31 janeiro, 2018

A Autoeuropa irá acabar, tudo na vida acaba... até os carros. Que venham então os drones.

Trabalhadores da Autoeuropa resolvendo problemas da fábrica... (foto daqui)

Há gente, muita e diversa gente, aqui em Portugal e d´aquém e d´além-mar, que diz que os portugueses são os maiores... desde que não sejam sindicalizados. Porque isto de se inscreverem em sindicatos os torna, irresponsáveis, calões, suicidas, parvos. E exemplificam com a Autoeuropa. 

Dizem, nos mais diferentes estilos, desde os mais primários aos que se julgam evoluídos, que quando a Autoeuropa, pata-tá, pata-ti, sair daqui é que vai ser... e depois, uns citam o DN, outros o Público ou o Expresso, outros a imprensa especializada em economia, aquela toda que a propósito de outra notícia é denunciada como manipuladora, por terem colunistas que fazem o frete para assegurarem a avença, e que a precariedade nas redações grassa,  etc, etc. como se essa realidade não fosse transversal a todas as notícias...

Como sabem, há muito que leio a imprensa com pinças, não que receie contágio mas porque não se mexe em matéria em elevado estado de degradação, à mão. 

E sobre a Autoeuropa decidi ir fazer outras leituras: os boletins internos da empresa. Li uns quantos, de 2007, de 2010 e um ou outro mais recente  de 2017 e cheguei a uma conclusão: com trabalhadores daqueles (destes) os alemães não vão embora, e não é o elevado investimento nos processos de fabrico que os inibe... é outra coisa. Outra coisa que a VW não consegue na Índia ou na África do Sul... nem certamente em Marrocos.

Querem se dar ao trabalho de seguir o mesmo caminho que eu segui? Então cliquem na chave de entrada: KVP Cascata. Força, não custa nada.

7 comentários:

  1. Avinagraste demasiado esta publicação, ou sou eu que continuo a não entender porque é que uns boletins internos, pejadinhos de workshops, atraem tanto os alemães. Volto mais logo para ler mais alguns boletins...

    Quanto a ler a imprensa usando pinças, faço-o por sistema. Haverá outra forma razoável de o fazer nos dias que correm?

    Ainda a propósito dos dias que correm, num tempo em que as licenciaturas se fazem em três aninhos, ainda não percebi o que corresponde a um bacharelato actual. Reparei que um dos trabalhadores, no primeiro boletim interno que encontrei, se apresentava como tendo um bacharelato.

    Abraço

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    1. Primeiro, o que tanto atrai os alemães não parece que seja aquilo a que chamaste workshops, mas sim os impressionantes contributos que os operários da Autoeuropa dão aí, para a melhoria dos processos produtivos...

      Segundo - Continua a usar pinças, em alguns casos usa máscara pois há notícias que fedem

      Terceiro - Bacharelato: O grau de bacharel foi um grau académico atribuído no âmbito do ensino superior português que foi extinto em 2005 na sequência da reorganização do sistema de graus e diplomas do ensino superior português realizada através da alteração da Lei de Bases do Sistema Educativo pela Lei n.º 49/2005, de 30 de agosto.

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    2. Obrigada por me elucidares,Rogério.

      Conhecia muito bem o grau de bacharelato e embora me parecesse que já não fazia sentido nos tempos que correm, não sabia que tinha sido extinto em 2005.
      Uso,podes ficar descansado, pinças, máscara e, nos casos mais graves, uma armadura medieval,para ler a maioria das notícias da imprensa.

      Reparo que estou a abordar as tuas respostas na ordem inversa à que me deste... calhou assim, desculpa. Já percebi que sim, que é o extraordinário contributo dos operários da Autoreuropa que mantém os alemães tão interessados.

      Outro abraço

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  2. Pensar globalmente resistir localmente
    Abraço

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    1. e caso se parta para o resistir global
      fica mais fácil a luta local

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  3. Não creio que a Autoeuropa abandone Portugal, pois sabe o que tem. Jamais em país algum encontrará "gente" responsável e de qualidade a fazer carros. Mais, jamais em país algum encontrará a segurança que existe em Portugal, para investimentos estrangeiros. Somo ainda, que jamais em país algum, encontrará trabalhadores que "lutam", pelos seus direitos, mas nunca partirão para formas agudas e incompatíveis na relação laboral.

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    1. É exatamente assim que penso
      caro amigo

      e por vezes não é fácil dar equilíbrio à luta.

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