02 março, 2012

Sexta-feira, dia 9, na sede da Associação 25 de Abril. Apareça e talvez... não esqueça


Mário Moutinho de Pádua, médico, foi o primeiro oficial português a desertar em Angola, em 1961. No livro "No percurso das guerras coloniais" ele narra a sua impressionante experiência a seguir à deserção, nomeadamente as prisões e torturas de que foi alvo no Congo, a sua passagem pela Checoslováquia e o seu desencanto com vários aspectos do «socialismo real», a sua participação na construção de uma Argélia recém-libertada do colonialismo, e por fim a sua contribuição como médico na luta travada pelo PAIGC na Guiné. Conheci-o à pouco, enquanto terminava o meu livro. Enviei-lhe uma cópia do meu texto e perguntei-lhe, primeiro, a sua opinião e, de seguida se ele aceitaria prefaciar-me a obra. Aceitou. Agora aceitou também apresentá-la. Será em ambiente que nos diz, a todos, tanto. Será na sede da Associação 25 de Abril, na próxima seita-feiras às 18 e  30 h. Sobre o que me escreveu: 
"...quero salientar que este livro, de leitura fácil e agradável, constrói no dia-a-dia em rápidas pinceladas uma visão objectiva do ambiente vivido entre os militares envolvidos na guerra colonial em Angola nos anos de 1969-1971, sem ocultar os efeitos de uma velha opressão."
Mário Pádua, in Almas que não foram fardadas

Sobre a importância do seu testemunho, que estou certo ele fará, aproveito para destacar outras palavras suas, publicadas no último número da revista Seara Nova:
"Na comunicação social dominante em Portugal fervilham comentadores que se dizem objectivos. Porém animados e protegidos pela vendetta, fogem à reconstituição do ambiente colonial. Em lugar de estudarem as raízes do movimento de independência, impõem aos leitores uma visão militar, tecnicista, dramática pelos grandes sacrifícios infligidos pela guerra a africanos e portugueses, mas desumanizada, porque ignora a brutalidade do colonialismo ao longo de vários séculos."
Mário Pádua, in Notas de Leitura, Seara Nova nº 1718

Na apresentação do meu livro, além de Mário Pádua, participarão representantes da A25A, da editora e de Jorge Castro, que lerá algumas passagens que ele próprio escolherá. Aguardo confirmação de outra presença, querida . Confirma-la-ei, logo que o possa. 

13 comentários:

  1. Só agora consegui entrar neste post Rogério, parece que está tudo regularizado.
    Voltei depois de fazer as minhas malas para o fim de semana e antes de ir descansar. Não poderia deixar de dar o meu apoio a este projecto, não partiria descansada, :)

    Gostei imenso do que li por aqui, mesmo muito, quer pelo que esta apresentação representa para o teu livro e para ti, estou certa, quer pela visão realista do colonialismo que nos é apresentada por Mário de Pádua, quer pelo facto de a tua publicação gerar esta onda de contactos e levantar questões que sempre foram importantes e se calhar mais pertinentes no momento, para que as memórias se avivem.
    Tanto que haveria a dizer sobre as barbaridades que aqueles povos sofreram subjugados a uma mentalidade colonialista. Conheço relatos vivos de gente que se ufanava de tratar os locais pior que escravos, poderia falar de pormenores sordidos, que não cabem no contexto deste post e que a minha alma ainda hoje tem dificuldade de compreender, que não aconteciam em cenários de guerra mas nas fazendas dos grandes senhores. Esse seria um outro livro. Fiquei curiosa com este "No percurso de guerras coloniais".

    Fico feliz por ti e por todos os que nos têm tanto a transmitir sobre essa época terrível da nossa História, na esperança de que possamos aprender alguma lição para o futuro.

    Beijos

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  2. Me dá um orgulho do meu amigo!
    Um bj e sucesso!

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  3. Caro Rogério
    Desejo-lhe o maior sucesso e muitas felicidades.

    Beijinho e uma flor

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  4. Estimado amigo
    grato por mais um convite
    mas estou impedido por razões familiares
    pai é pai

    Se por bem entenderes
    podes ler as folhinhas que te dediquei no dia do lançamento
    Estarei disponível para outros encontros por ti e pelo teu livro

    Abraço apertado

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  5. Vai ser lançado no dia 29 um outro livro sobre escritos de guerra, do Mário Beja Santos, que penso deve ser muito interessante. Depois dou notícia disso.
    Bom fds

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  6. Meu amigo:

    De certeza que vai ser um sucesso e mais um dia inesquecível para si.
    Continuo sem poder estar presente por motivos pessoais, mas fico à espera de uma apresentação do seu livro aqui na margem sul.

    beijinhos

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  7. BrancaMar, Gisa, Flor,
    Obrigado pelo carinho e pelos votos de sucesso, beijo

    Caro Mar,
    lá me hei-de safar lendo aquilo que irá soar como um auto-elogio. Pai e pai... e eu julgo saber o que isso é. Grato pela disponibilidade... A Fê, anda a pedir...

    Carlos,
    Deixe desfazer um equivoco: meu livro não é sobre a guerra. É sobre a paz...

    Fê,
    Não me vou esquecer de si...

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  8. :)
    Vai ganhando asas esse livro.
    As mesmas que lhe adivinhei, desde as primeiras páginas...
    Estou feliz por isso, Rogério.
    Felicito-o mais uma vez e desejo um longo e gratificante voo, para bem do autor, mas sobretudo para deleite dos leitores.

    Um beijo

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  9. Agora, me conta. Quem está mais contente com este andamento, seu eu, seu contrário ou sua alma? Eu por mim digo que estou super feliz em ver a realização de seu sonho e mais, o reconhecimento de seu trabalho.

    Muitas, muitas felicidades, meu amigo.

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  10. Desta vez, só um acontecimento totalmente intransponível me impedirá de o cumprimentar pessoalmente.

    Bom domingo, Clístenes-não-esquecido.

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  11. Rogério,
    Não sou muito de ir a estas coisas - coisas importantes, diga-se - mas vou tentar lá estar. Vai ser difícil, mas quem sabe...

    Abraço

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  12. Rogério, fico muito feliz por te saber em mais um evento de divulgação deste excelente livro - o teu.
    Muito sucesso!!

    beijinho
    cvb

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