A propósito disto aqui lido |
Delphica
Desde a orla do mar
Onde tudo começou intacto no primeiro dia de mim
Desde a orla do mar
Onde vi na areia as pegadas triangulares das gaivotas
Enquanto o céu cego de luz bebia o ângulo do seu voo
Onde amei com êxtase a cor o peso e a forma necessária das conchas
Onde vi desabar ininterruptamente a arquitectura das ondas
E nadei de olhos abertos na transparência das águas
Para reconhecer a anémona a rocha o búzio a medusa
Para fundar no sal e na pedra o eixo recto
Da construção possível
Desde a sombra do bosque
Onde se ergueu o espanto e o não-nome da primeira noite
E onde aceitei em meu ser o eco e a dança da consciência múltipla
Desde a sombra do bosque desde a orla do mar
Caminhei para Delphos
Porque acreditei que o mundo era sagrado
E tinha um centro
Que duas águias definem no bronze de um voo imóvel e pesado
Porém quando cheguei o palácio jazia disperso e destruído
As águias tinham-se ocultado no lugar da sombra mis antiga
A língua torceu-se na boca da Sibila
A água que primeiro eu escutei já não se ouvia
Só Antinoos mostrou o seu corpo assombrado
Seu nocturno meio-dia
Sophia de Mello Breyner
Profundo , nos leva a beira do mar e notar tudo ao nos cerca ao nosso redor e dar significado a cada coisa!
ResponderEliminarOi meu nome e Lidia do Blog Cor de rosa choque , espero que se lembre , estive fora do ar , mas voltei e com novidade , se pude da uma passadinha neste novo blog e participe do sorteio de inauguração
Cheguei à orla do mar e, deslumbrada, afeiçoei-me.
ResponderEliminarAbraço.
Desde a Orla do Mar tudo é possível, até um poema tão belo como este.
ResponderEliminarA nossa grande Sophia
ResponderEliminarsempre
Muito lindo! Muito lindo!
ResponderEliminarObrigada por esta escolha!
Beijo.