04 novembro, 2013

Poesia (uma por dia) - 62

San Juan Cheli
São os teus olhos

São os teus olhos
(atentos à sombra dos meus)
que sempre me devolvem
as letras de escrever rio. As sílabas

abertas, como asas, ascendem
à música dos ninhos
que tu nunca desistes de inventar
no inverno dos meus braços.

Soletra mais devagar
o sorriso, o beijo,
deixa cair no meu colo
a claridade que trazes nas mãos.
Preciso dela, bem o sabes,

para escrever estrelas
e afastar da noite
a morte.
Soletra mais devagar
Eternidade.

Lídia Borges, in "Seara de Versos"

5 comentários:

  1. A tua "visão" arguta e solidária é indispensável.
    Um abraço fraterno

    ResponderEliminar

  2. Do muito que vê, para além do dito.

    Grata

    Beijo meu

    ResponderEliminar
  3. Muito bem!

    Visões com carinhos, para serem soletradas devagarinho.

    Parabéns à autora.

    Beijinho para ambos.

    Janita

    ResponderEliminar

  4. Mais um belo poema da Lídia!

    Bem hajam por este momento.

    Beijo

    Laura

    ResponderEliminar