26 março, 2012

Não são meros sinais de circunstância...


A linguagem nem é dúbia nem omissa

O cravo vermelho e José Afonso, são apropriações desenvergonhadas 


O slogan mistifica o discurso e o rumo...

Para além de alguns sinais (muito) preocupantes, outros, igualmente recentes, indiciam que a direita sabe da poda: assume, sem peias, os seus objectivos e fá-los passar pelo canal mais adequado; apropria-se do imaginário, das bandeiras e de valores de Abril; afirma-se  habilidosamente, em congresso, como um partido de causas. Perante a letargia conivente do PS, enredado nas suas próprias contradições, a direita tem delineada uma estratégia que lhe poderá assegurar a sobrevivência no poder, mesmo se o país se afundar numa situação de dramáticas consequências para o que sobra da economia e para o povo. Não basta a indignação. E a denúncia desta estratégia será sempre neutralizada pela boa imprensa de que a direita goza.  

Que fazer?

13 comentários:

  1. E agora dizem que não usaram versos de Zeca Afonso!
    É preciso ter pouca vergonha uma vez que foram bem mostrados num cartaz da JSD pela TV!

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  2. Caro Rogério
    Só me apetece comentar com um "pouca vergonha".
    Abraço

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  3. Quase 24horas depois, ainda estou a tentar digerir aquele discurso de encerramento do congresso... falar de esperança quando tantos portugueses estão desesperados... até deitei fumo...
    tive de esperar um bocadinho para não fazer um post com muitos palavrões mas, por acaso, até os disse... baixinho porque há uma criança cá em casa.

    Bjos

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  4. a tua angustiante ( e clássica ) pergunta "Que fazer?" apenas uma resposta : "Fazer!"...

    ... mas isso custa pra caraças!

    abraço

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  5. Que náusea!
    Aí estão eles a estagiar para o poder.

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  6. E o "bom povo português " que faze para os impedir de tomar de vez o Poder?!

    Saudações

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  7. Partido de causas podres! E que lata usarem o cravo quando nunca quiseram celebrar o 25 de Abril! Samelos!!! (como dizia o meu pai)

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  8. Olá Rogério,

    Palavras para quê? Veja aqui a quem obedecem esses sacanas. Portugal na linha da frente para a nova ordem da escravatura.

    Um beijo.

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  9. Tenho verificado que se trata de uma estratégia estudada. Ouvi uma "coisa" do género da boca de um deputado da bancada do cds no dia da greve, referindo-se ao "direito de trabalhar". Esquecem, porém, que esse direito não deveria estar limitado aos dias de greve.

    Esta gente é capaz de transformar a fome numa coisa boa, desde que seja na mesa dos outros.

    L.B.

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  10. Não quero ser um cisne negro, neste seu espaço que muito respeito Rogério.
    Como já deve ter percebido, não tenho partido político, nem religião, nem clube de futebol.
    Estou do lado dos que são pelo respeito, pela liberdade e pelo direito à vida. No entanto não considero que os que não estão do meu lado, estejam contra mim.
    Respeito todas as ideologias, desde que não interfiram com a minha liberdade.
    O pior é que muitas interferem, como aquelas que neste momento estão a dar cabo de muitas vidas e a acabar com os sonhos de muitos de nós.
    Isto para dizer que adoro as músicas e os poemas do Zeca Afonso, e que tal como ele a sua arte deve ser livre.
    Por favor, ninguém ouse amarrar a poesia ou a música, a correntes políticas ou de outro género qualquer. As coisas da alma, serão sempre livres como o voo dos pássaros...

    Abraço de amizade

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  11. Cristina,

    Depois daquela nossa pequena "briga"
    considero-a minha amiga e prezo o que pensa, ainda que discorde. José Afonso era um poeta e um canta-autor comprometido.
    Todos o dizem e até sua mais amada o disse.

    "Ninguém ouse amarrar a poesia ou a música, a correntes políticas políticas"?
    Ninguém?
    Mas... se os próprios poetas que estimo e amo o fazem e se comprometem, a começar pelo Zeca...

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  12. Sabe Rogério, eu gosto que discordem de mim.
    Da vida de José Afonso e da sua militância política pouco sei. Sei que era um músico e poeta de intervenção contra o Estado Novo e o regime Salazarista, foi professor na cidade onde nasci, não sei exactamente em que época, mas acho que muito antes do 25 de Abril, e até do meu tempo de estudante naquela terra. Morreu dois ou três meses antes do meu pai, e lembro-me bem de lamentar com ele a sua morte.
    Não porque tivesse conhecimento, mas por intuição, pensava-o independente e apartidário.
    No entanto continuo a achar, que este homem que deu voz ao dia da Liberdade, deve ser poeta de todos os Portugueses.
    Oh Rogério, não me leve a mal! É que eu sou mesmo assim esquisita. Acredito na possibilidade de um mundo perfeito, e em consciência faço por isso. Amo a vida, amo a natureza, não como animais, nem nada que venha deles, e acho que a única "luta" que deveria haver seria pela "paz".
    Não ando no mundo para levar nada dele, mas para deixar tudo o que puder e que sirva para que cada geração seja melhor que a anterior, embora isto já faça parte da lei natural da evolução.
    Sou louca?? Talvez...

    Um poeta que muito aprecio e que é seu amigo também, diz que é possível amar as pedras, e eu concordo.

    Abraço

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