03 maio, 2010

Pessoa (actual e fora da página de qualquer jornal)

Podemos viver sem os nossos poetas? Sem as suas mensagens?

NEVOEIRO
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo - fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer,
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a hora! 
Nota: Este poema de Fernando Pessoa (Mensagem) tem uma epígrafe final “Valete, Frates” (Adeus, Irmãos) considerada como símbolo de fraternidade em organizações esotéricas; ao usá-la, Pessoa remete-nos para o carácter esotérico/ místico da obra. Omiti-a. Acho que a hora é a de chegar e agir, não a de partir… 
Este post foi publicado ao abrigo do ponto 6) da minha declaração de princípios que diz: "Em datas festivas, ou sempre que me dê na real gana, publicarei poemas, vídeos e outras e outras cenas, desde que se integrem no espírito da minha declaração de princípios"

4 comentários:

  1. É a hora!
    Adoro poesia e Fernando Pessoa é o expoente máximo.
    Um poema muito apropriado, parabéns!

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  2. A mensagem do Fernando Pessoa tem três versos que não se ajustam a mim:

    Ninguém sabe que coisa quer,
    Ninguém conhece que alma tem,
    Nem o que é mal nem o que é bem

    Beijos da Maiúca

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  3. Amigo:
    Tenho no meu blogue um selo para si (não sei se aprecia estas coisas), que criei para homenagear todos os blogues que são especiais para mim.
    Obrigada por estar desse lado!

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