20 fevereiro, 2013

D. José Policarpo e uma importante (e descontraída) entrevista...


Uma entrevista para ver e ouvir, na integra.
Depois de ouvir e ver D. Ortiga e D. Januário não podia perder pitada de palavra deste mais alto dignitário. O meu interesse coincidirá com as motivações dos media, com incidência sobre o que a Igreja pensa das questões nacionais e do aperto sem nome que o povo sofre. E fico preocupado. Espero sempre da Igreja o que ela me tem negado. O discurso é descontraído, sério e, de quando em quando, acompanhado um solto sorriso. Mas diz com a calma que lhe é habitual coisas que fazem lembrar Ulrich ("a sociedade aguenta tudo") ou lembrar outro Cardeal que era sempre ouvido por Salazar ("tem havido esse diálogo, aliás os políticos procuram-me.. e não é só este governo", disse, sereno). D. Policarpo insurge-se contra a imprensa que fala em isto não ir lá com caridadezinha "o que é que essa gente percebe disso?, isto sem amor não vai, não vai"...
Não digo (nem penso) que D. Policarpo seja salazarento, apenas porque hoje já não há lugar para nenhum outro Salazar...  Mas dói ver a Igreja (que rejeita estar limitada à sacristia) remetida à missão de ir colando os cacos da alma que este regime vai destroçando. Pelo meio há juízos que à medida que vão sendo expostos criam a expectativa de uma mensagem forte como por exemplo a que citei da enciclica do Papa resignado "Não posso «dar» ao outro do que é meu, sem antes lhe ter dado aquilo que lhe compete por justiça", e nada acontece. A ambiguidade é essa. 
Uma certeza: Passos Coelho continuará a ouvir o que o cardeal tem para lhe dizer...

9 comentários:

  1. Rogério,
    A Igreja sempre esteve ap lado do poder, sobretudo se forem partidos conservadores que o detenham.

    Mais....à Igreja, históricamente, sempre interessou a miséria, a pobreza ou a desagregação da sociedade. Ela, a Igreja aproveita-se dessa realidade e (pensa pelo menos) julga crescer com ela.

    Abraço
    (O dedo esticado não é para a população, pois não:)))

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  2. Eu gostava de perguntar ao D, José se ele sabe realmente o que o povo está a sofrer.
    Se ele sente na pele o desemprego, a fome, a exclusão ( pela cara vejo que não )
    De barriga cheia falam todos, mas nem sempre bem.

    Não gosto destes interregnos :(

    beijinho

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  3. Gostava de saber se este senhor sabe o que é realmente passar dificuldades.
    Hipocrisia...

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  4. Não sei, não... tem razão quando diz que "isto não vai lá sem amor", mas não posso entender por que razão atribui à igreja o monopólio do amor... esse é um ponto muito, muito importante. Penso eu.

    Abraço grande!

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  5. Quem disse que o Cardeal Policarpo era uma lufada de ar fresco, deve estar com as orelhas a arder.?

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  6. Não gosto (nem nunca gostei) do paleio desta gente, por isso não os oiço porque me irritam até pelo tom e a pronúncia que usam. Mas gostei foi da posição dos dedos do senhor dom...

    Beijinhos malandros..

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  7. Tenho de arranjar um anel: fica tudo mais bonito...

    Abraço,
    António

    Com a tua visita ao Sem Margens, já me fizeste rir. Tens muita piada, é verdade e não ofende...

    E eles aguentam, aguentam... Quanto a nós, vamos ver!

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  8. Não se pode generalizar, eu sei, mas este olhai para o que eu digo e não para o que faço, enfastia.

    Mas ;)... "Isto sem amor não vai, não vai..." :)


    Um beijo

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