Não desisto de fábulas, nem de parábolas e ainda menos de metáforas. Sobretudo se são belas. Mexem com a imaginação e com a inteligência (de quem as tem, uma ou outra, se não ambas). Prefiro metáforas. As metáforas evitam o lugar comum e a repetição de coisas já ditas (e reditas), projectam-nas para além do sentido que o autor lhe quis dar. Apenas arrastam um senão, pois "Resta saber se as metáforas são entendidas em toda a sua amplitude." como já me veio dizer uma voz amiga, em comentário anterior. Não faz mal. Que importância tem se a Geni é a prostituta, se a classe média é sem valores e oportunista e se o Zepelim é um poder estrangeiro e destruidor, que pode ser saciado por quem cede para salvar a cidade de tanta crueldade, para depois voltar a ser marginalizada regressando à entrega, à pequena volúpia e a ser objecto de pecado de um povo maltratado? Ouvindo Geni e o Zepelim, fixado nas palavras, ouso entender que Gení, possa ser a esquerda, marginal e marginalizada, e o Zepelim seja a nova versão do vampiro mandado chamar (o FMI, o BCE e a CE?). Ouso imaginar que Chico Buarque me deu aviso para que Geni não se entregue, pois ninguém lhe vai agradecer esse gesto mártir. Eu sei, e também sei que não há Zepelim que fique saciado...
Seria Geni apenas uma prostituta comum?
ResponderEliminarUm grande bj querido amigo
Rogério,
ResponderEliminarmetáfora, metáforas... como diria o próprio Chico "Que Sera?", melhor
fariam em consultar a Geni antes de nos jogar pedras.
bjs
Jussara
Desta metáfora eu gosto! Não tive necessidade de ouvir, pois tenho esse CD do Chico no meu carrito e ouço-o montes de vezes.
ResponderEliminarFaz sentido...
Felicito-o por essa imaginação prodigiosa e sem limites.
Janita
Sem metáforas, que boa surpresa e que bem me soube, ouvir o Chico Buarque :)
ResponderEliminarBjos
e depois de tudo, e logo que o estrangeiro partiu, todos se sentiram baixos por terem precisado tanto de uma prostituta...
ResponderEliminarhumana ingratidão!
do Chico, entendo, de política, nem tanto..mas posso dizer que sua metáfora se aplicou direitinho ao caso!
Bela imaginação!
Abraço grande, amigo Rogério!
Concordo plenamente com a opinião que manifesta a propósito da fábulas, parábolas e metáforas.
ResponderEliminarEste "post" é prova disso. Criativo, acresce encanto sem trair o propósito de raiz.
A "Geni" sabe que não se entregar é um ponto de honra. Para além disso...
E, no entanto, como me apraz vir aqui.
Um beijo
É sempre o povo que é...lixado.
ResponderEliminarA metáfora é a raínha de todas as figuras de estilo. A mais fácil e a mais difícil de conseguir. A mais fácil e a mais difícil de entender. E cada um entende-a como quer, e como pode.
ResponderEliminarOs zepelins são bonitos, garbosos, e vêem tudo do alto. Com sua visão privilegiada, fica mais fácil mexer as peças no labirinto.
ResponderEliminarAh, adoro metáforas.
Excelente parábola, meu amigo... e muito, muito oportuna! O poder das metáforas é de facto, belo e poderoso! ... a propósito ou, talvez!, a despropósito, fez-me lembrar "O Carteiro de Pablo Neruda" :))
ResponderEliminarAbraço.
Que metafóra linda e ainda com meu Chico, aproveitei até pra ouvir Geni que a tempos não ouvia.
ResponderEliminarBeijos agradecidos Rogério.
ótima semana querido.
se Cuida.
Nunca desista, caríssimo, de nos fazer reflectir sobre o tanto que, por alheamento, por inércia ou incapacidade de análise, nos passa ao lado. Às vezes a singular beleza do detalhe de uma flor...
ResponderEliminarO quanto me apraz lê-lo não se traduz no pouco que lhe deixo da minha passagem por aqui. Sem metáforas lhe digo agora que este blog tem vindo a ganhar terreno, dia a dia, no leque das minhas preferências.
Boa semana
Gratidão
Mel
Caro Rogério
ResponderEliminarProvavelmente foi a sua forma de usar fábulas, parábolas e ainda as metáforas, que tornaram o seu blogue incontornável nas minhas visitas diárias (ou quase).
Claro que nem sempre o leitor entende o autor e possa por isso tirar por vezes ilações erradas. Acho que já me aconteceu.
Abraço
Caro Rogério
ResponderEliminarÉ nas metáforas que reside o poder de dizer tudo o que pode ser dito, repetido e reinventado, evitando, como tão bem afirmou, o lugar comum e, às vezes, tão vazio, dos discursos. Estamos rodeados delas, das metáforas e, no entanto, permanecemos surdos e cegos perante todas as evidências. As metáforas não são construções simples da realidade. Para as entendermos, para as desifrarmos, é necessária uma enorme disponibilidade para escutar o eco que elas possuem e saber identificar todos os detalhes das suas imagens.
Geni será sempre uma referência para quem interiorizou que a nuvem gelada é sempre a mais fria realidade e que a dignidade dos homens, às vezes, é vendida por qualquer preço, revelando a mais profunda ingratidão.
Um abraço enorme
Um post criativo e verdadeiramente inteligente.
ResponderEliminarBeijinho