...e se a Maior Flor do Mundo fosse a Democracia?
Se para a salvar fosse necessário fazer 20 coisas, que coisa lhe parece que podia fazer por ela?
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“Deu-se o menino ao trabalho de subir a encosta, e quando chegou lá acima, que viu ele? Nem a sorte nem a morte, nem as tábuas do destino… Era só uma flor. Mas tão caída, tão murcha, que o menino se achegou, de cansado. E como este menino era especial de história, achou que tinha de salvar a flor. Mas que é da água? Ali, no alto, nem pinga. Cá por baixo, só no rio, e esse que longe estava!... Não importa. Desce o menino a montanha, atravessa o mundo todo, chega ao grande rio, com as mãos recolhe quanta de água lá cabia, volta o mundo atravessar, pelo monte se arrasta, três gotas que lá chegaram, bebeu-as a flor com sede. Vinte vezes cá e lá… Mas a flor aprumada já dava cheiro no ar, e como se fosse uma grande árvore deitava sombra no chão.”
Vinte vezes cá e lá. Vinte certas, diz o escritor, e quero acreditar que sejam precisas tantas. Imagine, caro leitor, que a água não é água, mas sim porções de coisas esforçadas que é necessário fazer para salvar a vida da nossa flor. Pense que, de cada vez que se sobe a montanha, se deposita na Democracia muribunda algo que a faz, lentamente, renascer. Indique uma só, que esteja disposto a fazer ou que ache ser necessário que se faça... Lembre-se que há pequenas coisas, à semelhança das que cabem numa mão pequenina.
As imagens são do video. O texto, em itálico, é do livro de Saramago "A Maior Flor do Mundo"
NOTA: A série "Sem sonhadores não há sonho", de que foram editados mais de um dúzia de posts no decurso do mês de Abril, foi talvez o trabalho mais criativo que mais gostei de fazer
Este é um excelente post para lhe desejar um Bom e Feliz Ano 2012.
ResponderEliminarAbraço
Rogério
ResponderEliminarCá vou indo com o seu livro. Com vagar para não perder nenhuma das suas palavras.
Quanto a este post, tem razão foi um dos seus melhores.
Que 2012 seja, dentro do possível, um Ano em que não encontremos o negro como cor básica. E que o nosso NÃO seja ouvido e que se juntem a nós muitos outros NÃOS para que os surdos ouçam e os que se deixaram adormecer, acordem.
Beijo
O maior problema é que... até a água estão a secar.
ResponderEliminarBom ano... com muitas caminhadas
Bjos
Já vi o filme tantas vezes...
ResponderEliminaré mesmo linda a história.
http://vimeo.com/3691184
Para si, e para todos os que regam a flor tenham um excelente 2012.
ResponderEliminarPara os outros, bem para outros que tenham os piores pesadelos em dois mil e doze.
Tudo pelo melhor
ResponderEliminarmesmo neste Inverno prolongado
Abraço amigo
Para não dizerem que não falaste de flores.
ResponderEliminarUm abraço e votos de um bom 2012.
Olá Rogério
ResponderEliminarVim aqui para lhe desejar um bom ano novo. Que 2012 seja um ano positivo, inspirado (já sei que inspiração é coisa que não lhe falta) e com muita paz interior. Paz para continuar a luta do lado certo para o sítio certo.
Quanto ao seu melhor trabalho no blogue, não sei qual foi, porque não consegui vê-los todos. Mas dos que li, ainda não encontrei um de que não tivesse gostado pelo menos muito.
Este, claro que adorei, quer a história de Saramago, quer o seu texto final. Lindíssimo!
Um abraço e um bom ano novo!
Meu amigo estou totalmente de acordo consigo, este foi um dos seus melhores posts deste ano que agora finda.
ResponderEliminarAté 2012!
Obrigada por tudo!
beijinhos
Não é o fim que importa, é o caminho. Ao fazê-lo de acordo com a sua consciência está a espalhar sementes sem dar por isso.
ResponderEliminarVou ver como se chega ao livro pelo processo que indica. Força Rogério.
Bom Ano!
Adorei ler este post e ver este vídeo que não tinha visto antes. Enquanto andava no vídeo com a voz de Saramago a aprender histórias para meninos (e adultos) já vi que fez uma nova publicação.
ResponderEliminarPor agora só quero dizer que há tanta coisa que estou disposta a fazer pela democracia, desde ser responsável, boa cidadã, até entrar em todas as lutas para que ela não morra, o que só por si já é ser boa cidadã, pois tal não se pode confundir com serviço a favor da "nação"-estado, mas a favor do cidadão comum (esse sim, o verdadeiro estado), esse sim aquele que me sinto obrigada a servir na minha profissão de funcionária pública.
Beijos
Branca