(Reeditado)
imgem retirada daqui
IO corpo
dengoso ia desenvolvendo
um andar, um caminhar, lento,
voluptuoso,
ao encontro do que parecia ser seu destino
Tirou os olhos do chão
sem os colocar no ar
Virou para dentro de si
esse seu olhar
Parecia não ter visto outra coisa,
enquanto a densa teia a envolvia,
do que a asa que lhe nascia,
e também a outra, em síncrono movimento
Feliz, nesse encantamento,
falava com outras, suas iguais...
Falava da cor das asas,
da beleza dos locais
para onde iria voar
e das flores todas em que iria pousar,
do céu para onde nunca olhara antes...
Dissertava sobre seus amantes,
com a alma em cio
ouvindo das demais
conversas tão parecidas, quase iguais
em palavras gargalhadas
pois só estas, e não as graves,
passavam as paredes aveludadas
do casulo, sem entraves
IIChegado o momento,
a parede se rompeu e saiu
Exercitou o bater de asas,
segura como nunca se viu
Voou na direcção do éden
sem lá chegar, mergulhando antes
em nunca experimentada escuridão.
IIIAbri o livro disposto a ler
uma página qualquer
Entre a página aberta e a outra,
ali estava ela
a mais bela borboleta
parecendo ainda sorrir
num sorriso pueril
Rogério Pereira, Março de 2011
Finda a noite da crisálida uma borboleta emerge na metamorfose de um poema.
ResponderEliminarO ciclo de uma vida.
ResponderEliminarE ainda sorri...
ResponderEliminarMetamorfoses da vida de alguns seres
ResponderEliminarPodem ser elas ou eles.
Também os há carregados de cores sem sentido e vestidos de loucura dos sentidos.
Foi bom passar e parar para pensar nas voltas que a vida nos toma e também transforma.
Bom dia,
ResponderEliminarNum síncrono movimento nasce a primavera com cores belas, rompe pelo movimento até dar lugar a um novo ciclo da vida.
Admiro a sua sabedoria que revela no que escreve.
Abraço
ag
Por aqui, a primavera ainda não chegou... E ainda há quem diga que os países do Norte são mais evoluídos...
ResponderEliminarUm processo longo e doloroso, nada pueril, essa metamorfose de larva a borboleta.
ResponderEliminarOde às mulheres e à Primavera, nas belas palavras de um Poeta.
Um processo longo e doloroso, nada pueril, essa metamorfose de larva a borboleta.
ResponderEliminarOde às mulheres e à Primavera, nas belas palavras de um Poeta.
Mais uma
ResponderEliminarprima Vera
Abraço amigo
Tantos foram os sonhos imaginados nesta metamorfose poética, que, mesmo decepados, conseguiram manter o sorriso na sua essência...
ResponderEliminarMuito belo Rogério...muito belo!
Abraço e bom fim de semana..
~
ResponderEliminar~ Se me permites, Luís, faço minhas as tuas palavras, com as quais, concordo em absoluto. ~
.
ResponderEliminar.
. crisálidas . ninfas em flor .
.
. casulos de um tempo escasso .
.
.
um ciclo de vida... cantada!
ResponderEliminarabraço amigo
Lindo!
ResponderEliminarUm abraço, amigo Rogério. :)
Engano.
ResponderEliminarAli vias o que ela te permitia que visses.
Ela pairava sobre ti deliciando-se a cada momento com tua expressão, dúvidas e pensamentos.
Não desacredites. Eu vi.
Bjs
A vida renasce das suas palavras e a mulher primaveril sorri ao lê-las.
ResponderEliminarbeijinho