- Olá!, grasnou ela.
- Olá!, respondi-lhe eu, surpreendido pela presença inusitada passeando por cima do tejadilho do meu carro e olhando-me como me olhava aquela outra que não me sai da memória mas com diferenças que não deixei de assinalar
- Tu não és... A pequena gaivota não me deixou acabar a frase.
- Não, não sou. A mãe-gaivota falou-me de ti e quis conhecer-te. Contou-me como lhe deste de comer. Contou-me a despedida e o agradecimento que agora renovo...
- Agradecimento?
- Sim! Não são muitos os homens que alimentam a liberdade nestes dias em que ela continua em perigo.
Contrariamente ao que fizera sua mãe, ficou quieta disfarçando a emoção. Eu também fiquei assim, olhando-a. Foram largos segundos, ali parados, mudos, até que a pequena gaivota quebrou o silêncio.
- Vai! Quero te ver voar.
Percebendo que eu hesitava, insistiu como só as gaivotas o sabem fazer. Só então obedeci e voei para me juntar ao meu bando.
_______________
Podem julgar que este diálogo é inventado. Não contrario tal julgamento mas a imagem é prova de que, se não existiu, bem podia ter existido depois daquele outro a recordar o primeiro.
Se o sonho nos comanda a vida,
ResponderEliminarque mal pode ter se às gaivotas,
que andam por terra, dermos comida?
O diálogo existiu, sim, mentalmente mas existiu! Se não como poderia esta pequena filhota-de-gaivota, ter voltado justamente ao lugar onde sua mãe antes havia estado comido e, depois, voado?
Não há coincidências, isto foi tudo programado, por elas, as gaivotas, claro!
De coisas belas, gosto eu delas.
Janita
ResponderEliminarNão ligue ao texto
ele é pretexto
de quem vai alimentando a liberdade
Gaivotas em terra é tempestade?
Que seja
Precisamos dela
Lindas as tuas histórias de gaivotas, metaforicamente falando sobre solidariedade para com os outros:-*
ResponderEliminarAlimente-se então a liberdade, como tu no-lo descreves, ainda que as gaivotas sejam um elemento metafórico ou um pretexto para recordar Abril.
ResponderEliminarParece-me bem real, essa que te pousou sobre o carro, Rogério. Depois voará... "Uma gaivota voava, voava/Asas de vento, coração de mar/Como ela, somos livres, somos livres de voar"
Abraço,
Maria João
Teresa
ResponderEliminarÉ isso mesmo
o que penso!
Maria João,
se me permites
altero
o último verso
da canção
"Como ela, somos livres, somos livres de sonhar"
Por aqui não temos gaivotas mas alimento rolas, melros e outros animais alados!
ResponderEliminarGostei da gaivota-mãe e da sua filhota!
Abraço
Uma boa homenagem à flor de ABRIL
ResponderEliminarRosa
ResponderEliminarà falta de gaivota
serve qualquer asa
desde que nos diga para voar
Mar
foi tão só e apenas o inicio
estamos com outros voos entre mãos
(depois conto...)
Que dizer desta histórias que os anteriores leitores já não tenham dito?
ResponderEliminarAbraço
Elvira
ResponderEliminarNão digas
Voa
Ou melhor
Sonha
(se possível, por gestos)
Alimentemos sempre a liberdade!
ResponderEliminarBeijinhos, Rogério :)
O "prémio" de voar livre é um dos mais valiosos em conjunto com a saúde, apesar desta (a saúde) valer de pouco se não for em liberdade.
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