Como, à excepção do primeiro e do quarto, todos os outros factores permanecem após a eleição presidencial, afigura-se que a unidade de esquerda´ser vier a ser um objectivo, terá que ser adiado. Julgo que será até para data distante pois as razões (e mais do que estas, a própria metodologia) que levaram ao lançamento da candidatura de Manuel Alegre se não forem revistas tornam ainda mais distante a percepção, por parte do País, de qualquer possibilidade da unidade da esquerda. Aquilo que André Freire apelida por esquizofrenia da esquerda vai continuar. Resta ao PCP continuar a sua luta. De acordo também com André Freire, o PCP tem “apenas e só apostado em resistir, além de tentar disputar a liderança do voto de protesto ao BE”. Eu não diria assim, mas diria quase igual ao que André Freire escreveu.“Vários factores pesados concorriam contra Alegre. Primeiro, o facto de se tratar de uma reeleição, que favorece o incumbente (vencedor Cavaco Silva). Segundo, por ser apoiado por um partido que suporta um governo impopular, seja pelos enormes sacrifícios que tem pedido à população (PEC), muitos deles experienciados à "boca das urnas" (Orçamento 2011), seja por estar a governar a contrario do que prometeu em 2009 e do seu código genético (independentemente da eventual necessidade das medidas). Terceiro, as divisões no seio do PS, de que o apoio à candidatura de Nobre é um sintoma (ver aqui). Quarto, a contradição entre o discurso em defesa do Estado social e a circunstância de o principal partido que o apoiava estar, todos os dias, a emagrecer o dito. Last but not least, os problemas da relação entre o PS e o BE.”
31 janeiro, 2011
Irá a elegante avestruz passear-se pelo Fórum Novas Fronteiras?
30 janeiro, 2011
Homilias dominicais (citando Saramago) - 26
"...Davos foi durante trinta anos a academia neo-con por excelência e, tanto quanto posso recordar, nem uma só voz se ouviu no paradisíaco hotel suíço para apontar os caminhos perigosos que o sistema financeiro e a economia haviam tomado. Quando já se estavam semeando ventos ninguém quis ver que vinham aí as tempestades..."
José Saramago in Davos 2009, aqui
29 janeiro, 2011
Bruce Springsteen - III
Ao nascer do sol, subo a escada
Um novo dia clareia
e eu estou trabalhando num Sonho
Estou trabalhando num Sonho
Embora o possa sentir tão longe
Estou trabalhando num Sonho
Nosso amor irá ser real um dia
--
28 janeiro, 2011
Bruce Springsteen - II
Devem ser lágrimas dos seus olhos
Tudo irá ficará bem
Engraçado, pensei ter sentido uma doce brisa de verão
Deve ser você em suspiro profundo
Não se preocupe, encontraremos um caminho
--
Estou esperando, esperando num dia pleno de sol
Tendo mandado as nuvens embora
Esperando num dia ensolarado..."
27 janeiro, 2011
Bruce Springsteen - I
"...Ontem à noite eu e Kate
Deitamo-nos e na cama e conversamos sobre mudarmos
Arrumar nossas malas e talvez seguir para o sul
Estou com trinta e cinco anos e temos um garoto agora
Ontem à noite sentei-o ao volante
E disse: filho olhe bem em volta
Esta é a tua terra natal"
26 janeiro, 2011
Metamorfose - III (despertar do pesadelo)
Quadro de Salvador Dali, retirado do net
----------As rugas, por minhas mãos empurradas,
----------foram parar a outras caras
----------Meti na gaveta da autodeterminação
----------e do socialismo, a Praça da Canção
----------Confirmei naquela outra gaveta
----------(aquela mesmo por baixo da dos valores)
----------se havia espaço para páginas da constituição
----------e bugigangas para troca de favores
----------Peguei no bisturi e habilmente,
----------após profunda incisão na minha mente,
----------fiz ablação da razão, do sentimento e da memória
----------Vesti um fato de treino
----------e com um sorriso cínico de assegurada vitória
----------fui correr, correr, correr, correr, sem tino nem destino----------
----------Acordei suado
----------daquele pesadelo esforçado e sinistro
----------e, aliviado, com ironia pensei:
----------“Bem podia ser primeiro ministro”
25 janeiro, 2011
Dois actos, datas distintas e um futuro mais uma vez adiado...
24 janeiro, 2011
Redacções do Rogérito (2)
Este post é dedicado aos meus colegas de mesa da Assembleia de Voto: a Helena, a Rita, o Diogo e o Tomás. Pena que não nos voltemos a encontrar com as mesmas funções...
23 janeiro, 2011
As redacções das crianças...
Homilias dominicais (citando Saramago) - 25
"Usemos então as duas pedras-de-toque, democracia e demagogia, para sabermos quanto vale cada um dos candidatos, que feições são verdadeiramente as suas à luz das poderosas evidências dos seus discursos e dos seus comportamentos."
José Saramago, in "Folhas Politicas", pág. 153 - Democracias e Demagogias (23 de Janeiro de 1986)
(Quem não saiba ainda em quem votar leia toda a página citada. Talvez ajude!)
22 janeiro, 2011
21 janeiro, 2011
Perguntas a esclarecer até a cruzinha inscrever...
Tentativas de explicação das dificuldades desta eleição - (1)
20 janeiro, 2011
Clarear o futuro começa com actos no presente, para eleger um presidente
___________
Uma peculiar relação com a despesa pública: vós poupais, eu gasto, a imprensa amocha, a coisa passará incólume.
A ideologia de Cavaco: o lugar da mulher na vida pública é... na cozinha, e, vá lá, no larzito, a cuidar da prole numerosa...
(copiado integralmente a quem conheci ocasionalmente)
19 janeiro, 2011
Mesa Redonda (2) - Tema: O Futuro
Meu Contrário (com ar horrorizado): Mas isso é.... Mais isso é... muito negro.
18 janeiro, 2011
DN, o seu ADN e os jogos de espelhos...
O Carlos Barbosa de Oliveira escreveu um texto. Texto algo extenso. Demasiado para o visitante apressado que quer curto e grosso. Contudo, quase sempre as sínteses servem para dizer o que já foi dito sob uma forma criativa ou com um boneco bonito. Um post curto dá sempre conta de uma realidade encurtada. Ir ao fundo das questões requer mais tempo. Para quem escreve e para quem passa. Diz ele:
“Há uma semana elogiei aqui o trabalho de investigação do DN, que se propunha traçar um retrato do Estado. Concluída a publicação, mantenho o que então escrevi: o jornalismo de investigação, liberto das imposições de agenda, é a essência da profissão e, por isso, sempre digno de louvor.
Acontece, porém, que o trabalho dos jornalistas do DN me deixou com água na boca e a sensação de estar a ver uma fotografia desfocada. Fui ao longo da semana bombardeado com números (que não me surpreenderam) mas continuei sem encontrar explicações, sem conhecer detalhes, que me permitam fazer uma avaliação correcta. Pior… em virtude de os dados apresentados se referirem, quase exclusivamente, à última década, fiquei com a sensação de que o Estado é um corpo de 10 anos, imberbe mas monstruoso e não um corpo maduro de 36- os anos da nossa democracia- que foi engordando ao longo do tempo, por falta de exercício e práticas alimentares saudáveis" (...).
17 janeiro, 2011
Corria atrás do vento
16 janeiro, 2011
Homilias dominicais (citando Saramago) - 24
O diabo transfigura-se. Parece um deus renascido e as palavras parecem ser novas e igualmente renascidas. O inferno é o mesmo, mas anuncia-se como sendo outro amanhã e logo, hoje, as chamas parecem brandas. "Tu és os nosso deus" há quem diga...Os não enganados denunciam o cenário, os modos e os perigos. E logo todos os doutos senhores, os jornais, leitores e seguidores os titulam: "conservadores, repetitivos e incapazes de inovação". Assim, decorre a campanha. Curiosamente repetitiva, como se a democracia se tivesse convertido na cassete disfarçada por uma demagogia, também ela reinventada. Foi assim a eleição em 1986. Parece hoje...
HOMILIA DOMINICAL
"(...) De democracia enchem os políticos a boca deles e os nossos ouvidos, de demagogia fala-se pouco, apesar de tanto se praticar.
(...) Diz, pois, o dicionário de Aurélio que a democracia é a «doutrina ou regime político baseado nos princípios da soberania popular e da distribuição eqüitativa do poder, ou seja, regime de governo que se caracteriza, em essência, pela liberdade do ato eleitoral, pela divisão dos poderes e pelo controlo da autoridade, isto é, dos Poderes de decisão e execução», o que resumindo em três Palavras, equivale a dizer «governo do povo». Suponho que Os Cinco candidatos à Presidência da República conhecem, por igual, a letra desta definição, embora não duvide que tenham dela entendimentos diferentes e, em alguns casos, irredutivelmente contraditórios. Coisa que logo se verifica quando, na mesma página do dicionário, encontramos a outra palavra em questão, demagogia, que é um «conjunto de processos políticos hábeis tendentes a captar e a utilizar, com objetivos menos lícitos, a excitação e as paixões populares», e também «afetação ou simulação de modéstia, de pobreza, de humildade, de desprendimento, de tolerância, etc.», cabendo aqui, claro está, o mais que a nossa experiência de vida como alvos destes métodos já nos ensinou.
Temos, pois, cinco candidaturas, e também um conjunto de definições consensuais, como carapuças que podem ser enfiadas... "José Saramago, in "Folhas Politicas", pág. 153 - Democracias e Demagogias (23 de Janeiro de 1986)
15 janeiro, 2011
Por vezes é necessário interpretar a simbologia ou seguir os actos necessários, para voltar a ter esperança...
Julgando criar-lhe um problema conflituante, desenhou a criação (ou recriação?) e a pomba da paz para confrontar o pai da igreja com o que tem que ser feito. Em torno do simbolo fez-se um silêncio tão grande quanto o é agora em torno de um acto claramente assumido. Será a omissão da notícia a falta dela?
Nada de enigmas estou a falar de um homem directo e do seu apoio a Francisco Lopes:
Sobre a sua obra não há nada em português. Saber lá os porquês...
14 janeiro, 2011
Cavaco Silva, futuro presidente? Aí no seu lado direito tem um video obrigatório de ver, só para ficar a saber...
Haverá por aí alguma sondagem sobre as presidenciais que esteja por divulgar?
Esta pouco interessa...
13 janeiro, 2011
O Diário de Noticias hoje, "contrafeito", fala do presidente eleito...
12 janeiro, 2011
Mesa Redonda (1)
Eu (virado para quem me visita): Esta Mesa Redonda foi sugerida pela Minha Alma. De pronto aceitei e começo por lhe perguntar (virando-me para a Minha Alma): Qual é a ideia, afinal?
Minha Alma: Sabes?, nos dias que vão correndo ninguém questiona a sua alma sobre os seus actos, o seu passado e como pensa que poderá influenciar o futuro. Era bom que o fizessemos nós...
Meu Contrário (interrompendo): … mais do que questionar a alma, poucos se olham nos olhos. Olhar para si próprios é ouvir o seu contrário, a sua consciência… Há gente que pensa que nós só somos do contra…
Eu: Não tens razão de queixa pois oiço-te quase sempre. Julgam que sou lento a reagir, mas no fundo estou-te a ouvir, caro Meu Contrário!
Minha Alma: Dás-lhe demasiada atenção e, assim, acabo por ter mais que fazer. Em vez de me entregar ao poema, à contemplação e ao devaneio tenho que gerir conflitos entre ti e o teu contrário mesmo parecendo desnecessário…
Meu Contrário: Pois, mas és uma alma musculada. Há almas por aí que não moderam nada. Passam a vida a poemar, a contemplar e entregues a um ostensivo devaneio, Quando precisam de decidir sobre coisas importantes, ficam angustiadas e stressadas. Chegam até a ficar deprimidas por ausência de motivos para a depressão. Animam-se com a depressão…
Eu: Chega em bater nas almas deste mundo! Qual vai ser o tema destas Mesas Redondas?
Minha Alma: O teu passado!
O Meu Contrário: O nosso futuro!
Eu: Para falar do passado já basta o livro… Que seja então o futuro, tendo em conta o que no passado nos aconteceu. Todas as quartas-feiras, valeu?
Minha Alma e Meu Contrário (em coro): Valeu!
11 janeiro, 2011
10 janeiro, 2011
"Poema frouxo" / "Canto belo"
09 janeiro, 2011
Homilias dominicais (citando Saramago) - 23
Imagem do estado de espirito dominante nos eleitores, em cada classe social (ver aqui dimensão das classes sociais Marktest)
Quanto à questão, vejamos os resultados e a sua análise:
- A classe A, cerca de 5,5%, isto é, todos, afirmam que não há nada que os rale, que o sistema democrático está a funcionar, as instituições também, recebem prémios e dividendos. Porquê mudar. Todos em Cavaco vão votar
- A classe B, 11,9 %, isto é, também todos, afirmam que Cavaco Silva é sério - pouco se ri - ele é a garantia de Pedro Passos Coelho poder mudar a Constituição que consideram quanto ao desenvolvimento o principal travão. Acham que Cavaco está práticamente eleito e votam nele pois lhes dá muito jeito...
- A classe C1, 24,9% de mortais, encontra-se dividida e não sabe o que fazer da vida. Andam a ler o "Ensaio sobre a lucidez" mas para entender aquilo faltam-lhe bases do português. Grande parte acha que vai votar em branco pois custam a admitir aquela história lá do banco.
- As classes C2 e D, que somadas dão 57,7% da malta toda, criaram-me problemas de tratamento dos dados que não consegui ultrapassar: Listei 724 acontecimentos recentes que os preocupa. Grande parte desses problemas aparecem incessantemente nos semanários que as classes A, B e C1 andam lendo. Como síntese poderei resumir: “Isto tudo está uma valente merda” e enquanto a classe C2 se limita a mostrar o desânimo por ser essa a situação a D está visivelmente zangada. Esta está em evidente minoria e só ela sabe em quem votaria. Uns por militância e outros por alegria...
Ficha Técnica: Foram inquiridos 9 milhões de portugueses, via telemóvel. Os desempregados viram as suas respostas anuladas para não dar um tom demasiado pessimista aos resultados globais. Foi aplicada uma metodologia assente nos critérios usados pela Marktest no que se refere ao dimensionamento das classes sociais. A análise de resultados segue metodologia própria designada por Marktestista. Não tem nada de marxista embora, em sonância, o faça lembrar (apesar de fazer arranhar muito mais o aparelho auditivo).
HOMILIA DE HOJE
"...em toda a verdade humana há sempre algo de angustioso, de aflito, nós somos, e não estou a referir-me simplesmente à fragilidade da vida, somos uma pequena e trêmula chama que a cada instante ameaça apagar-se, e temos medo, acima de tudo temos medo."
José Saramago in "Ensaio sobre a lucidez", retirado daqui
08 janeiro, 2011
A fisiologia do cérebro e o voto em Cavaco Silva
A dimensão da consciência é apenas uma parte da questão e não é a parte importante. Importante é a natureza das informações que a constrói quando ele admite processar qualquer colecção de dados visuais e referenciados (mente aberta). Há casos em que a consciência se está nas tintas para isso (mente iluminada) e na consciência já não entra nada.
Os quadros (2) abaixo ilustram um teste. Confrontei uma cobaia com informação ignorada. Vejamos a evolução passo-a-passo desse alguém que estava no inicio disposto a votar em Cavaco Silva…
TESTE 1
Confrontado com o gráfico, a minha cobaia disse estar farto de saber. Mas depois perguntou o que era aquela linha sempre a crescer. Respondi-lhe que eram os empregos de serviços: as atendimentos, as publicidades e artes de "encher chouriços" mas também os dos hospitais e escolas. Serviço público? Interrogou e eu confirmei. E aquele vermelho a subir e a descer? Respondi que precisava de falar mais sobre ela. Acrescentei mais um dado: Cavaco foi Ministro das Finanças em 1980 e Primeiro Ministro entre 1985 e 1995... A cobaia olhou, olhou e soltou: Oh!
TESTE 2
Aquela linha vermelha do quadro de cima que parece crescer para só depois ligeiramente descer, é o emprego do Sector Secundário. Resulta da soma de alhos com bugalhos. Isto é soma os empregos da construção civil com os "fatos de macaco". Veja-se o que começou a acontecer. Betão, betão, betão sempre a crescer e a produção sempre a descer. Graças ao gajo e aos seguintes que vieram a aparecer... A minha cobaia olhou o gráfico. Olhou, olhou, olhou e exclamou: Oh!
TESTE 3
Mas não acabou. A divida pública que sofreu forte impulso com a importação de produtos da indutria aumenta também pela importação de produtos da terra. A minha cobaia olhou o gráfico como se procurasse uma alfaia e mais intensamente para descobrir uma semente e situar os anos de governação de Cavaco. Disse: "Ena, tanta terra inculta". Perguntei: "E de quem é a culpa?" Silêncio, caindo em si. SEI LÀ, O QUE ME DIZ FAZ SENTIDO E NÃO FAZ. VOTO NO CAVACO E ESTÁ O ASSUNTO ENCERRADO.
Pronto, teste falhado. A minha cobaia é um cérebro iluminado (ou já bastante manipulado) e nem a leitura do Expresso de hoje serviu para o quer que fosse. Vai votar Cavaco!
(1) Série de posts sobre a fisiologia do cérebro
(2) Gráficos já publicados num post sobre Qualificações, Desenvolvimento e Produtividade
07 janeiro, 2011
O mérito do trabalho do DN e o risco do uso de uma linguagem ambigua
06 janeiro, 2011
Um caçador de bolso, mas grande...
"Enquanto aquele anjo permanecer nas areias, bem pode o vento soprar
- O cão ou o velho?
Lentos, trôpegos, com os pés a tracejarem os caminhos de sempre, todos os dias aquelas almas percorriam memórias.
O cão – mais velho que o dono – era o guia, a sua bengala de cego.
Pela orla da praia, desde a gruta onde viviam até à colossal duna, abrupta sobre as águas, as aves marinhas mergulhavam a pique esbracejavam só para os salpicar. Lá iam, serenos, livres, sem palavras – imensos.
No ar, o sussurro dos silêncios embalava-lhes os passos num concerto de maresias.
Chegados ao topo da montanha era sempre assim – o velho afagava as orelhas do cão e o cão lambia-lhe as mãos.
Sentados – respiravam infinitos – o perfume das algas – adormeciam no tempo.
Ao longe, muito ao longe, alguém de um barco bramou:
- Fuja, a duna vai desmoronar-se.
Imperturbável, respondeu baixinho para não acordar o cão:
- A duna sou eu. "
05 janeiro, 2011
Pequena exposição - Malangatana pintor de África...
Não sei porque e de que morreu
03 janeiro, 2011
Pequena exposição - Figuras do meu imaginário de adolescente e rostos que me povoam a mente
ENTRADA DA EXPOSIÇÃO - SALA DOS AFECTOS
Claro que se fosse um entendido em arte teria aqui muito por onde me estender. Não o sendo, fixo-me não na pintura mas nas almas pintadas, nos rostos, nas formas, nas ansiedades, nas ternuras, nas esperas, nas atrevidas posturas e formosuras destas mulheres que ao longo da vida eu conheci. O Fernando apenas mas recordou...GALERIA "MINHAS INFLUÊNCIAS E CRENÇAS" (caricatura)
Se há, de modo semelhante ao que acontece com as minhas palavras, traços que possam ser considerados avinagrados, esses são os do Fernando. A ironia, o non sense , a mordacidade e a séria forma que dá aos meus rostos mais queridos torna-os mais meus, mais nossos...
Para ampliar clique nas imagens
02 janeiro, 2011
Homilias dominicais (citando Saramago) - 22
"Valeu a pena? Valeram a pena estes comentários, estas opiniões, estas críticas? Ficou o mundo melhor que antes? E eu, como fiquei? Isso esperava? Satisfeito com o trabalho? Responder “sim” a todas estas perguntas, ou a mesmo só a alguma delas, seria a demonstração clara de uma cegueira mental sem desculpa. E responder com um “não” sem excepções, que poderia ser? Excesso de modéstia? De resignação? Ou apenas a consciência de que qualquer obra humana não passa de uma pálida sombra da obra antes sonhada. Conta-se que Miguel Ângelo, quando terminou o Moisés que se encontra em Roma, na igreja de San Pietro in Vincoli, deu uma martelada no joelho da estátua e gritou: “Fala!” Não será preciso dizer que Moisés não falou. Moisés nunca fala. Também o que neste lugar se escreveu ao longo dos últimos meses não contém mais palavras nem mais eloquentes que as que puderam ser escritas, precisamente essas a quem o autor gostaria de pedir, apenas murmurando, “Falem, por favor, digam-me o que são, para que serviram, se para algo foi”. Calam, não respondem. Que fazer, então? Interrogar as palavras é o destino de quem escreve. Um artigo? Uma crónica? Um livro? Pois seja, já sabemos que Moisés não responderá."
01 janeiro, 2011
Um compromisso e uma prece...
Que nada nem niguém me impeça
De cumprir
Tudo o que nesta prece
Também eu pedi
não a Deus
mas a deuses meus e teus!
----------------------Prece de A Nossa Cadeia e do Meu Pássaro Azul