12 junho, 2010

Faz 5 anos, faleceu Alvaro Cunhal

As várias obras de ficção e de estudo dos problemas nacionais (com destaque para "A questão agrária em Portugal"), os trabalhos de tradução (O Rei Lear, de William Shakespeare) e de ilustração ("Esteiros" de Soeiro Pereira Gomes) e os desenhos e pinturas de Álvaro Cunhal, são alguns exemplos que projectam dele uma dimensão humana, que tende a apagar-se, na espuma dos dias, na luta política, na intolerância e no branqueamento do passado.






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Contudo, muitos não o esquecerão. Esses o farão perdurar na memória do tempo procurando, nessa dimensão humana, um caminho...



Ficam, do seu funeral, os testemunhos insuspeitos de seguidores e adversários políticos

11 comentários:

  1. Uma vida e uma obra de referência, Rogério... e um funeral digno de quem a viveu e protagonizou!
    Um abraço.

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  2. Tinha 16 anos quando se deu o 25 de Abril e lembro-me muito bem de ouvir, anos a fio, o A.C., mas há uma coisa que tem de ser dita, ele repetia-se mesmo muito, desculpe lá Rogério, ele até podia ser uma excelente pessoa, mas aquela de que quando falava parecia que metia a cassete...até era verdade :)
    Agora só espero que não fique chateado comigo por lhe falar francamente, mas não consigo ser de outra maneira.
    Bjos

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  3. Rogério

    Há Homens que ficam nas nossas memórias, mesmo que deles tenha-mos divergido. Obrigado por mais este seu post.
    abraço

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  4. Cara Ana Paula

    Recordá-lo-emos
    Pela obra,
    Pela ética.
    Pela coerência
    Na política, também aí o temos de o recordar pois algumas das suas propostas continuam com a discussão em aberto no seio da esquerda...
    Acho eu!

    Abraçinho

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  5. Isa,

    As papoilas são sempre vermelhas
    A esperança é sempre verde
    O céu é sempre azul
    (As núvens que o cobrem só lhe escondem a cor)
    As estações são sempre quatro
    E Abril é sempre na primavera
    Cada causa
    gera sempre o mesmo efeito
    Cada corpo, largado do espaço,
    Chega sempre à terra
    4+4 são sempre oito,
    quer para dar, quer para receber
    A família, o estado e a propriedade privada são criações humanas, foram sempre alteradas em ciclos longos da história humana...

    Se me fixar nestas preocupações (natureza, conhecimento e destino do homem)e for coerente, minha boa amiga, o meu discurso será (e é) uma repetida mensagem, tão mais repetida quanto mais se diversificarem as afirmações de que tudo, ou parte daquilo é ao contrário...

    Se hoje tivesse 16 anos também estaria aqui, com o seu útil comentário...

    Aqui assino-me

    "Cassete Rogério"

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  6. Caro Folha Seca

    Dedico-lhe o mesmo comentário feito à querida amiga Paula Fitas

    Abraço

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  7. Rogério,

    Fiquei surpreendida com algumas coisas, tais como a tradução do Rei Lear e as pinturas.

    Posso perguntar se é separável o homem da sua ideologia? Percebe o que eu quero dizer...

    Beijo

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  8. Caro Rogério

    Alvaro Cunhal faz parte de um conjunto de personalidades que em Portugal marcaram o nosso País e ficaram para sempre como grandes protagonistas do século XX. Dele guardo grandes recordações, umas directas outras indirectas. o Nick Name que hoje uso nestas coisas da blogosfera (como bem sabe) a ele se deve e foi com sentido pejorativo que a mim e a a mais uns quantos, ou a uns e a mais uns quantos, ele colou este epiteto.
    No entanto os Homens ficam na nossa memória pelo que fizeram de positivo.
    Acontece que hoje já depois de ler o seu post desloquei-me a meia duzia de Kms para levar a minha companheira ao massagista a uma terrinha que se chama Coimbrão. Como não sou muito de estar na sala de espera fui dar uma volta pelas imediações. Estive frente a uma casa onde Alvaro Cunhal passou uns tempos "escondido". Como disse no comentário anterior há homens que nunca esquecemos.
    Tive a felicidade de com ele ter convivido. Tive a infelicidade de com ele ter divergido e com ele ter discutido essas mesmas divergências. Guardo dele a imagem "do que antes quebrar do que torcer"
    Meu caro desculpe a extenção do comentário, mas de vez em quando você mexe comigo.
    Abraço

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  9. Olhe que o Rogério não tem nada de repetição no seu discurso e sabe que A.C. era capaz de repetir exactamente as mesmas palavras uma dúzia de vezes, sem mudar uma única vírgula :)

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  10. Isa,

    De facto procuro não me repetir...

    Quando digo "Cuidado! A rosa é bela (por isso lhe chamam Rosa), mas tem espinhos..." e, mais tarde, falando da Rosa, não me repito e digo: "Os espinhos de uma Rosa são sempre arma de defesa perante quem a quer maltratar". Tenho! Eu tenho um discurso diverso.

    Mas esse discurso dirige-se a si, ao Folha Seca, à Maiuka, à Ana Paula...

    Se tivesse que me dirigir a operárias, trolhas, magarefes, pescadores de rio triste, balconistas e operadoras de "cal centers" eu teria de simplificar o meu discurso, centrando-o nas mensagens prioritárias, de forma a alertar, repetidamente,exactamente com as mesmas palavras, uma dúzia de vezes, sem mudar uma única vírgula:

    "Cuidado! A rosa é bela (por isso lhe chamam Rosa), mas tem espinhos..."!

    "Cuidado! A rosa é bela (por isso lhe chamam Rosa), mas tem espinhos..."

    "Cuidado! A rosa é bela (por isso lhe chamam Rosa), mas tem espinhos..."

    Claro que quem não gosta de rosas, quem se está borrifando para que alguém se pique ou que a rosa possa morrer por ser colhida... Esse alguém passaria a chamar-me lá vem o "cassete Rogério"! Tirem-mo daqui!

    Beijo a quei sei que gosta de rosas

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  11. nãnãnãnã, isso não era repetição, seria uma lavagem cerebral lol
    Seja a quem for, deve-se mudar o discurso mesmo que a mensagem seja a mesma, explicar sempre de várias formas, maneiras, com humor, por metáforas,...
    porque sempre da mesma maneira, a mensagem acaba por cansar e, depois, acaba por entrar a cem e sair a mil lol

    Bjos

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