No tempo em que crescíamos
a noite bramava tão parda
que nem parecia noite
De súbito um frémito de luz
pestanejou nos mastros do cais
o mar restolhou
e eu vi claramente
os teus olhos remoçados
alumiarem as águas
Após tantos relâmpagos vividos
julgavas estar preparada
para voar
mas os pássaros ainda aprendiam
a ter asas
Hoje, ao fim da tarde... não sei se ouvirei este poema. Serão outros? Que sejam, estejam eles no lado certo da vida... (e vão estar)
Os blogistas escrevem sobre aquilo
ResponderEliminarque gostam, aquilo que os rodeia, aquilo que faz parte do seu dia a dia.
Eu, por exemplo, conheço muito bem o director do museu de Wuppertal, mas NUNCA ouvi falar de um Eufrázio Filipe!!!
Deixei um comentário no post:
Restauração? Qual restauração?
Cara Ematejoca
ResponderEliminarA ignorância e o ódio são piores que o ópio
(Não conhecer um Mar Arável e odiar Pilar são requisitos que orgulharão a srª Merkel. Um dia há-de acontecer a Restauração...)
Ignorante ou não, continuamos amigos.
ResponderEliminarNão é verdade, Rogério?!
A Angie não odeia a Pilar, uma vez que nem sabe quem ela é.
OUTRA IGNORANTE!!!
Meu Deus, o mundo está repleto de ignorantes e de traidores à PÁTRIA!
Como gostaria de estar presente!...
ResponderEliminarÉ uma poesia com particularidades especiais que muito aprecio.
Um beijo
Lídia
Gostei do poema. Particularmente dos dois últimos tercetos.
ResponderEliminarVou ver se consigo deixar no blogue umas palavras.
E o seu? Estou à espera.
Beijo
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarÉ preciso Poesia...quantas mais, melhor! Não somos afinal um país de poetas?Estava a ver que o "10 de Junho" era tambem eliminado...Já não temos República, nem Independência...só faltava "matar" outra vez o Luis de Camões...
ResponderEliminarMuito sucesso para o autor do livro "No outro lado do cais", cujo poema me "aguçou" o apetite!! Lindissimo!
Bjs e bom fds.
Graça
Isto de viver longe do centro e de trabalhar o tempo todo...paralisa-me por aqui.
ResponderEliminarBjs
...
ResponderEliminarmas os pássaros ainda aprendiam
a ter asas.
Um poema lindo, que fala das vivências de infância.
Pena que este meu pássaro não possa voar para aí!
Desejo as maiores felicidades, ao livro e ao seu autor.
beijinhos e bom fim de semana
Vim de lá
ResponderEliminare sem escolher, deixo-vos com um dos poemas lidos:
Não sei quem és
mas pelos gestos vieste por bem
rasgar o vento com as mãos
a neve dos meus cabelos
e eu cansado de florestas apócrifas
das palavras em bando
comecei a plantar árvores
vi os pássaros regressarem em acordes
à luz das noites que não dormem
Na partilha de horizontes
o amor é revolucionário
voa ousa nos mastros mais altos
garatuja búzios de sons
intervem por causas
muito para lá das utopias
e se levanta resiste
ao pôr do sol
mesmo que os barcos entristecidos
estilhacem nos espelhos da água
algumas pedras com vida por dentro
Registo por um instante
o ar que nos move
pinto com a boca
uma flor vermelha
nas paredes do cais
Grato Rogério
ResponderEliminarAbraço
Muito bonitos os poemas! Vou lá elogiar a autora.
ResponderEliminarObrigada por nos dar conhecimento de mais um(a) poeta.
Bom fim de semana
Rogério,
ResponderEliminarQue pena não ter andado ontem por aqui a horas tardias, mas ainda dei uma saltadinha ao Mar Arável, já conheço outros livros do Eufrázio e este é concerteza mais um grande livro de poesia.
Para a nossa amiga ematejoca, queria dizer que se conhece muito bem o director de um simples museu de Wuppertal, nós conhecemos por cá um Eufrázio Filipe que para além de um excelente poeta já com uma extensíssima bibliografia, não foi um simples director de museu, mas um Presidente de uma Câmara Municipal deste país durante 24 anos.
E peço desculpa ao nosso amigo se ele não queria que o dissesse, mas estamos aqui também para ensinar alguma coisa aos outros. Também aprendo e só aprendi estas particularidades depois de há muito tempo apreciar a poesia do Eufrázio e de conhecer os seus livros, mas são particularidades que parece terem muita importância para a nossa "amiga" ematejota.
Beijos
Branca
Brancamar,
ResponderEliminarBem dito. Mas não vale a pena voltar-lhe a dizer nada. Está aculturada...