25 janeiro, 2017

Poesia (uma por dia) - 87


Poema
No tempo em que os poemas falavam
havia uma madrugada para florir
um aroma de alecrim em cada mão
em cada olhar inocente uma prece
um povo inteiro a rogar redenção.

Calam-se agora os poetas ao verem
paradas as naus, e o mesmo povo
contente, co’ a liberdade de dar
aos vampiros de sempre,
sua carne, seu sangue em dádiva
consciente.

Cale-se então o poeta
que estrangeiro se sente
no seio da própria gente.
 Lídia Borges
"Seara de Versos"

11 comentários:

  1. Os três últimos versos espelham bem todo o sentir luso.
    Quem diria que os vampiros continuariam a sugar o sangue dos inocentes, após aquela longínqua madrugada de cravos rubros florida?!
    Quem diria?...

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    1. Lídia tem coração luso
      e alma celta

      por isso não se cala
      foge à regra

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  2. Demasiado manso, este povo.

    Beijinhos, Rogério :)

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  3. O povo tem memória curta. Os poetas não.
    Muito bom o poema.
    Abraço

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  4. Um belíssimo poema, como o são todos os que a Lídia Borges assina.

    Abraço grande para ambos!


    Maria João

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    1. Quando a leio, é em ti que penso
      É nela que penso quando a ti te leio

      em outros poetas me enleio
      num não acabar de versos
      caudal
      que desagua... no Mar

      Poetas, em letra grande

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  5. Agradeço, Rogério! Embora não seja o que escrevo, mais do que um modo de sentir, entre tantos outros modos de sentir idênticos.



    Lídia

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