Quando Vieres
Quando vieres
Encontrarás tudo como quando partiste.
A mãe bordará a um canto da sala...
Apenas os cabelos mais brancos
E o olhar mais cansado.
O pai fumará o cigarro depois do jantar
E lerá o jornal.
Quando vieres
Só não encontrarás aquela menina de saias curtas
E cabelos entrançados
Que deixaste um dia.
Mas os meus filhos brincarão nos teus joelhos
Como se te tivessem sempre conhecido.
Quando vieres
nenhum de nós dirá nada
mas a mãe largará o bordado
o pai largará o jornal
as crianças os brinquedos
e abriremos para ti os nossos corações.
Pois quando tu vieres
Não és só tu que vens
É todo um mundo novo que despontará lá fora
Quando vieres.
Maria Eugénia Cunhal,in "Silêncio de Vidro"
É mais um pouquinho da história viva que se apaga. Para sempre ficarão os registos escritos, entre os quais se encontra esta bela mensagem de amor e esperança.
ResponderEliminarQue a sua alma encontre a Luz.
Abraço
Bom de se ler e de interiorizar.
ResponderEliminarUm dia tudo será diferente.
Será diferente quando chegares
Ou quando partires para sempre.
Em nós ficam as lembranças.
Fiquei triste ao saber da morte da irmã do CUNHAL. É mais uma PERSONALIDADE PORTUGUESA que se apaga.
ResponderEliminarGostei muito de ler o poema.
Obrigada por apresentar-me pessoa tão sensível, que se imortaliza em palavras.
ResponderEliminarMuita Luz e Paz!
Abraços
ResponderEliminarEste poema está sempre a comover-me. E já o li tantas vezes!...
Bj.
Não deixamos morrer os nossos mortos
ResponderEliminarAbraço
Bonito este quando vieres.
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