08 junho, 2022

PAULA REGO... E O MEDO


 

“-O que a leva a pintar? Porque pinta?

- Pinto para dar face ao medo, como acabei de dizer a uma professora de Artes Plásticas que me fez a mesma pergunta.

– Mas hoje já não há medo aqui. Havia nos anos em que pintou estas obras?

Acha que não há medo agora? Não sente medo? Eu sinto.

– Sente medo ou medos, de quê?

– Sinto muito medo!”

 Paula Rego, ao “Correio da Manhã 

(mas, lá onde saquei isto, tem mais que deve ser lido)


12 comentários:

  1. Genial, por todo o percurso artístico, pelos riscos que correu visíveis nas mudanças de expressão. Genial.

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  2. A arte da cura . A arte tem o poder de sanar as dores da alma.

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    1. A arte, não se limita a sanar as dores da alma. Ela aguça o engenho e espevita o juízo

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  3. Oi Rogério
    Segui o link dessa artista que já era uma estrela e agora foi compor
    o firmamento no lugar que é dela. Já tinha estado por lá , não lembro como, e gosto da Arte do desenho e para caricatura te que ter estilo e ela foi perfeita.
    Homenagem distinta , Rogério _ como sabes ser !
    Um abraço ou melhor dois abraços.

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  4. medo... acho que todos sentimos até medo do próprio medo...
    que descanse em paz.
    :(

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    1. O medo
      (versão actualizada)

      Rir? Sorrir?
      Sorrir de um medo?
      Desse medo
      que resulta
      do nosso próprio enredo?
      Em criança, nesse tempo
      o medo fazia parte do crescimento
      Vencíamos o medo, íamos crescendo
      Hoje, ao certo, não sei definir o medo
      Só sei que gostaria
      que o medo pudesse ser
      qualquer coisa de tangível,
      de apalpar, de cheirar e de se ver
      E se o fosse, que fosse redondo,
      que ao rolar o fizesse com estrondo
      E que se tivesse cheiro,
      que fosse o do sebo salazarento
      E que ao tacto se sentisse a impressão
      do fogo vivo das fogueiras da inquisição
      Depois, o medo podia ser apontado
      e, sei lá, esmagado ou até cortado

      Ver-se-ia que o medo
      Não tendo nada dentro
      Se libertaria o Mundo
      deste medo tão profundo

      Rogério Pereira

      Acho que Paula Rego gostaria de ter lido este meu poema...

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  5. Perdemos fisicamente mais um génio das artes plásticas, mas fica o seu legado, a sua genial obra, lutadora incansável pelos direitos das mulheres. Ficará para sempre na nossa memória e assim continuará viva.
    PS já passei pelo sítio do FC

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  6. Vi na RTP2 um programa sobre ela, com uma entrevista muito boa.
    Abraço e saúde

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