O Dia Mundial da Poesia adiado por tempo indeterminado...

A iniciativa estava planeada. Hoje de manhã a conversa foi longa com a professora. Deu-me conta do alinhamento, do entusiasmo posto pelos alunos, primeiro nas escolhas das músicas e depois nas primeiras leituras das letras-poemas. Os poemas que seriam declamados, os cantados e os encenados. Dizia-me ela que a maior dificuldade estava a ser a conjugação dos horários para os ensaios. Falou-me das jovens de etnia cigana e do seu receio à exposição ao público e da pronta persuasão e incentivo do jovem, que à viola as irá acompanhar. Falou-me de batuques, um recurso de jovens dos países africanos para dar força àquele poema já escolhido. Lamentava-se ela porque outros alunos estrangeiros, que frequentam o Centro Qualifica, a relação deles com a língua de Camões ser, na maioria dos casos, ainda muito primária... Interrompi-a lembrando-a que não se trata de um espectáculo mas de um encontro festivo... e do outro lado ouvi a expressão exclamada: "No ano passado aconteceu mesmo isso!" e com palavras de incentivo uma ao outro nos despedimos.

De tarde, voltou a ligar-me: "Sabe?, há professores a alertar para a insegurança e receio de juntar jovens e idosos num contexto como este que estamos vivendo"... trocámos mais palavras e a decisão foi tomada: a iniciativa fica adiada mas mantendo o alinhamento e a jura de sobre ele mantermos segredo, com uma excepção a abertura com a interpretação do "Cálice", logo após o Domingos Lobo e o Diogo lhes passarem a palavra...