
    Belo poema, e o ABACATEIRO permanecerá pelos tempos vindouros,cheio de vida,como marco do amor que nunca morre!
    Obrigada pela partilha.

    um abraço.
    Carmen.

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    1. Obrigado, Carmen
      querida vizinha

      Um abraço, tanto tempo depois dos sorrisos que temos trocado

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  9. Não conhecia o soneto, mas o abacateiro já tinha lido a respeito.
    É daquelas saudades perenes.
    _ e a 'arvorezinha airosa' é a testemunha .

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  10. Hoje, junto mais testemunhas
    exactamente duas
    que somadas são oito folhas

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