16 fevereiro, 2016

Poesia (uma por dia) - 84

 foto de Pedro Pinto
ANOITECER
"A luz desmaia num fulgor d`aurora",
Qual chama que se apaga humildemente,
Como se tivesse alma e fosse gente
Que percebesse que é chegada a hora...

"Não sei o que em mim ri, o que em mim chora"
No pouco que esta vida me consente,
Só sei que a luz me abraça mansamente
Quando se esbate, suave e sedutora...

"Horas tristes que são o meu rosário",
Mas que, às vezes, cobertas de ternura,
Mostram ser, da tristeza, o seu contrário

"E, a esta hora, tudo em mim revive:"
Ah, quanta lassidão!... mas pouco dura...
Apagar-se-me-á mal me cative...

Maria João Brito de Sousa - 28.01.2016 - 15.06h
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Nota: A autora do soneto ficará surpreendida por lhe ter omitido o poema primitivo (que ela glosa), e  por ter alterado a imagem que o ilustra, mas esse meu comportamento é a mensagem da necessidade de uma outra luz...

10 comentários:

  1. :) Obrigada, do fundo do coração, Rogério!

    Não te sei como, nem quando, terminará esta minha "maré"... apenas te sei dizer que tem uma força imensa...

    Abraço grande!

    Maria João

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  2. A Maria João é uma poeta por inteiro. Admiro muito o seu trabalho poético, quer aquele mais interventivo, (sociologicamente falando), quer este de carácter mais introspectivo que revelam uma faceta muito "humana".

    Bj.

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  3. Aqui estou sempre me surpreendendo e aprendendo amigo Rogério.
    Como sabe sou uma amante de poesia e adoro Florbela Espanca.
    Mas este poema glosado de Maria João Brito de Sousa na minha simples opinião superou o original. Parabéns e força à poeta !
    Obrigada por este momento .

    Um beijinho

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    1. Penso o mesmo, e vou-lhe dizer
      ela tem de saber!

      Tem de visitar assiduamente o espaço dela:

      http://poetaporkedeusker.blogs.sapo.pt

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    2. Muito obrigada Fê Bluebird! :)

      Um beijinho!

      Maria João

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  4. Obrigada querido amigo Rogério pelo destaque que dá à poesia de Maria João de Sousa, ela merece e bem precisava de ter os seus livros publicados, sabemos todos que é bem dificil, mas nunca impossível. Eu amo poesia, adoro os sonetos de Florbela Espanca, mas ao conhecer a poesia de Maria João fiquei dividida, porque ela é um ser maior a escrever sonetos e toda a poesia. A Maria João precisava de grande ajuda para que alguma Editora se interessasse por publicar toda a sua vastíssima obra. É uma pena, porque quem sabe se não é um dia motivo de estudo neste País onde a cultura tem andado tão arredada do seu povo. Abraço para si Rogério pela solidariedade que tem dado a esta amiga.

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