"Ó amigo Rogerito, o menino desculpe-me, mas vocês comunistas são do melhor! Primeiro ajudam a pôr o PS de rastos e depois ainda lhes chingam em cima? É que assim não chegamos a lado nenhum e os meninos do PPD/BPN bem que se aproveitam..." - Graça Sampaio, num comentário
(clicar na imagem para ampliar)
Quando o senhor engenheiro chegou à esplanada eu já lá estava. O pombo e o melro também. O velho fixou o que eu estava lendo e perguntou antes mesmo de se sentar:
- É um jornal antigo? ainda reconheço um jornal antigo...
- É, é de 1997. 22 de Maio de 1997!, estou a ler o editorial quando Carlos Brito era o director do jornal...
- Dantes, também lia o Ávante, quando era do partido...
- Há muita gente que sai. Resistir é díficil... mas há muita gente a entrar...
- Eu ainda pensei em regressar... mas que pode esperar o partido de um velho como eu? E depois parece que há um constante lembrar de águas passadas...
- "Somos a memórias que temos" e mais aquilo que fazemos... foram as águas passadas que definiram este trilho que agora é percorrido por este rio...
- Pode ler alto esse editorial?
Li a pedido enquanto o velho se sentava, e depois de satisfeito o pedido diz-me o velho engenheiro perante o ar entendido do seu cão rafeiro...
- E ainda não havia nem agravamento do Código Laboral de Bagão Félix, nem PECs, nem troikas...
- Não, não havia nada disso... o rio ainda não carregava essas águas... nem as consequentes mágoas...
- Mas o Carlos Brito tem razão na ideia da necessidade da unidade...
- Não é uma ideia é um desejo, por todos desejado... faltam as ideias para se poder concretizar...
- Então porque se espera?, porque o partido insiste em se manter de lado...
- Porque "somos a memória que temos" mais o que vamos fazendo...
- Já disse isso. Está-se a repetir, nem me quer ouvir... há marxistas e democratas que se querem unir em torno do PS...
- Esses marxistas e democratas não se espantam com um PS que acaba de maribundar a social-democracia? O PS acaba de assassinar Keynes...
E falámos longamente sobre Keynes e sobre a escola keynesiana. O velho fez um curto silêncio. Depois estendeu-me a mão:
- Estou a entender!, por acaso tem aí alguma ficha que possa preencher?
O PS não precisa da ajuda dos comunistas para andarem de rastos, a ajuda vem dos próprios membros do PS.
ResponderEliminarObrigada pela consideração e pela deferência! Não sou fundamentalista de nada. Nem da política partidária! Sou PS porque não consegui conviver com o fundamentalismos comunistas do pós 25 de Abril. O meu pai fora do «reviralho», cresci num ambiente de cidadania anti-clerical e anti-salazarista. Quando se deu a revolução, estava a começar a «ser gente» em termos profissionais e tudo, ou pelo menos muito do que sei, aprendi-o com colegas da esquerda anti-fascista. Mas um dia ouvi uma colega/amiga dizer: «isto só vai lá com uma ditadura de esquerda»! E aí, achei que não era isso que queria. Não outra ditadura!
ResponderEliminarThis is me!
Beijo «moderado»...
Minha querida amiga,
ResponderEliminarO tal fundamentalismo comunista
aquele que não foi intriga
ainda hoje o povo lhe agradece...
Quanto à tal ditadura, Álvaro Cunhal lhe respondeu "Olhe que não, olhe que não..."
Contra ao que me é peculiar
também me despeço
com um igual beijar
Se eu estivesse nessa esplanada, não dizia nada, pois nada sei dizer sobre política.
ResponderEliminarSó sei o que sinto e sinto que o PS só nos tem decepcionado.
Nunca tiverem o meu voto e nunca o terão.
beijinho e boa semana
ResponderEliminarDe decepção em decepção, teremos de nos erguer. De outro modo, nada a fazer!
Um beijo