15 janeiro, 2017

"Depois do pão, a educação é a primeira necessidade do povo" – disse Danton no tempo da Revolução Francesa, em 1793


Embora Danton não tenha tido a oportunidade de estar presente, ele se sente honrado pelo disposto no § 11º da resolução final do congresso, aprovada na sessão de encerramento, sem votos contra e sem abstenções.
1. O 4.º Congresso dos Jornalistas Portugueses concluiu que as condições em que se exerce hoje o jornalismo, pilar da democracia, comprometem o direito constitucional à informação, indispensável para o exercício pleno da cidadania.
2. As condições de trabalho – dimensão reduzida das redações com os despedimentos, precariedade, baixos salários e falta de tempo – estão a ter efeitos na qualidade do jornalismo e condicionam a independência dos jornalistas.
3. A profunda mudança no enquadramento do setor está a afetar a credibilidade do jornalismo. O contributo dos jornalistas é determinante para ultrapassar as ameaças e desafios que se colocam à viabilidade da informação de qualidade.
4. A legislação laboral tem de ser cumprida em Portugal no setor do jornalismo, sendo urgente uma ação rápida e eficaz da Autoridade para as Condições de Trabalho para acabar com os falsos estágios, os falsos recibos verdes e os falsos contratos de prestação de serviço.
5. A autorregulação tem de ser reforçada e a regulação tem de ser eficaz.
6. Os jornalistas têm de ter maior peso e presença nas entidades reguladoras. É necessário iniciar um processo de revisão legislativa que torne essas entidades mais eficazes e mais participadas pelos jornalistas.
7. Os princípios éticos e deontológicos têm de ser reforçados, têm de abranger todos os jornalistas e têm de ser aplicados com eficácia.
8. Os conselhos de redação têm de ter um papel ativo, o que exige a proteção legal dos jornalistas que neles participam. Os pareceres dos conselhos de redação têm de ser vinculativos, nomeadamente para os cargos de direção e chefias.
9. É crucial que os jornalistas reforcem as estruturas próprias da classe, desde logo o Sindicato dos Jornalistas e a sua presença nas redações com uma agenda própria, para a defesa dos direitos dos jornalistas e a afirmação do jornalismo.
10. É fundamental avaliar, melhorar e fortalecer a relação do setor com as instituições de ensino superior e outras entidades formativas devidamente credenciadas.
11. É urgente promover a literacia mediática, com iniciativas no domínio da educação pré-universitária e junto da população em geral.
12. Os jornalistas, reunidos no 4.º Congresso dos Jornalistas Portugueses, assumem o compromisso de cumprir os deveres e as responsabilidades decorrentes dos princípios ético-deontológicos do jornalismo e das melhores práticas do exercício e regulação da profissão.
Lisboa, 15 de Janeiro de 2017
O vídeo? Ah, este foi uma promessa feita e com um poema a propósito!

4 comentários:

  1. Gostei! Gostei da resolução final - por unanimidade - , do vídeo e do poema.

    Abraço, que estou de saída para mais uma consulta!


    Maria João

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    1. O estranho, ou talvez não, é que apenas o Tornado tenha publicado, na integra, a resolução final.
      Quase todos lhe deram o "tratamento" jornalístico adequado...

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    2. Já era de de esperar, essa reacção por parte dos órgãos da CS...
      Louvável excepção, a do Tornado, assinada por ti.

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  2. Gostei de ler o art.11 da resolução final do congresso de Jan/2017.

    Só que nestes cinco anos as coisas pioraram ainda mais, ao ponto de (e falo não só no jornalismo feito online como aquele que se curva perante as guerras das audiências) o jornalismo ter caído ainda mais em descrédito.

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