12 agosto, 2012

Homilias dominicais (citando Saramago) - 94


Tivesse eu a grata satisfação de presenciar a cena 
e dispensaria até saber o que fora dito...

É verdade, tivesse eu tal oportunidade e dispensaria entrar na intimidade daquele diálogo. A curiosidade levar-me-ia a interrogar sobre o que diriam, mas manter-me-ia a reservada distancia... Basta que os conheça pelo que escreveram. De Jorge Amado, li livros seus entre os 20 e os 30 anos. De José Saramago, já muito depois dos 50. Um despertou-me para a utopia, o outro manteve-me desperto para ela.  Ambos me alimentaram o sonho e, pensando nisso, imagino o que naquela conversa terão dito...

HOMILIA (lembrando o centenário de Jorge Amado)
«Há esperanças que é loucura ter. Pois eu digo-te que se não fossem essas já eu teria desistido da vida.» - José Saramago, in "Ensaio sobre a cegueira"
«Não possuímos direito mais inalienável do que o direito ao sonho. O único que nenhum ditador pode reduzir ou exterminar.» - Jorge Amado, tirado daqui

10 comentários:

  1. Uma excelente dupla, com poisio na matéria delicada do sonho.
    Obrigado, Rogério.

    Abraço

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  2. Uma fotografia preciosa!
    Dois homens que mantiveram durante as suas vidas, uma permanente atenção às coisas que iam acontecendo no mundo e souberam, a partir delas, escrever páginas únicas onde a ficção e a realidade, a vida e o sonho, seguem de mãos dadas e constituem inesgotáveis fontes de saber. Não do saber académico que, aqui, se faz coisa pouca, mas o saber cujas raízes se afundam no quotidiano, na vida dos povos, das pessoas, em particular dos mais desfavorecidos, obrigando-nos a questionar, a reflectir, a perceber melhor o Mundo e o Homem... No que neles há de melhor e de pior.

    Um beijo

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  3. Li e continuo a ler um e outro!
    Uma dupla de grande craveira!

    Abraço

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  4. Caro Rogério
    Alguem um dia destes terá dito a nosso respeito que "um mata e outro esfola" Fiquei "vaidoso" pois acho que no fundo estamos de acordo em muita coisa. De certo modo também aqui. O primeiro livro que li do Jorge Amado foi os "subterraneos da Liberdade" o segundo foi o "Cavaleiro da esperança". Talvez pouco conhecidos. Mas especialmente o segundo, marcou-me e juntei aos meus heróis lendários o Luis Carlos Prestes. Um dia em Moscovo conheci-o pessoalmente,encontrámo-nos várais vezes, pois embora por aqui já se vivesse em liberdade, no Brasil ainda não. Não digo mais, porque voltei a vê-lo em Portugal e ainda hoje me sinto mal pela forma como o vi ser tratado.
    Quanto a José Saramago também o descobri mais tarde. Mas sabe, meu caro? Na verdade só agora consigo perceber coisas que foi dizendo e que estão aí clarinhas como água!
    Abraço
    Rodrigo

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  5. Documento preciosíssimo do encontro entre dois grandes vultos da Literatura Universal, que ficarão para sempre na História.
    Obrigada Rogério, por esta partilha sublime.
    Beijos.

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  6. Meu querido amigo

    Como eu gostaria de ter sido formiguinha e ouvir essa conversa (que deve ter sido um tratado de sabedoria).
    Duas grandes figuras da história recente.

    Um beijinho com carinho
    Sonhadora

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  7. Levantados do chão, foram (são) dois cavaleiros da esperança.

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  8. Caiu na perfeição e meu dia se ancheu de sonhos que nenhum ditador pode tocar!!!

    Deixo um abraço,
    Vou fazer os meus 4km matinais, já volto...
    BJ

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  9. Dois escritores que admiro muito e cuja obra conheço muito bem.

    Boa semana

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