04 junho, 2010

A partir de agora, trabalhos dobrados...

A informação golpista vai estar em tudo o que é imprensa a fazer passar as suas mensagens, a denegrir o que lhe seja conveniente, a fazer omissões e distorções do que disserem ou até dos silêncios dos candidatos presidenciais ou mesmo, para manter a credibilidade, não deixará de fazer recurso a mensagens subliminares, visuais... Estes, já são os esperados. Mesmo os não comunicados ou declarados, todos vão estar na berlinda, já.

DECLARAÇÃO SOLENE

Tenho por afirmação solene, escrita e jurada na minha declaração de princípios editada em 31 de Janeiro passado no meu blogue, que “Não entrarei no jogo político, por isso, não comentarei discursos ou posições de qualquer partido”. Á letra até podia, dado que quase todos os candidatos se afirmam como candidatura apartidària, mas eu sigo o espírito da coisa. Não os comentarei. Contudo, estarei atento ao que a informação golpista dirá de cada um deles. Esse é o meu papel. Denunciar a informação golpista e manipuladora é pois o meu combate...

Exemplos recentes de distorções e omissões, sinais evidentes de que não me vai faltar matéria-prima...

Um acontecimento relevante foi, neste contexto, a Grande Entrevista de Manuel (RTP 1). O Expresso de sábado passado tinha publicado uma opinião de Miguel Sousa Tavares ("uma campanha triste") à qual Manuel Alegre respondeu alegremente. Longe de o chamuscar, com um texto seco e duro, deu-lhe um guião e saiu-se impecavelmente. Até aqui, tudo bem. Só que antes tinha publicado a penúltima opinião de Saldanha Sanches e... tudo mal. O Expresso, que até tinha feito um justo e merecido elogio fúnebre àquele seu colaborador, não está de modas, limpa-lhe "Os equívocos de Alegre" do longo arquivo que mantém online. Tive de o ir buscar onde não corre o risco de se perder. Porque razão esta omissão?

E, falando de omissões, repararam que nem uma linha sequer comentando a entrevista? O SOL, hoje, segue a mesma orientação... Qual a estratégia noticiosa dos semanários? A resposta segue dentro de alguns posts...

Nos diários de referencia, também existem omissões. DN e Público em particular dão particular relevo à entrevista, mas omitem uma parte relevante onde MA refere que as políticas económicas e de justiça social de Lula da Silva são exemplo. Afirma que Lula, não sabendo nada do assunto, criou no Brasil um novo modelo para a sua economia e fez das prestações sociais um factor de crescimento económico. (como já recomendei, oiça-o, no 18º minuto da sua entrevista)

Mas pasme-se, é o próprio site de Manuel Alegre a dar maus exemplos de distorções quando dá, daquela mesma passagem da entrevista, uma versão "ligeiramente" diferente da que ouvimos em directo. No site apenas se diz, que MA terá afirmado: "as prestações sociais são um factor de desenvolvimento”, invocando a experiência de Lula da Silva e defendendo a necessidade de investimento público, nomeadamente em escolas, hospitais e barragens, para combater uma situação recessiva." Estou a empolar um pequeno pormenor, coisa sem relevância? Talvez estejam nos pormenores do discurso político o cimento agregador da esquerda....

Mas para se perceber do que estamos a falar, Manuel Alegre entusiasma-se com o Circulo Virtuoso e com o vídeo abaixo. O seu staff de campanha é mais moderado. Será isso?


Então? Portei-me bem e conforme a declaração solene?

Caso sim, a minha deusa Thémis estará mais satisfeita (é que ela sabe que não há justiça sem verdade.... )

7 comentários:

  1. "distorções e omissões..." é o que não te irão faltar para teus oportunos comentários...

    abraços

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  2. Está com uma tremenda vontade de amandar abaixo a candidatura do Manuel Alegre. Vá seja claro. Não invente golpes onde não os há.

    Pode ir inventar mais selos, com isto a freguesia vai-se!

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  3. Caro heretico, tem toda a razão. O Expresso e o Sol fizeram panelinha para me levar à exaustão.
    Se me quiser ajudar...

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  4. Anónimo,

    Coloca duas questões, vamos por partes:

    Primeira: Amandar abaixo MA e inexistência de golpismos. Apenas questiono a imprensa. Porque é que o Expresso não disponibiliza o artigo de Saldanha Sanches que lança um desafio a MA? Escreve ele:

    Um candidato sério tem que ter o saque da rés publica no centro da sua agenda política. Tem que ter coragem para enfrentar aquela frente tão difusa como bem estruturada que consegue fazer da corrupção uma questão sobre a qual se desliza sem grande atrito e sem consequências pode eventualmente abordar-se o tema, mas rapidamente o discurso desliza dessa para outras questões.". Saldanha Sanches termina assim:
    "Ficar calado, refugiar-se em minúcias técnicas, andar de braço dado com os fautores públicos e notórios da corrupção tem que ter um preço. E esse
    preço é a assunção pública e expressa de que se trata de um candidato de um regime apodrecido. Por isso, para Alegre a opção é clara: ou procura o apoio das quadrilhas que nos roubam impunemente, ou guarda um silêncio cúmplice e envergonhado a troco de meia dúzia de votos, ou toma sobre a corrupção uma posição digna e inequívoca."

    O Expresso, ao "retirar" do debate público este texto, retira uma oportunidade de pressionar todos os candidatos da discussão tão importante como é o da corrupção. Não se trata de "teoria da conspiração". Trata-se de processos "científicos" de evitar agendas incómodas para os poderosos que estão por detrás desta imprensa...

    Segunda: Tem toda a razão. O pessoal gosta é de selos e nem sempre faz para merece-los...

    Passe bem

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  5. O Partido Socialista com o seu apoio a MA, já o matou, vai uma apostinha?
    Muita gente que apoiou MA nas outras eleições foi precisamente por não ser apoiado pelo PS.

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  6. Sou um zero à esquerda no que respeita a política em Portugal.
    Já agora uma pergunta, Rogério:
    há 3 candidatos - o Manuel Alegre, o Cavaco e quem é o do meio, o mais novinho?

    Levar selos é mais fácil do que comentar um acontecimento, do qual não tenho a miníma ideia do que se trata!!!

    Abração de um Düsseldorf muito quente.

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  7. Olá

    Teresa, desculpe só chegar agora...

    Na realidade há 4 candidatos: o que está no meio entre o Cavaco e o M.A. é o Fernando Nobre (quando achar oportuno apresento-lho). Na estrema esquerda, onde encontra um ponto de exclamação está o candidato do PCP com um ponto de interrogação por não se saber ainda quem será. Como me dou com toda a gente, também lho hei-de apresentar. Boa?

    Daqui, também com algum calor, um abracinho

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