“Bacanal” (1920), Auguste Levêque |
DENTRO DE MIMMeu Contrário
que com Minha Alma
é casado
anda arrastando a asa
à Minha Persistência
que vive
em união de facto
com o Meu Ânimo
Minha Persistência
sente-se lisonjeada
e sem qualquer resistência
entrega-se ao acto
satisfazendo os prazeres
deleites e caprichos
de Meu Contrário
Minha Alma
nada enciumada
com o deboche
desafia Meu Ânimo
que já tinha tentado algo
a enrolarem-se
E foi assim
todos os quatro
uns por cima
outros por baixo
em deleites de afectos
carinhosos e ternos
Talvez seja isso
que explica meu sono
tão tranquilo
Meu Eu
muito engraçado o texto...
ResponderEliminar"engraçado"
Eliminaré um adjectivo inesperado
louco
seria mais adequado
Achei um poema bastante original, um final imprevisto dado o desassossego.
ResponderEliminarQual desassossego?!
EliminarFoi tudo tão tranquilo
e consentido...
Ah, Rogério, que maravilha de desassossego interior!
ResponderEliminarRedundou numa bela noite de sono? Ainda bem!
Forte abraço!
E não só...
EliminarAcordei a meio da manhã
Abraço amigo
Muito pessoano!
ResponderEliminarAbraço
Pessoano?
EliminarDiria que enquanto escrevia
outro nome me ocorria
Bocage, pois então!
Abraço
Se dentro de mim se encontram os quatro elementos.
ResponderEliminarNão é aqui a questão.
Identifiquei com o poema tão contraditório e original.
Também eu durmo um sono tranquilo todas as noites.
Qual contradição
Eliminarse tudo é feito
a preceito
e muita afeição
Depois de tão grande orgia
ResponderEliminarnos ter sido anunciada
pensei que chegando o fim do dia
fosse a sua noite bem mais agitada...
Mais agitada
Eliminarseria
se tudo desatasse à estalada
se Minha Alma se sentisse violada
se Minha Persistência não fosse saciada
Aí sim, entrava em tal agitação
que, provavelmente, até cairia do colchão
Como consegue um sono tranquilo com tamanha libertinagem. :)
ResponderEliminarMas se o casamento entre o Seu Contrário e a Sua alma é aberto a tal saudável desassossego, quem sou eu para o questionar. :D
Continue!!!
Um beijinho
Se mandas
Eliminarobedeço
Continuo
Beijinho amigo
Como sou um melómano, logo me veio à memória o bailado Bacanal, da ópera Sansão e Dalila do compositor francês Camille Saint-Saëns.
ResponderEliminarFui ver
EliminarExcelente
mas dentro de mim
não cabe assim
tanta gente