Poesia (uma por dia) - 89
PÉS DE BARRO
Dar-vos-ia o que tenho, nada tendo;
O intenso travo a sal do mar que sou,
A fonte de onde o verso me brotou,
As mãos com que costuro e me remendo,
A dúvida, a certeza e quanto entendo
De uns dotes com que a vida me dotou,
A beleza que tive e já murchou,
A musicalidade a que me prendo,
A rosa, o espinho, a força, o estro, a chama
E tudo, tudo aquilo a que me agarro
Pr`a manter-me de pé, fugindo à cama...
Poeta sobre humanos "pés-de-barro",
- que mil vezes prefiro a ´mãos com lama`...
Eu dar-vos-ia o céu... por um cigarro!
Há poetas assim. Com pés de barro e alma de diamante. Obrigada pela partilha.
ResponderEliminarUm abraço e bom domingo
É um poema triste...
Eliminaronde retrata a situação
e o que lhe vai no coração
Muito obrigada por trazeres o/s meu/s "pés de barro" até ao teu Conversa Avinagrada, Rogério!
ResponderEliminarUm abraço grande!
Maria João
pés de barro
Eliminarmãos impolutas
Triste mas belo!
ResponderEliminarBeijinhos, Rogério :)