28 novembro, 2021

HOMILÍAS DOMINICAIS (Citando Saramago) - 109 [a guerrilha pelo poder]

Não está a acontecer, nem as próximas eleições vão ser, uma guerra pelo poder. Não há, nem haverá, exércitos, nem armas, nem tanques na rua. Trata-se, sim, de guerrilha. Guerrilha diferente das formas conhecidas. Nesta, há (haverá) guerrilheiros dos lados em confronto, num confronto em que não se tocam, mas em que se agridem, até que, finda a contenda, o apaziguamento demonstra que ao fim ao cabo, os que mais se agrediram, estão do mesmo lado...

Falando um pouco mais claro e, para ser mais inteligível, reduzamos, a minha proposta de reflexão, à escala de uma organização partidária, pois aí, tal como na organização dos poderes no País, também há guerrilha pela tomada do poder. De um dos lados em confronto se diz do outro o que nem Maomé disse do toucinho, e vice-versa. A escalada agressiva foi subindo de tom até que definida a parte vitoriosa e terminada a guerrilha, soam, não só as trombetas da paz, mas também declarações de reconhecimento e louvor entre vencido e vencedor.

Se Saramago fosse vivo diria de tal guerrilha o que escreveu sobre o palco em que se desenrola a cena, agora convertida em

HOMILIA


 

14 comentários:

  1. ...e mesmo assim, falando claramente, se calhar não haveria entendendimento!
    Uns diriam que a Democracia era mais engano do que mentira, enquanto haveria quem sustentasse que há muito se finou de falaciosa que era.
    Duvida? Eu não!

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  2. A maior ameaça à democracia vem da irresponsabilidade dos cidadãos 🕯

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    1. Olha que o Rio ainda vai afogar o António Costa 🌊 ele que sonhava com a maioria absoluta.

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  3. Não há apenas uma forma de democracia. Esta em que vivemos é aquela que aparenta liberdade, mas... só para alguns, já dizia o Sérgio Godinho "paz, pão, habitação", quando será para todos? pergunta-se.

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    1. “A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”

      Hoje, me sinto Galeano! Boa?

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  4. A democracia não pode tornar-se uma utopia. Precisamos dela. Todos. Não consigo imaginar este país a ser governado de outro modo. Os partidos políticos portam-se menos bem, mas precisamos que se entendam de una vez por todas. Claro que agora em campanha vai ser tudo um absurdo como é costume.
    Uma boa semana com muita saúde.
    Um beijo.

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    1. Desculpem a intromissão.
      Faço minhas as palavras da Graça Pires.

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    2. Desculpem a intromissão...
      "A Democracia é o pior dos regimes, à excepção de todos os outros".
      Disse um dia Winston Churchill.

      Já Nicolás Maduro deixou bem claro que considera a Democracia um regime do piorio.
      (Provavelmente só ouviu a primeira parte da frase do estadista britânico)

      .

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    3. Desculpadas as intromissões,
      passo a responder à Graça Pires,
      lhe dizendo, que fazendo eu compromisso de trazer palavras de Saramago sobre a Democracia é coisa para se ir reflectindo... domingo a domingo... caminhando

      ... e não sei se a Clara leu Galeano...

      Beijinho
      (extensivo
      a
      todas
      as intromissoras)

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    4. Eu li Galeano — embora não me chame Clara — e depois… eu tenho a minha cabeça e mesmo que não funcione bem, não a troco pela cabeça dos outros, possivelmente mais espertos 😜

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    5. Teresa
      Ocorre-me lembrar-te
      que há abismal diferença
      entre inteligência e esperteza

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    6. Ocorre-me REPETIR
      Que não troco a minha cabeça pelos teus heróis inteligentes ou espertos.
      E já agora não compreendo porque veio uma CLARA ao barulho?!
      Ai, Jesus! Que cabeça a tua.

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