Tivesse eu a grata satisfação de presenciar a cena
e dispensaria até saber o que fora dito...
É verdade, tivesse eu tal oportunidade e dispensaria entrar na intimidade daquele diálogo. A curiosidade levar-me-ia a interrogar sobre o que diriam, mas manter-me-ia a reservada distancia... Basta que os conheça pelo que escreveram. De Jorge Amado, li livros seus entre os 20 e os 30 anos. De José Saramago, já muito depois dos 50. Um despertou-me para a utopia, o outro manteve-me desperto para ela. Ambos me alimentaram o sonho e, pensando nisso, imagino o que naquela conversa terão dito...
HOMILIA (lembrando o centenário de Jorge Amado)
«Há esperanças que é loucura ter. Pois eu digo-te que se não fossem essas já eu teria desistido da vida.» - José Saramago, in "Ensaio sobre a cegueira"
«Não possuímos direito mais inalienável do que o direito ao sonho. O único que nenhum ditador pode reduzir ou exterminar.» - Jorge Amado, tirado daqui
Uma excelente dupla, com poisio na matéria delicada do sonho.
ResponderEliminarObrigado, Rogério.
Abraço
Uma fotografia preciosa!
ResponderEliminarDois homens que mantiveram durante as suas vidas, uma permanente atenção às coisas que iam acontecendo no mundo e souberam, a partir delas, escrever páginas únicas onde a ficção e a realidade, a vida e o sonho, seguem de mãos dadas e constituem inesgotáveis fontes de saber. Não do saber académico que, aqui, se faz coisa pouca, mas o saber cujas raízes se afundam no quotidiano, na vida dos povos, das pessoas, em particular dos mais desfavorecidos, obrigando-nos a questionar, a reflectir, a perceber melhor o Mundo e o Homem... No que neles há de melhor e de pior.
Um beijo
Li e continuo a ler um e outro!
ResponderEliminarUma dupla de grande craveira!
Abraço
Encontro de sabedoria!
ResponderEliminarCaro Rogério
ResponderEliminarAlguem um dia destes terá dito a nosso respeito que "um mata e outro esfola" Fiquei "vaidoso" pois acho que no fundo estamos de acordo em muita coisa. De certo modo também aqui. O primeiro livro que li do Jorge Amado foi os "subterraneos da Liberdade" o segundo foi o "Cavaleiro da esperança". Talvez pouco conhecidos. Mas especialmente o segundo, marcou-me e juntei aos meus heróis lendários o Luis Carlos Prestes. Um dia em Moscovo conheci-o pessoalmente,encontrámo-nos várais vezes, pois embora por aqui já se vivesse em liberdade, no Brasil ainda não. Não digo mais, porque voltei a vê-lo em Portugal e ainda hoje me sinto mal pela forma como o vi ser tratado.
Quanto a José Saramago também o descobri mais tarde. Mas sabe, meu caro? Na verdade só agora consigo perceber coisas que foi dizendo e que estão aí clarinhas como água!
Abraço
Rodrigo
Documento preciosíssimo do encontro entre dois grandes vultos da Literatura Universal, que ficarão para sempre na História.
ResponderEliminarObrigada Rogério, por esta partilha sublime.
Beijos.
Meu querido amigo
ResponderEliminarComo eu gostaria de ter sido formiguinha e ouvir essa conversa (que deve ter sido um tratado de sabedoria).
Duas grandes figuras da história recente.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
Levantados do chão, foram (são) dois cavaleiros da esperança.
ResponderEliminarCaiu na perfeição e meu dia se ancheu de sonhos que nenhum ditador pode tocar!!!
ResponderEliminarDeixo um abraço,
Vou fazer os meus 4km matinais, já volto...
BJ
Dois escritores que admiro muito e cuja obra conheço muito bem.
ResponderEliminarBoa semana