13 fevereiro, 2021

DESNORTE (com o povo ao fundo)

"Rosa dos Ventos" - Sagres (imagem da net)
Os tempos
Apagaram as Rosas dos Ventos
Destruíram mapas dos mares
Sextantes antigos, modernos radares
E outros apetrechos mareantes
Hoje, e esse hoje tem muitos ontens,
Diz-se haver um só caminho
E que fora dele o desastre é certo
Como se não fosse certo o desastre dentro dele

Com a mesma certeza com que se dizia haver
Um só caminho (a defesa do Império) a percorrer
A nossa  presença na Europa não se discute, como um dia
A nossa presença em África não se discutia
Negociar com os credores, soa a fuga à honra
Negociar com os os movimentos de libertação
Soava a rendição...

Na história
Há afinidades sem glória

O estranho é que seja a Rosa dos Ventos
A interrogar se outras direcções são possíveis
Talvez esquecida, como os demais
Dos seus próprios pontos cardeais

Rogério Pereira/17Out2012(reeditado)

14 comentários:

  1. Até nós temos de estar atentos para não perdermos o norte.
    Um abraço

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    1. Até (todos) nós temos de estar atentos... não estou só, ajuda-me o meu colectivo...
      o mal do Mundo
      é se damos atenção exclusiva à Alma sem ouvir o nosso Juízo...

      Abraço largo
      e
      Saúde, da boa!

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  2. Excelente poema, sem perder o Norte 🧭
    Ouvir o JUÍZO é fundamental para não haver desnorte total.

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    1. Ouvir... se concordas,
      isso sim é excelente
      Agora, só te resta ser coerente!

      Abraço largo
      onde caiba todo o meu respeito

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  3. Gosto muito, Rogério!

    Prosseguir, sem desnorte, (porque NAVEGAR É -mesmo- PRECISO) com a razão e o coração em perfeito equilíbrio.

    Abraço grande!

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    1. Manter o equilíbrio
      nem sempre consigo
      e quando não acontece
      volto a procurar o norte

      Abraço largo!

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  4. Belo poema mas dizer o quê mais quando eu também ando por aqui sem rumo?

    Abraço

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    1. Olá, querida amiga,
      É claro que não quer dizer tal.
      O poema fala do rumo imposto ao nosso Povo
      e da necessidade de se encontrar um rumo novo

      Bom domingo
      e
      um abracinho

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  5. Gostei do poema. Às vezes a história repete-se.
    Abraço, saúde e bom domingo

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    1. Sim, a história se repete
      e quando tal acontece
      é sob a forma de farsa

      Alguém o disse...

      Abraço, largo
      e saúde, da boa!

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  6. Não sei se há outros caminhos não havendo caminhantes...
    Não é andando que se vão revelando os caminhos? Vamos indo!

    Ah!... Olá, como está? Até mais logo. :)

    Lídia


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    1. Queiramos, ou não, somos todos caminhantes.
      «Cá vamos, cantando e rindo
      Levados, levados sim!»

      De saúde, tudo bem!
      De Alma, nem tanto...

      Abraço e até logo,
      cerca das 23h00 posto

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  7. Não é só a Rosa dos Ventos, andamos todos esquecidos, sem saber o norte, nem a sorte.
    Há poemas que permanecem fiéis, ao rumo escolhido.

    Beijinho

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