“Tomiko Matsumoto, de 78 anos, lembra-se bem do clarão de que falou Ban Ki-moon e disse à Reuters que o mais importante é o fim das armas nucleares. “Se os Estados Unidos tomarem a liderança, outros países vão segui-los. Eu odiei-os, mas agora esse ódio desapareceu. O que quero é ver um mundo pacífico.”
in Jornal "O Público", hoje
Preparava-me para abandonar as cerimónias quando um jovem, pondo-me a mão no braço, me perguntou: "E tu, namban-jin, que pensas disto?" Apanhado desprevenido pela abordagem, a mim, um português por ali perdido entre tantas personalidades, tive uma reacção irreflectida, dando como palavras minhas as procupações de Saramago (que acabara de ler no blogue do Carlos de Albuquerque):
“…Gosto da luz do dia, da claridade, do aperto de mão de um amigo, de uma boa palavra reconfortante, gosto da esperança, amo o amor, amo a beleza das coisas e das pessoas (que todas são belas) – mas tudo isto me pode ser tirado de um momento para o outro. Em todo o mundo há mísseis apontados para todo o mundo, por cima do mundo cruzam-se aviões com bombas nucleares capazes de derreter o mundo, em certos sítios do mundo estão guardadas bactérias suficientes para exterminar a vida em todo o mundo." (Saramago, in "Planeta dos Horrores")
A isto o jovem respondeu: "Pois! Entre deixar de os odiar e passar a confiar, vai uma razoável distância..."
Sem dúvida a distância é enorme, e eu não confio.
ResponderEliminarAbração
Eram os americanos e os russos que tinham bombas nucleares, agora, tenho a impressão que qualquer dia, até a minha vizinha do lado, tem uma bomba nuclear.
ResponderEliminarBjos
Caro amigo Rogério :)
ResponderEliminarApressei-me a vir até aqui... e valeu a pena! - esta é, sem dúvida, uma importante e interessante história de alerta.
Obrigado!
Abraço amigo.
Vai uma razoável distância sim...
ResponderEliminarbj.
O alerta de Saramago, que o seu jovem japones tão bem entendeu, é um dos mais esperançados alertas quanto aos riscos de actos transloucados, que tanto podem vir de potencias como de organizações terroristas. Vivemos de facto no Planeta dos Horrores.
ResponderEliminarObrigado a si e também ao Carlos de Albuquerque
Beijo
Acho bem que recordemos esa tragédia craiada pela estupidez humana, para não esquecer-mos...
ResponderEliminarAmigo Rogério,
ResponderEliminarObrigada por teres lembrado esse HORROR, esse CRIME contra a humanidade.
“Se os Estados Unidos tomarem a liderança, outros países vão segui-los. Eu odiei-os, mas agora esse ódio desapareceu. O que quero é ver um mundo pacífico.”
Eu não sei se seria tão condescendente!!!!!!!!!!!!!!!!
Beijinhos
Ná
Meus Caros, registo os vossos comentários, com todo o apreço. Percebo que todos estarão com as vozes (e os actos) que se erguem contra o uso de instrumentos que faz do nosso mundo, um Planeta de Horrores... Contudo, quero comentar em destaque alguns dos comentadores:
ResponderEliminarIsa/Maiuka - O vizinho do lado (ou um terrorista) só utilizará tais instrumentos se lhes pagarem bem. Suponho que nenhum de nós três terá massa para tal missão...
Polittikus - Nestes dramas (Hiroshima e Nagasaki) só houve uma coisa estupida: a bomba. A decisão de a utilizar foi um acto Polittiku não estupido mas sim terrorista... e há diferenças!
Fernanda - Eu sei que não seria tão condescendente quanto o velho Matsumoto, mas lembro que o jovem japones alinha consigo...
Acabo de ver o "Ghost writer" do Polanski qu igualmente me conduziu ao planeta de horrores de que fala. Sem necessidade de bombas atómicas, o que me parece dar razão à Isa.
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