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Esclarecimento adicional: Esta confissão tem barbas, pois a notícia é de 2010. Mas, já na altura, tão pouco de muito era tanto...
Vá lá, Portugal, olha p’ra ti
Há quem diga por aí
Sem a guerra não há paz…
Vá lá, Portugal, nação valente
Que o futuro é um presente
E é para a frente e não para trás!
Vá lá!!
La Maza*
Se eu não acreditasse na loucura
Na garganta do rouxinol
Se eu não acreditasse que no monte
Se esconde o trigo e o medo
Se eu não acreditasse na balança
Na razão do equilíbrio
Se eu não acreditasse no delírio
Se eu não acreditasse na esperança
Se eu não acreditasse no que controlo
Se eu não acreditasse no meu caminho
Se eu não acreditasse no meu som
Se eu não acreditasse no meu silêncio
O que seria, o que seria do cinzel sem a cantaria?
Uma massa feita de cordas e tendões
Uma confusão de carne com madeira
Um instrumento sem melhores pretensões
De pequenas luzes montadas para uma encenação
O que seria, coração, o que seria?
O que seria o que seria do cinzel sem a cantaria?
Um testa-de-ferro do traidor dos aplausos
Um servidor de passado em uma taça nova
Um eternizador de deuses do pôr-do-sol
Júbilo fervido com trapo e lantejoula
O que seria, coração, o que seria?
O que seria o que seria do cinzel sem a cantaria?
O que seria, coração, o que seria?
O que seria o que seria do cinzel sem a cantaria?
Se eu não acreditasse no mais duro
Se eu não acreditasse no desejo
Se eu não acreditasse no que acredito
Se eu não acreditasse em algo puro
Se não acreditasse em cada ferida
Se não acreditasse no que rondei
Se não acreditasse no que esconde
Tornar-se irmão da vida
Se eu não acreditasse em quem me escuta
Se eu não acreditasse no que dói
Se eu não acreditasse no que fica
Se eu não acreditasse no que luta
O que seria, o que seria o que seria do cinzel sem a cantaria?
Uma massa feita de cordas e tendões
Uma confusão de carne com madeira
Um instrumento sem melhores pretensões
De pequenas luzes montadas para uma encenação
O que seria, coração, o que seria?
O que seria o que seria do cinzel sem a cantaria?
Sílvio Rodriguez
Ela comemora a vitória
E mostra.
Amanhã será no Uruguai e na Argentina
Mas de outra forma
A impotência geral dos cidadãos para mudar o que está mal, a abstenção geral, devia ter uma voz política de movimento social. E não há muitas forças políticas capazes de o organizar.
Da forma, acima transcrita, inicia João Ramos de Almeida uma (boa) análise sobre o que está acontecendo ao PCP e as razões desse porquê. O texto pode ser lido, na integra, no blogue "Ladrões de Bicicletas".
Dias depois das eleições, o Partido Comunista Português (PCP) divulgou um vídeo. O João Rodrigues já escreveu sobre ele.
Mesmo sendo propaganda, é uma forma elegante de relativizar o seu resultado eleitoral, a descida lenta mas continuada desde 1980, e de valorizar a importância da generosidade quotidiana dos comunistas, que é por isso mesmo - como já se disse - imprescindível.»
Há 8 anos atrás, em 2011, já eu ia falando em tudo isso, mas ainda sem a percepção de todas as implicações. Não foi apenas o endividamento que começou quando o aparelho produtivo começou a ser destruído. Aqui começou, também, a perda de influência da classe trabalhadora e, com ela, a do PCP.
Fica a imagem que então publiquei, com a Siderurgia Nacional ao fundo, esclarecendo a quem pertencia cada esqueleto
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Viva Francisco! |
«Quando esta história se inicia já se passaram quinhentos anos, tal a lentidão com que ela é narrada. Estão sentadas à beira de uma estrada três tartarugas jovens, com 800 anos cada uma, uma tartaruga velha com 1.200 anos, e uma tartaruga bem pequenininha ainda, com apenas 85 anos. As cinco tartarugas estão sentadas, dizia eu. E dizia-o muito bem pois elas estão sentadas mesmo. Vinte e oito anos depois do começo desta história a tartaruga mais velha abriu a boca e disse:- Que tal se fizéssemos alguma coisa para quebrar a monotonia dessa vida?- Formidável - disse a tartaruguinha mais nova 12 depois - vamos fazer um pique-nique?Vinte e cinco anos depois as tartarugas se decidiram a realizar o pique-nique. Quarenta anos depois, tendo comprado algumas dezenas de latas de sardinha e várias dúzias de refrigerante, elas partiram. Oitenta anos depois chegaram a um lugar mais ou menos aconselhável para um pique-nique.- Ah - disse a tartaruguinha, 8 anos depois - excelente local este!Sete anos depois todas as tartarugas tinham concordado. Quinze anos se passaram e, rapidamente elas tinham arrumado tudo para o convescote. Mas, súbito, três anos depois, elas perceberam que faltava o abridor de latas para as sardinhas.Discutiram e, ao fim de vinte anos, chegaram à conclusão de que a tartaruga menor devia ir buscar o abridor de latas.- Está bem - concordou a tartaruguinha três anos depois - mas só vou se vocês prometerem que não tocam em nada enquanto eu não voltar.Dois anos depois as tartarugas concordaram imediatamente que não tocariam em nada, nem no pão nem nos doces. E a tartaruguinha partiu.Passaram-se cinqüenta anos e a tartaruga não apareceu. As outras continuavam esperando. Mais 17 anos e nada. Mais 8 anos e nada ainda. Afinal uma das tartaruguinhas murmurou:- Ela está demorando muito. Vamos comer alguma coisa enquanto ela não vem?As outras concordaram, rapidamente, dois anos depois. E esperaram mais 17 anos. Aí outra tartaruga disse:- Já estou com muita fome. Vamos comer só um pedacinho de doce que ela nem notará.As outras tartarugas hesitaram um pouco mas, 15 anos depois, acharam que deviam esperar pela outra. E se passou mais um século nessa espera. Afinal a tartaruga mais velha não pôde mesmo e disse:- Ora, vamos comer mesmo só uns docinhos enquanto ela não vem.Como um raio as tartarugas caíram sobre os doces seis meses depois. E justamente quando iam morder o doce ouviram um barulho no mato por detrás delas e a tartaruguinha mais jovem apareceu:- Ah, murmurou ela - eu sabia, eu sabia que vocês não cumpririam o prometido e por isso fiquei escondida atrás da árvore. Agora não vou buscar mais o abridor, pronto!Fim (30 anos depois).»
Millôr, no seu melhor
E quem são os fundadores todos? São estes, conheça-os aqui«Num artigo publicado no DN, em Abril de 2016, escreve-se - “o miúdo levantou-se da mesa sem pedir autorização. Está certo que os tempos estavam a mudar, mas Maria Luísa estranhou a iniciativa, não era aquele o respeito que lhe tinha ensinado em casa. «Vais onde, Camané?» Ele não respondeu, antes aproximou-se dos guitarristas e pediu-lhes um fado do Fernando Maurício. Ainda não tinha 10 anos, e não era frequente a canalha daquela idade encher assim o peito para se armar em rouxinol. «Quando percebi que ele ia cantar fiquei logo cheia de medo, então e se corresse mal?» Correu bem – e voltaria a correr bem com os filhos Hélder e Pedro Moutinho.A menina de Oeiras, como é tratada naquele jornal, não é só mãe fado. Ela também é a nossa mãe. Ela é, também, a fundadora da Desenhando Sonhos.»
ARREPIANTE!
«Num banco artificial do jardim artificial, em frente ao lago artificial, está um velho natural sentado naturalmente à espera do Outono.
É um reformado. Vive às minhas custas, portanto!...
E, no entanto, o velho não paga nada por ali estar. Mas devia pagar! Não pensem que se trata de um daqueles bancos antigos de tábuas horizontais, pintadas de vermelho e com perfil de ésse invertido!
Não! É um banco de design moderno e sem encosto, tipo banca de matança de porco, todo fundo europeu!... Para estes bancos, deviam existir banquímetros para dar cobro ao inquestionável pensamento do utilizador-pagador.
Eu penso que nunca me irei sentar naquele banco. Porque obra de fundo com participação nacional o hei-de estar a pagar?!Não pensem que o velho está ali a fazer alguma coisa. Está só a pensar.
Eu penso nas folhas a cair. Devia de me ser descontado o tempo em que da janela do meu emprego eu vejo as folhas cair.
E era só, vou perguntar ao velho se tem nome e se sabe quando vem o Outono.»
O nome do velho?
É Rogério
O Outono?
Já cá está,
só que o Verão
não o larga da mão
«Senhor autor, gostou dos meus improvisos?»
Posted: 10 Oct 2019 09:33 AM PDT
Olga contra o conservadorismo do governo polaco Peter um afirmado
anti-NATO E TAMBÉM DISTINGUIDOS COM O PRÉMIO NOBEL DE LITERATURA Via:
voar fora da asa http://bit.ly/2pdfHKl
O jornalismo escumalha
Posted: 10 Oct 2019 01:24 PM PDT
“Morreu
a primeira vaca clonada no mundo, aos 21 anos” DN 10-10-2019 MAS, No
Equador o Povo revolta-se e sai à rua contra um governo criminoso que
prende e assassina, não respeitando os mais...
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Posted: 10 Oct 2019 11:59 AM PDT
Lavo daí as minhas mãos PSD parece “a gaiola das malucas”. E se Rio sair “esfrangalha-se” Via: as palavras são armas http://bit.ly/2M6S6Eu
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Posted: 10 Oct 2019 10:40 AM PDT
http://cecilia-zamudio.
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Posted: 10 Oct 2019 09:35 AM PDT
A
solução política encontrada em 2015, com um contributo determinante do
PCP, permitiu a criação de condições para a entrada em funções de um
governo minoritário do PS e abriu caminho a importantes...
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Posted: 10 Oct 2019 09:27 AM PDT
Análise de Arménio Carlos, Secretário-geral da CGTP-IN na SIC Notícias – Edição da Noite. Via: CGTP-IN – CGTP-IN http://bit.ly/2p5xaEP
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Posted: 10 Oct 2019 09:18 AM PDT
…então
oiçam. Oiçam tudo. Tudinho, de fio-a-pavio Quanto a Conceição Lima, a
radialista, já lhe liguei a dar-lhe os parabéns pelo seu excelente
trabalho! Via: CONVERSA AVINAGRADA...
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Posted: 10 Oct 2019 08:07 AM PDT
A
CGTP-IN considera inadmissível o novo aumento substancial dos custos de
produtos e serviços bancários agora anunciado pela Caixa Geral de
Depósitos, que vai atingir sobretudo os reformados e...
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Posted: 10 Oct 2019 06:39 AM PDT
Sim, não nos rendemos Via: o tempo das cerejas 2 http://bit.ly/33ftZJa
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«Para quem é simpatizante do PCP, os resultados eleitorais foram amargos. Este vídeo* é uma resposta política pronta e que adoça um pouco. Contrasta com o estilo de propaganda durante a campanha e indica, com genuinidade e proximidade, como o grau de enraizamento social, de classe, é, para lá de questões de identidade, o elemento central da maior ou menor força do partido, tendo em conta, por exemplo, que comunista praticamente não entra na comunicação social.* é este o vídeo referido
Este enraizamento é associativismo, movimento sindical, poder local democrático, intelectual colectivo, hegemonia. É organização confiante dos subalternos, quando hoje quase tudo conspira para a sua desorganização desconfiada, para a sua invisibilização.
Este enraizamento é análise do capitalismo semi-periférico em Portugal e das suas contradições específicas, é proposta pragmática, capaz de dar os toques de política com impactos estratégicos neste contexto histórico, mas também é slogan apropriado e propaganda eficaz por essas velhas e novas redes afora; é imaginação de um outro país, de uma ideia de comunidade soberana, capaz de fazer mover gente comum. É cultura no sentido mais amplo e profundo da palavra.
E é, claro, avaliação da relação de forças em cada momento, filosofia da conjuntura, para usar uma expressão famosa. É autonomia estratégica, o que não se confunde com auto-suficiência. É recusa de geringonças, de modismos, respeitando as palavras e os seus significados. Mas também é capacidade de identificar novas forças, temas, contradições, sendo fiel a uma certa ideia de unidade democrática que mergulha na história e que tem de ser permanentemente reinventada: MUD, CDE, governo de esquerda.
É talvez disto, que é complexo e logo é mais do que adição, que se há-de fazer o partido mais forte. E haverá mais. Como estou convencido que o PCP é condição necessária para qualquer alternativa digna desse nome para este país, espero que consigam definir a melhor estratégia para estes tempos. A história por cá não terminou, até porque o PCP também não.»
Postado por João Rodrigues, no "Ladrões de Bicicletas"
Acordai!
Acordai
Acordai
Homens que dormis
A embalar a dor
Dos silêncios vis
Vinde no clamor
Das almas viris
Arrancar a flor
Que dorme na raíz
Acordai
Acordai
Raios e tufões
Que dormis no ar
E nas multidões
Vinde incendiar
De astros e canções
As pedras do mar
O mundo e os corações
Acordai
Acendei
De almas e de sóis
Este mar sem cais
Nem luz de faróis
E acordai depois
Das lutas finais
Os nossos heróis
Que dormem nos covais
Acordai!
Passa-lhe tudo ao lado
Nada tem a ver consigo
Está louco e encantado
Com o seu próprio umbigo
Tornou-me assexuado
Basta-lhe o amor recebido
Está louco e encantado
Com o seu próprio umbigo
Canta, declama, fala e é escutado
Pelo seu mais velho amigo
Está louco e encantado
Com o meu próprio umbigo
Desdenha ou comenta com enfado
Os porquês dos caminhos que sigo
Está louco e encantado
Com o seu próprio umbigo
Faz poemas e num verso bem alinhado
Com ele próprio parecido
Ficou mais que enfeitiçado
Com o seu próprio umbigo
Um dia, depois de por momentos se ter perdido
Reencontro-se. Era ele. O próprio umbigo
Rogério Pereira/Abril de 2012
«De todos os momentos da carreira de Frank Carlucci é à frente do posto em Lisboa que viria a revelar-se politicamente mais determinante. Firme na ideia de que o processo de transição e consolidação democrática não estava perdido, contrariamente à opinião de membros da própria Administração norte-americana, Carlucci bateu-se pela restauração da normalidade do processo democrático em Portugal, ao lado dos principais protagonistas políticos da resistência, Mário Soares, de quem era amigo pessoal, Francisco Sá Carneiro e Diogo Freitas do Amaral.»