Um rio...Imagem retirada daqui
Um rio é um rio, e parece estar tudo dito
Acrescentar que tem de ter
uma nascente e margens, para entre elas correr ,
parece pura perda de tempo,
coisa de quem não tem onde ocupar o pensamento
Não é verdade
Falava um poeta sobre o comportamento das águas
quando esmagadas pela pressão violenta das margens
Então falemos nós dos diques de palavras ponteagudas
escolhidas a dedo de entre as que metem medo
para suster o livre curso das águas
nada mais fazendo que retardar o destino
do rio, ainda fraco, ainda menino
Venham as primeiras chuvas que o façam crescer
e o poema, sabemo-lo todos nós,
percorrerá o sentido inevitável da foz
------------------------------------------------------------------Rogério Pereira
Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento.
Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem.
------------------------------------------------------------------Bertold Brecht
18 agosto, 2011
Quem me lê gosta de poemas fortes - (2)
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Perfeito querido.
ResponderEliminarBeijos no seu coração.
Olá Rogério!
ResponderEliminarEu só me refiro aqueles que têm governado.
As margens oprimem os rios, mas às vezes eles crescem e saem das margens, e chegam a fazer grandes estragos por onde passam.
José
De pé, o meu aplauso.
ResponderEliminarUm abraço também.
Rogério
ResponderEliminarConcordo com o que o José disse.
Quando o rio enche e percebe que comprimido pela violência das margens, amordaçado pelas palavras que parecem não fazer sentido, só lhe resta transbordar e estragar, então que venha a cheia...
Beijo
A poesia é como o transbordar das águas... depois de ditas, os sentimentos voltam a caber no coração como as águas mansas em seu leito.
ResponderEliminarLindo poema, caro poeta Rogério.
Beijokas
lindissimo.
ResponderEliminare a frase de bertold magnifica
Ja tentei nadar num rio, foi uma experiencia assutadora hehehe
Bjinhos
paula
Sim, "sabemo-lo todos nós".
ResponderEliminarAs primeiras chuvas podem não aumentar o caudal, mas vão comprimir as margens, inevitavelmente.
Bertold Brecht sabia do que falava ... O Rogério também sabe.
Bonito este "rio menino" que cumprirá o seu destino, "sabemo-lo todos nós".
L.B.
Vida, curso e morte com todas as suas delimitações e imperativos. Por que esperar a foz certa se podemos cantar o caminho sinuoso?
ResponderEliminarUm grande bj querido amigo
Rogério, depois de falar em rios e margens, num poema lindíssimo!... deixo aqui este post para que possa ler o 1º comentário... :(
ResponderEliminarIsto, enquanto os portugueses querem ver o lado bom do mundo...
ResponderEliminargostei muito do poema.
ResponderEliminarpoema-combate. vibrante. como punhos erguidos
abraços
Bela reflexão. Bela metáfora!
ResponderEliminarParabéns, Rogério.
Obrigado
ResponderEliminarEu próprio gostei do que escrevi
(e nem sempre é assim...)
Dei contudo com um erro meu.
Aconteceu...erro crasso...e já está emendado
Onde se lia "para sustentar o livre curso das águas" passou a dever ler-se o que lá está (e é o que faz sentido...)
Excelente!
ResponderEliminarQuando o poema é um rio...
Abraço
Por alguma razão os rios à vezes se revoltam e galgam as margens...
ResponderEliminarQuanto ao poema, excelente!
Quando as margens do rio se tocam, ele corre na mesma, por baixo delas, não se vê por ser subterrâneo, mas vai ganhando força para voltar ao leito normal onde pode sentir o sol... mas isso é o rio... quem me dera ser um rio ;)
ResponderEliminarBjos
Já tinha pensado nisso, sobretudo quando ele transborda as margens e tudo invade,sem piedade... como que a pedir espaço, liberdade!
ResponderEliminarBeijinho ao poeta que ás vezes emerge, galga as margens e chega ao mar.
Ná