«Vamos brincar aos colantes?»
"Vô, queres brincar comigo?" A interrogação era muito menos uma pergunta e muito mais um pedido. Percebi-lhe no rosto que ficaria triste se não aceitasse. "Vamos lá!" disse, indo, ainda sem saber para onde. O rosto fechado abriu-se e o olhar rebrilhou. "Vamos brincar aos colantes!, vem comigo..." e eu fui.
Percorreu o corredor e entrou no quarto do fundo. Abriu o armário da estante e tirou uma pilha de livros. Escolheu o lugar onde os podia espalhar e escolheu um. Bem colorido, de figuras diversas, dispersas, e auto-colantes. "Então é assim: tu fazes-me uma pergunta ou mandas que eu faça uma coisa, se eu conseguir responder ou conseguir fazer, ganho um colante. Mas sou eu a escolher o colante que eu quiser!". Aceitei aquelas regras, assim como aceitaria, outras que fossem, as que o Diogo quisesse definir. Comecei. Ao fim de duas perguntas acertadamente respondidas e de um exercício bem resolvido, ele exclama "Vô, assim não vale. É tudo tão fácil que eu não sei se mereço escolher o meu prémio!". E lá continuámos, subindo eu a parada na exigência até que o seu peito ficou repleto de galardões.
Quando aquilo acabou, com o exercício de descer as escadas de dois em dois degraus, sem saltos nem tropeços e até à porta da rua (única maneira de fazer com que se fosse embora), fiquei a pensar se todas as retribuições não deveriam ser assim: perante as coisas difíceis desta vida, sermos nós a premiar o nosso próprio mérito com colantes colocados no peito e com o respeito de quem estiver por perto...
Mostra que já tem princípios. Coisa que muitos homens não têm.
ResponderEliminarAbraço e bom fim de semana
Princípios e valores
Eliminare uma criatividade que espanta
Organização e método são características que nele já se notam.
ResponderEliminarOs netos dão-nos muitas alegrias.
Organização e método
Eliminarque ele concilia
com a anarquia
É endiabrado
"como ó diabo"
E o avô fez muito bem em ir brincar com o neto, que esses momentos a dois são únicos. Ainda hoje alguém me dizia: "do que lembro melhor dos tempos de criança são as brincadeiras"... :)
ResponderEliminarAs brincadeiras entre avós e netos são coisa muito sérias...
Eliminarpor isso ficam nas memórias
nas deles e nas nossas
Os netos ensinam-nos muita coisa.
ResponderEliminarAh, essa verdade
EliminarDiogo não pede, interroga
Diogo não receia assumir a liderança
Diogo prescinde da facilidade
Diogo requer que eu valide cada sucesso
e só depois Diogo se "amedalha"
o que reflecte não não procura o auto-elogio
Sem dúvida que eu tive uma lição de vida
A auto-avaliação!... Só mesmo uma criança para a fazer tão honestamente.
ResponderEliminarjá um adulto, manipula. Tem à mão estratégias de auto-promoção e um sistema complexo de julgamento que o levam a "ver-se" à margem das "leis" que reconhece para os outros mas não aplica a si próprio.
O Diogo quer jogar, mas não um jogo qualquer. Só o que o confronta, o que o motiva e desafia... São assim todas as crianças. Mas, por vezes, os adultos não percebem.
Beijinho aos dois
Lídia
A minha grande vantagem (??)é
Eliminarque não me sinto adulto
e sou eu o manipulado
pelo meu "puto"
Beijinho, dos doi
Assim deveria ser! Seria...se todos os adultos tivessem o sentido de dignidade e respeito por si e pelos outros, como o Diogo!
ResponderEliminarUm menino de ouro esse seu neto, Rogério!
Ainda ontem o levava a passear pela mão e já ele que lhe dá orientação!
Que assim continue. Com lisura e princípios é que se ganham 'colantes'.
Beijinhos enternecidos, para os meninos...
Grande e Pequenino. :)
Hoje
Eliminarnão amuando
fiquei um tanto desolado
o Diogo só procurou a avó
(eu estava ocupado)
Um abraço grande para ambos!
ResponderEliminarMª João
Como comentei da ultima para esta, abri bem os olhos pois estas coisas belas fazem-nos esquecer tudo.
ResponderEliminarQue bela lição de vida!
Beijinhos para ambos
Fê
vemos nos mais novos aquilo que já fomos...
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