10 março, 2018

Num dia assim, não é só a mim a quem lembra Catarina Eufémia

NÓS MÃES DO SONHO ABSOLUTO

Sem ter provado o tal fruto,
Sem ter aberto a caixinha,
Sem sequer qu`rer ser rainha
Senão deste meu reduto,
Vi-me coberta de luto,
Chamaram-me erva daninha,
Mentirosa, vil, mesquinha
E outras coisas que refuto
Ante um mundo em estado bruto
Contra a força que em mim tinha,

Mas sou mil, não estou sozinha,
E hei-de ser sempre o produto
Daquilo por que hoje luto
Numa luta também minha
Que é humana e que acarinha
Todo o ser que entendo e escuto...
Em tudo quanto executo,
Minha paixão se adivinha;
Raízes da mesma vinha,
Nós, mães do sonho absoluto!
Maria João Brito de Sousa –AQUI
PCP Catarina.jpg

4 comentários:

  1. Obrigada, Rogério. Tens razão, não foi só a ti que, neste dia Internacional da Mulher, ocorreu lembrar a justa luta de Catarina Eufémia.

    Outro grande abraço!

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    1. Somos as memórias que temos
      e temo que elas se vão perdendo

      Haja quem as vá lembrando
      na rua, ou poemando

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  2. Essa luta da Catarina Eufémia
    teve ainda mais valor
    por ter sido travada,
    de forma solitária
    num tempo de sofrimento,
    de ditadura e de dor.

    Mas a mim, o que me dói mais
    é que volvidos quase quarenta e quatro anos
    de libertação - será que nos libertámos?
    Ainda existam mulheres a gritar por liberdade...

    Isto nem parece verdade!!

    E o mal, hoje, é mundial.
    Vigora, ou não, o 'tal' Regime Democrático?

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    1. há rimas, que não são verdade
      "travada" não rima com "solitária"
      e nada se pode fazer contra uma arma

      O tal regime Demo_crático
      é mais do Demo que do Crático
      (aliás nem conheço este fulano, presumo que seja um embuste...)

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