Mais do que o seu brilho, o que a maioria ambiciona é um lugar cativo ao Sol. E por falar em Lugar ao Sol, lembrei-me deste poema de Eugénio de Andrade.
Lugar do Sol
Há um lugar na mesa onde a luz abdicou do seu ofício. Já foi do sol e do trigo esse lugar – agora por mais que escutes, não voltarás a ouvir a voz de quem, há muitos anos, era a delicadeza da terra a falar: "Não sujes a toalha" "Não comes a maçã"? Também já não há quem se debruce na janela para sentir o corpo atravessado pela manhã. Talvez só um ou outro verso consiga juntar no seu ritmo Luz, Voz, Maçã.
Teu poema vem a calhar e tal como um palavra puxa palavra poema puxa poema te devolvo Eugénio de Andrade neste “O Comum da Terra”
«Nesses dias era sílaba a sílaba que chegavas. Quem conheça o sul e a sua transparência também sabe que no verão pelas veredas da cal a crispação da sombra caminha devagar. De tanta palavra que disseste algumas se perdiam, outras duram ainda, são lume breve arado ceia de pobre roupa remendada. Habitavas a terra, o comum da terra, e a paixão era morada e instrumento de alegria. Esse eras tu: inclinação da água. Na margem, vento areias mastros lábios, tudo ardia.»
Mais do que o seu brilho, o que a maioria ambiciona é um lugar cativo ao Sol.
ResponderEliminarE por falar em Lugar ao Sol, lembrei-me deste poema de Eugénio de Andrade.
Lugar do Sol
Há um lugar na mesa onde a luz
abdicou do seu ofício.
Já foi do sol
e do trigo esse lugar – agora
por mais que escutes, não voltarás
a ouvir a voz de quem,
há muitos anos, era a delicadeza
da terra a falar:
"Não sujes a toalha"
"Não comes a maçã"?
Também já não há quem se debruce
na janela para sentir
o corpo atravessado pela manhã.
Talvez só um ou outro verso
consiga juntar no seu ritmo
Luz, Voz, Maçã.
Um abraço, Rogério.
Teu poema vem a calhar
Eliminare tal como um
palavra puxa palavra
poema puxa poema
te devolvo Eugénio de Andrade
neste
“O Comum da Terra”
«Nesses dias era sílaba a sílaba que chegavas.
Quem conheça o sul e a sua transparência
também sabe que no verão pelas veredas
da cal a crispação da sombra caminha devagar.
De tanta palavra que disseste algumas
se perdiam, outras duram ainda, são lume
breve arado ceia de pobre roupa remendada.
Habitavas a terra, o comum da terra, e a paixão
era morada e instrumento de alegria.
Esse eras tu: inclinação da água. Na margem,
vento areias mastros lábios, tudo ardia.»
Abraço, Janita
oi Rogério
EliminarVou seguir o caminho da poesia e deixar um Eugenio de Andrade, bem curtinho entre o 'Lugar ao Sol' e o 'Comum da Terra' _ O Êxtase.
"De palavra em Palavra
A noite sobe
aos ramos mais altos,
E canta
o êxtase do dia."
Abraços aos dois queridos.
Lis, ocorre-me plagiar
Eliminare fica assim
como se fosse escrito
por mim
De palavra em Palavra
O sol sobe
aos ramos mais altos,
E canta
o êxtase do dia.
Beijinho
Já que EA foi chamado a participar deste OE, aqui vai com um abraço;
ResponderEliminar"Voa coração, ou então...Arde!"
Eugénio de Andrade
Entre um voar
Eliminare um arder
Ele continua a bater
Abraço
Que brilhe, sim, mas duvido muitissimo que nós tenhamos a alegria de ver isso.
ResponderEliminarFazer por isso
Eliminarsabendo
que o formos fazendo
talvez um dia aconteça
Tão difícil que está vermos esse brilho comum!
ResponderEliminarBeijinhos, Rogério.
Sim está sendo difícil
Eliminarmas não nos está no ânimo desistir
Beijinho, Maria Tu
Lá diz o povo:
ResponderEliminar"O Sol quando nasce é para todos! "
Abraço
Lá diz o hino:
Eliminar"E o sol brilhará para todos nós!"
Abraço
Olha que aqui 🇩🇪 hoje o sol não brilhou!!
EliminarEngano teu, Teresa
EliminarTu é que o não sentiste
Mas senti o frio, o vento e a chuva 🌧
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