Ontem, Evanir, deixou-me este comentário:
"Já li muito referente ao Brasil ser dependente de Portugal também da luta pela sua independência. A muitos anos essa dependência terminou sei da grande riqueza extraida do Brasil e levada para Portugal. Mais agradeço Pedro Alvares Cabral por ter descobrido o Brasil. Tenho Portugal como Patria mãe e amo profundamente os dois Países."
Que bom ter lembrado coisas que agora vêm a propósito. Sobre a dependência de Portugal, para uma prática de potência, que então era a senhora da globalização mercantil a nível mundial. Fizemos patifarias de certo modo contidas, até porque denunciadas. "O pregão de Santo António aos Peixes" é uma peça de oratória que nos marca.
O ouro do Brasil pagou a dívida de Portugal - Querida amiga, quanto à riqueza levada do Brasil para Portugal, veja para que serviu:
“…a dependência económica de Portugal em relação aos ingleses marca um período histórico da economia europeia. Enquanto os lusitanos perdiam o antigo posto de nação rica e desenvolvida, galgado entre os séculos XVI e XVII, a Inglaterra alcançava as condições que a transformaria na maior potência económica do mundo entre os século XVIII e XIX. Para entendermos estas situações distintas, podemos tomar a assinatura do Tratado de Methuen como um interessante exemplo histórico.
Em 1703, esse acordo firmado entre ingleses e lusitanos estabelecia a compra dos tecidos ingleses por parte de Portugal, enquanto a Inglaterra se comprometia a adquirir a produção vinícola dos lusitanos. Com isso, a especulação sobre a garantia de compra dos ingleses sobre o vinho de Portugal ampliou enormemente o número de terras cultiváveis destinadas ao plantio de uva. Por conseguinte, a demanda da economia lusitana por produtos importados aumentou bastante.Conforme apontado por vários pesquisadores interessados no assunto, a Coroa portuguesa conseguiu montar um enorme império mercantil, mas não buscou meios eficientes e sistemáticos para dinamizar sua economia interna. As expressivas quantias obtidas com a actividade colonial eram revertidas na forma de gastos que somente mantinham o elevado padrão de vida dos nobres e membros da família real portuguesa.A assinatura do Tratado de Methuen não pode ser considerada como a origem única de todos os males que atingiram a economia de Portugal. No entanto, ele ressalta bem as condições políticas e económicas distintas de cada uma das nações envolvidas na situação. Com o passar do tempo, a dependência económica portuguesa se agravou e o ouro encontrado em terras brasileiras serviu para tapar o grande deficit que dominava as finanças de Portugal.” - (ler aqui)
Mas tem mais que se lhe diga a história que nos une, perante os maus tratos europeus. Depois do que a Inglaterra nos fez, a França napoleónica nos invade:
“O príncipe regente apenas nos dia 23 de Novembro de 1807 recebeu a notícia da penetração de tropas francesas em território português. Convocou imediatamente o Conselho de Estado, que decidiu embarcar o quanto antes toda a Família Real e o Governo, servindo-se da esquadra que estava pronta para o Príncipe da Beira e as infantas. Nos três dias seguintes ainda se aprontaram outros navios, que viriam a transportar para o Brasil cerca de quinze mil pessoas. Em 26, foi nomeada uma Junta Governativa do Reino para permanecer em Portugal, e difundidas Instruções aos Governadores, nas quais se dizia que "quanto possível for", deviam procurar conservar em paz o Reino, recebendo bem as tropas do Imperador."
A capital de Portugal já foi no... Rio de Janeiro. Chamava-se então: Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (ver aqui) Outra amiga, Celina Dutra, citou-me sonho de Leonardo Boff: "Uma das marcas do povo brasileiro é sua capacidade de se relacionar com todo mundo, de somar, juntar, sincretizar e sintetizar. Por isso, ele não é intolerante nem dogmático. Gosta e acolhe bem os estrangeiros. Ora, esses valores são fundamentais para uma globalização de rosto humano. Estamos mostrando que ela é possível e a estamos construindo". Isto que ele diz do seu povo, disse de nós um japonês, há muitos séculos atrás, chamando-nos nambam-jin... . Que se cumpra o sonho, connosco e com toda a Lusofonia. |
Caro Rogério Pereira
ResponderEliminarUm conjunto de ideias bem fundamentadas. No que me diz respeito não caiem em saco roto. Num País onde se navega há muito à vista e onde as ideias são um deserto é bom ver alguem a pensar em soluções "obvias".
Abraço
Rogério querido,
ResponderEliminarRefrescar a memória é sempre útil! Mas vamos sonhar com a globalização de rosto humano de toda a Lusofonia e de quem mais quiser aderir à ideia de conciliar economia e humanização na gestão de um País.
Essa marca do brasileiro de predisposição para a miscigenação, para juntar, sincretizar é herança da terrinha, com certeza! Obrigada pela citação.
E o livro, vai bem?
Girassóis nos seus dias. Beijos
nao sei se por bem ou por mal
ResponderEliminarportugal sempre foi um pais de descobridores , sonhadores, e cientistas, nunca de negociantes
Bjinhos
Paula
(miscigenação)Povos no Brasil, Brancos, Negros, Índios.
ResponderEliminarNa verdade é isso mesmo que somos uma grande mistura de raças e cores de todas as nações.
Querido Amigo.
Sua postagem não poderia ser melhor
acredite aprendi muita coisa até então desconhecida.
Com muito carinho agradeço pela maravilhosa postagem .
Eu realmente fui sincera ao dizer que amo Portugal embora nunca realizei meu sonho de conhecer seu Pais.
O mundo não se divide em raças e cores mais seria maravilhoso se fosse dividido por uma simples palavra.(AMOR)
Te agradeço pelo carinho estou feliz por ter se importado com minha simples visita.
Bjs no coração .
Evanir
Olá Rogério,
ResponderEliminarEsta bela lição de História, já a tinha lido ontem à noite, mal foi publicada, mas fiquei tão esclarecida e os ensinamntos são tão profundos, que já não tive cabeça para o comentar a horas tardias, precisamente porque merecia um comentário igualmente profundo e não é ainda hoje que estou capaz de o fazer.
De qualquer forma não haverá muito a acrescentar, de tão completo e estruturado que o texto está. Uma lição que nos leva a soluções que seriam as mais acertadas, mas que infelizmente nem todos querem ver.
Recordei e aprendi muito aqui e estou cada vez mais inclinada para as soluções do plano B e até já acredito que não seria um desastre a médio prazo arriscar voltar ao escudo, aliás creio que já o sugeriu por aqui.
Estou a ver muitos a chamarem-nos loucos, mas muitas vezes é de loucuras saudáveis. que se fazem novos mundos.
Voltarei
Beijos
Bocados de história! Óptimo!
ResponderEliminarMeu amigo:
ResponderEliminarExcelente este seu desenrolar de acontecimentos históricos, sublinhados por comentários tão oportunos.
Este seu post toca-me particularmente porque tenho a minha filha no Brasil, lugar onde lhe está a ser dada a oportunidade que aqui lhe negam.
Acabo com a mesma frase do meu amigo:
"Que se cumpra o sonho, connosco e com toda a Lusofonia."
beijinhos
Rogério ainda não foi esta semana. As coisas não são mesmo como queremos. Só vim dizer que não me esqueci e desejar bom fim de semana
ResponderEliminarGostei de ler
ResponderEliminarou relembrar esta parte da nossa História!
Um abraço
Uma boa lição de história, que ficará na minha memória. A sacar dos desgraçados sempre fomos heróis, a negociar com os grandes, sempre temos perdido, da última vez foi com os Alemães os submarinos, carros de luxo e supermercados, se a gente nem dinheiro tem para comprar comida.
ResponderEliminarboa semana.
Oie Rogério
ResponderEliminarComo sempre torcendo aqui por vcs, que se cumpra os sonhos de todos os portugueses.
beijos e um ótimo fim de semana querida, carinho nessa familia linda.
MUITO BOM.
ResponderEliminarE é caso para dizer" quem te viu...e quem te vê, Portugal"!
Te beijo
BShell
Os brasileiros estudam na escola, que são pobres porque os portugueses roubaram~lhe o ouro todo.
ResponderEliminarDe quando em quando manifestam-se nos meeios de comunicação que tiveram o azar de serem colonizados por nós, portugas.
Então «aí» uns preferiam que fossem os americanos, outros os espanhois, outros os Holandeses.
Enfim, mas no fim lá fazem as contas e a maioria teve um avô português e resignam-se.
Por tudo o que deixei dito
ResponderEliminarpodia o retornado (encapuçado)
ser mais explicito...
É que relativamente aos ancestrais não adianta ter pecados ou orgulhos...
Foi o que foi e deixou marcas... Na história, na cultura e até no sangue...
Ainda há muito para aprender na área dos estudos pós-coloniaias, mas esta visão revela bem as dificuldades que os Portugueses sempre tiveram em gerir e aplicar os recursos numa perspetiva de futuro. Tem sido sempre um "salve-se quem puder" traduzido numa dificuldade de colocar o coletivo acima do individual. Logo, parece-me que as nossas permanentes dificuldades resultam mais de um problema cultural, um problema de falta de ética e de sentido de estado que nos tem conduzido a este caos.
ResponderEliminarExcelente trabalho.
L.B.