02 outubro, 2023

MEU SANGUE MOURO, MEU CORAÇÃO LUSO E MINHA ALMA CELTA GOSTAM DESTA


Ouvi música na Seara de Versos e também lá li isto:

 "De A Cidade Depois, Pedro Paixão (2002:p.27) 

«Lembro-me de Schönberg ter dito, quando os nazis chegaram democraticamente ao poder: "Agora vamos ter de deixar de compor música. Há problemas mais importantes.»

***

Sem a Música, a Poesia, as artes em geral, não será o homem levado a acelerar o seu  processo (em curso) de desumanização e autodestruição? Pergunta retórica escusada. Pode lá viver-se neste mundo uma vida inteira de modo sóbrio, sem o alimento base, imprescindível à alma. Embriague-se. Pode ser de música, se quiser, ou de outra coisa qualquer. Baudelaire, há muito, apontou a receita."

Obrigado Lídia Borges 

8 comentários:

  1. Na frase reproduzida Schönberg não disse que deixaria de haver música disse que deixaria de se compor música, ou seja, criar novas músicas, porque havia tarefas mais importantes naquele momento. Concordo com a frase, não sei se foi verdadeira ou está bem reproduzida, o autor que a incluiu no seu livro, citado, não é um autor nem pessoa da minha simpatia

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  2. Acrescento que a música dodecafónica foi uma criação do próprio
    Schönberg e o regime nazi a classificou de estilo de composição como “arte degenerada”.

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  3. Há vários dias que estou sóbria: não tenho criado nova poesia, limito-me a reeditar sonetos e décimas, mas esta sobriedade não é coisa que eu queira manter, de maneira nenhuma. Vou-me embriagando por aí, em poemas e músicas criados por outros...
    Também a pintura, a poesia e a escultura tiveram de passar pelo crivo do nazismo e foram muitas as obras de arte que foram apodadas de "arte degenerada"...

    Um abraço para cada um de vós, Lídia e Rogério!

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  4. Com toda a voluptuosidade embriagadora que me chega desta música e destas vozes, como hei-de querer pensar em nazistas e nazismo?
    Ainda que tenha havido aquele período negro, ninguém conseguiu - por mais forte - apagar a Música Celta nem toda a Música composta até então.

    Depois...Eu quero é ser feliz!

    Um abraço, Rogério.

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    1. Teresa Palmira Hoffbauer3 de outubro de 2023 às 15:43

      “A música como memória de um drama: o Holocausto”
      O livro de Silvia Rosa Nossek Lerner confirma as palavras aqui escritas.

      Gosto muito de ouvir a Música Celta.
      Todos nós portugueses temos uma costela celta.

      Embora, não comente, leio tudo aquilo que escreves.
      Abraço musical 🎶 da amiga da aldeia do Düssel.

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  5. Teresa Palmira Hoffbauer3 de outubro de 2023 às 15:22

    O meu “sangue alemão” exigiu que eu investigasse, se ARNOLD SCHÖNBERG disse “Agora vamos ter de deixar de compor música. Há problemas mais importantes”, quando os nazis chegaram democraticamente ao poder.

    Não, não encontrei este depoimento do compositor alemão na versão original.
    Todavia, acredito que na verdade, ele se tenha pronunciado dessa maneira.
    No dia da reunificação alemã, ouço a incrível música de ARNOLD SCHÖNBERG.

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  6. Esclareço que a frase é citada pelo narrador, no livro de Pedro Paixão. "A Cidade Depois", escrito depois do 11 de Setembro, num registo que poderíamos situar entre a crónica e a ficção. Desconheço a "versão original", isto é, a fonte que serviu de base a Pedro Paixão. Certamente, o contexto em que o escreve explica o recurso utilizado, mas para poder avaliar isso, é preciso ler o livro.

    Lídia

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  7. Li o livro‼️Que me agradou absolutamente‼️
    Embora o contexto em que o escreve não explique o recurso utilizado, acredito na verdade da frase e na competência de Pedro Paixão no que respeita a cultura alemã, ou, mais precisamente, a filosofia alemã.

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