Embora Danton não tenha tido a oportunidade de estar presente, ele se sente honrado pelo disposto no § 11º da resolução final do congresso, aprovada na sessão de encerramento, sem votos contra e sem abstenções.
1. O 4.º Congresso dos Jornalistas Portugueses concluiu que as condições em que se exerce hoje o jornalismo, pilar da democracia, comprometem o direito constitucional à informação, indispensável para o exercício pleno da cidadania.
2. As condições de trabalho – dimensão reduzida das redações com os despedimentos, precariedade, baixos salários e falta de tempo – estão a ter efeitos na qualidade do jornalismo e condicionam a independência dos jornalistas.
3. A profunda mudança no enquadramento do setor está a afetar a credibilidade do jornalismo. O contributo dos jornalistas é determinante para ultrapassar as ameaças e desafios que se colocam à viabilidade da informação de qualidade.
4. A legislação laboral tem de ser cumprida em Portugal no setor do jornalismo, sendo urgente uma ação rápida e eficaz da Autoridade para as Condições de Trabalho para acabar com os falsos estágios, os falsos recibos verdes e os falsos contratos de prestação de serviço.
5. A autorregulação tem de ser reforçada e a regulação tem de ser eficaz.
6. Os jornalistas têm de ter maior peso e presença nas entidades reguladoras. É necessário iniciar um processo de revisão legislativa que torne essas entidades mais eficazes e mais participadas pelos jornalistas.
7. Os princípios éticos e deontológicos têm de ser reforçados, têm de abranger todos os jornalistas e têm de ser aplicados com eficácia.
8. Os conselhos de redação têm de ter um papel ativo, o que exige a proteção legal dos jornalistas que neles participam. Os pareceres dos conselhos de redação têm de ser vinculativos, nomeadamente para os cargos de direção e chefias.
9. É crucial que os jornalistas reforcem as estruturas próprias da classe, desde logo o Sindicato dos Jornalistas e a sua presença nas redações com uma agenda própria, para a defesa dos direitos dos jornalistas e a afirmação do jornalismo.
10. É fundamental avaliar, melhorar e fortalecer a relação do setor com as instituições de ensino superior e outras entidades formativas devidamente credenciadas.
11. É urgente promover a literacia mediática, com iniciativas no domínio da educação pré-universitária e junto da população em geral.
12. Os jornalistas, reunidos no 4.º Congresso dos Jornalistas Portugueses, assumem o compromisso de cumprir os deveres e as responsabilidades decorrentes dos princípios ético-deontológicos do jornalismo e das melhores práticas do exercício e regulação da profissão.
O vídeo? Ah, este foi uma promessa feita e com um poema a propósito!Lisboa, 15 de Janeiro de 2017
Gostei! Gostei da resolução final - por unanimidade - , do vídeo e do poema.
ResponderEliminarAbraço, que estou de saída para mais uma consulta!
Maria João
O estranho, ou talvez não, é que apenas o Tornado tenha publicado, na integra, a resolução final.
EliminarQuase todos lhe deram o "tratamento" jornalístico adequado...
Já era de de esperar, essa reacção por parte dos órgãos da CS...
EliminarLouvável excepção, a do Tornado, assinada por ti.
Gostei de ler o art.11 da resolução final do congresso de Jan/2017.
ResponderEliminarSó que nestes cinco anos as coisas pioraram ainda mais, ao ponto de (e falo não só no jornalismo feito online como aquele que se curva perante as guerras das audiências) o jornalismo ter caído ainda mais em descrédito.