Era ele bem pequenino, íamos sobre as ervas, levantando pedras, mostrando vida escondida que ele nem imaginava que havia. Eram "bichos-de-conta", "formigas-de-asa", "bichos-tesoura", centopeias, aranhas, lagartas e outras espécies, para ele todas raras. Percebi que as tratava com todo o respeito, depois de passar por uma fase em que tal não sucedia.
Pequenos bichos?, matava tudo o que aparecia.
Faço um esforço de memória e vou relembrar o passado. Talvez a mudança tenha acontecido depois de temos feito a pequena digressão das descobertas das pedras e o sentei no meu colo a mostra-lhe o conto "A Maior Flor do Mundo" e comentando, já nem sei com que palavras, a relação de amizade entre o miúdo e o escaravelho e a importância deste insecto... Talvez fosse a partir daí. Talvez...
Hoje, ele domina a natureza. E quando, destro, caça um polvo e a mãe lhe manda restitui-lo ao mar, ele obedece sem hesitar. Embora, lá no fundo, confesse pena enquanto conta:
"Vô, ele era tão giro... Apertava-me o braço... era mesmo meu amigo!"
Quem dera que todas as crianças, respeitassem a natureza. Seriam as sementes para um mundo melhor.
ResponderEliminarUm abraço
Isso,
Eliminarsementes
húmus
tudo
Uma aprendizagem consentida e partilhada. É bonito de se ver a cumplicidade que se criou entre os dois.
ResponderEliminarCom esta dedicação pela bicharada da terra e do mar,
não estranhava nada se o Diogo, um dia,
à Biologia, vier a se entregar.
Beijinho para Diogo, o Destemido. :)
Também para o Vô, babado e desvanecido.
*-*
Acho que as tendências se educam...
Eliminare
a culpa foi do Saramago
e da própria natureza
Amanhã darei um beijo ao Diogo
e lhe direi
que o beijo que lhe dei
foi teu recado
bem dado
Um trabalho que também nos cabe. Ensinar os mais novos a respeitar a natureza. Depois eles haverão de descobrir grandes tesouros
ResponderEliminarA descoberta
Eliminaré a coisa mais bela
que nos pode acontecer
É comum na criança
e vai-se perdendo
com o crescer
Mas nem sempre
(hoje ainda descubro grandes tesouros)
O avô deixou-se do lagareiro?
ResponderEliminarÉ verdade, fiquei-me pela "batata-a-murro"
Eliminarde um avô para um neto,
ResponderEliminartoda a diversidade do mundo
um abraço
Hoje mesmo,
Eliminarlibertámos uma lagartixa que ele ia alimentando com aranhas
Mais uma vez se prova que uma educação baseada no respeito pelo que nos rodeia dá os seus frutos.
ResponderEliminarTenho que dizer à minha filha para ir preparando um lugar de ajudante de campo para o seu Diogo :)
Beijinhos aos dois
Fê
Brinca, brinca
Eliminarnunca se sabe...
"Desde aí",talvez. A pedagogia, ato contínuo, exercida por via do exemplo e do reforço é sempre a mais eficaz.
ResponderEliminarPois claro, o Diogo vai ser Biólogo!
Beijo
A Fê já determinou o destino
EliminarAmanhã vou-lhe relembrar como ele respeitava o escaravelho
Tão querido, o teu neto! Quero muito ter netos e ir com eles descobrir a natureza.
ResponderEliminarBeijinhos, Rogério :)
... também eu fui amiga de polvos, enguias e lagartixas... :)
ResponderEliminarBeijo para ambos!
se todos fossem assim, talvez o mundo fosse melhor.
ResponderEliminarbeijinhos aos dois
;)
Tanto tive - e tenho... - em comum com o teu Diogo, Rogério... quandoera muito, mas mesmo muito pequenina, tinha um polvo amigo que habitava um dos enormes aquários do Aquário Vasco da Gama. Não sei se os seus companheiros de aquério gostavam, ou não de mim, mas aquele... aquele conhecia-me bem e demonstrava-o! Mal eu me aproximava e me punha em bicos de pés para melhor observar aqueles fascinantes amiguinhos, aquele aproximava-se e iniciava uma série de danças mesmo junto ao narizito que eu esborrachava contra a espessa vidraça. Até eu desistir, vencida pelo cansaço, ou puxada pela mão do meu pai ou da minha mãe, aquele específico polvo desdobrava-se em danças e multiplicava-se em coloridos rubores, sempre colado ao vidro. Do lado de cá, dois grandes olhos escuros, pestanudos, curiosos e um narizito deformado pela pressão que exercia contra o vidro; do lado "de lá", um octópode não menos curioso, fazendo o que podia para estabelecer com a criaturinha que eu era, uma qualquer espécie de insólita comunicação.
ResponderEliminarJá não estão comigo, desapareceram no tempo como tantas coisas, mas o meu pai tinha uma série de magníficas fotografias que bem poderiam ilustrar estas minhas palavras...
Abraço!
Maria João